sexta-feira, 19 de setembro de 2014

A Ferrari nas 500 Milhas de Indianapolis


QUANDO A A.A.A. SANCIONAVA A INDY - Depois de ter problema com o transporte do carro da Ferrari da Europa para Indianapolis (a encomenda acabou sendo enviada para St. Louis!!), surgiu a idéia dentro da equipe italiana para que Bill Quinn, um dos promotores da época, conversasse com o diretor da prova Wilbur Shaw, tricampeão das 500 milhas entre os anos 30 e 40, sobre a possibilidade de permitir a Ferrari que Ascari começasse a corrida de qualquer jeito, sem a necessidade de se qualificar. Mas Quinn, conhecendo a metodologia de trabalho de Shaw, se recusou a fazer o pedido em nome do time italiano.


Durante a fase final de classificação, Ascari conseguiu qualificar a Ferrari no final da tarde de sábado com uma velocidade média de 134,308 mph (216,15 km/h). As quatro voltas de Ascari foram assim para os registros do templo da velocidade: 134.208mph (215.99km) na primeira volta, 134.368mph (216.24km) na segunda e, incrivelmente, 134.328mph (216.18km) para a terceira e a quarta voltas. Com essa média o italiano largou em 19°.


A estratégia da Ferrari para as 500 Milhas de 52 era a de manter as rotações abaixo 6400rpm no carro de Ascari, o que resultaria em uma média de 128mph por volta durante a prova. Estavam agendados também dois pit stops para reabastecimento e troca de pneus. Entretanto, os planos da Ferrari não se concretizariam naquele dia

.Ascari na Ferrari era considerado forte concorrente para a vitória, apesar do fato de que os carros movidos pelos motoresOffenhauser dominavam as corridas em ovais naquele período das competições de monopostos nos Estados Unidos. Entretanto, Ascari demonstraria todo seu talento na volta 22 quando realizou várias ultrapassagens em alta velocidade sobre vários carros com motor Offy em um só movimento, fato que foi observado por muitos e lhe valeu aplausos entusiasmados de respeito do público e da imprensa. Em determinado momento da corrida, o italiano atingiu o oitavo lugar, mas depois de 40 voltas, quando estava em 12 º lugar, tudo deu errado para o carro vermelho. 

Melhores momentos das 500 Milhas de 1952

Ascari abandonando as 
500 Milhas de 1952 depoisde 40 voltas

Ascari abandonou por problemas mecânicos as 500 Milhas de Indianapolis e finalizou a prova na trigésima primeira colocação. Um tanto frustrante esse resultado já que o time italiano achava realmente que Ascari tinha condições de conquistar o direito de beber o leite dos campeões!

Para alguns a Ferrari de Ascari não havia demonstrado nos treinos classificatórios o potencial necessário para vencer a corrida mais famosa do mundo; para outros Ascari havia usado a configuração de corrida nos treinos e isso poderia lhe dar certa vantagem  ao longo das 200 voltas. 

sexta-feira, 12 de setembro de 2014

DAS ARQUIBANCADAS: As voltas finais das 500 Milhas de 2014


EMOCIONANTE! - Ver a final das 500 Milhas de Indianapolis de 2014 pela tv foi muito emocionante, mas tenho absoluta certeza que ao vivo foi muito mais inesquecível. Sintam o gostinho de "estar-presente" no templo.



Inscrevam-se no canal do indyanista David Land, autor dessa pequena pérola youtubesca:

O acidente de Nelson Piquet em fotos


TREINOS PARA AS 500 MILHAS - 7 de maio de 1992 e aqui estão as fotos do trágico acidente que pôs fim a carreira de um dos maiores pilotos da história do automobilismo. Não só Will Power tem Nelson como seu grande inspirador, Piquet também é adorado por uma quantidade enorme de pilotos e fãs que acompanham/acompanharam as corridas de monopostos do seu tempo. 

As 500 Milhas eram o sonho de infância de Nelson, segundo o próprio, que tinha como ídolos os integrantes da velha geração dos anos 50 e 60 como Clark, Hill e Brabham, todos pilotos que além da fama na F1 também fizeram as famigeradas 500 Milhas de Indianapolis alguma vez na vida. Piquet fala desse sonho no vídeo da entrevista para o Jô Soares, poucos meses depois do grave acidente. Nessa entrevista ele também mostra uma foto grotesca dos seus pés fraturados. Ele teve muita sorte de não estar hoje a sete palmos da superfície. 









Entrevista para de Piquet no Jô Soares Onze e Meia

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Poderoso Will: Campeão absoluto desse ano


SAI ZICAAAAA!!! - Demorou 5 anos para que a conquista mais importante da carreira de Will Power acontecesse. Faltarão as 500 Milhas de Indianapolis no currículo, é claro, mas ele já venceu as 500 Milhas de Fontana do ano passado e vencer uma prova de 500 Milhas é o suficiente para credenciar o seu nome na lista de pilotos favoritos a qualquer tipo de pista oval que esteja no calendário da Indy. E nas pistas mistas e nas pistas de rua? Bem... Will é o melhor da atualidade indiscutivelmente. 


Vendo as estatísticas de Power na Indy consegui compreender melhor o seu poder (trocadilho infame mode on) diante de tantos rivais capacitados e veteranos como Dixon, Dario, Wheldon, Kanaan, Castroneves, Wilson, Bourdais, Pagenaud e Hunter-Reay.

Em circuitos mistos Power marca 42 largadas com 13 poles, 8 vitórias e 17 vezes ficando no TOP 5. Power abandonou uma vez nesse tipo de circuito.

Em circuitos de rua o poder de Power (mai gódison, mais trocadilhos infames tsc tsc tsc) é ainda maior. Ao todo ele tem 52 largadas com 15 poles, 13 vitórias e mais 11 vezes ficando no TOP 5.

Em circuitos ovais, tipo de traçado onde Power perdeu 3 títulos seguidos da Indy, os números evoluíram soberbamente. Agora o australiano marca 7 poles, além de ter conquistado 3 vitórias e 10 vezes no TOP 5. Digno de aplauso!


Power evoluiu como piloto da categoria através da mais terrível forma de aprendizado: a derrota seguida, derrotas humilhantes nas pistas ovais, de virada na última etapa, por culpa própria e do destino (2011 em Las Vegas). Poderoso Will, enfim, desabrochou para a galeria das lendas indyânicas, deixou de ser promessa de vice para se tornar de fato campeão absoluto desse ano.

Deixou Cindric contente, tirou a cruz das costas de Roger Penske (desde 2006 ele não comemorava um piloto seu campeão), tirou a sua cruz pessoal de ser piloto fraco em oval, atingiu sua melhor forma diante de um dos grids mais capacitados que a Indy reunificada já viu. Sei que dói mais um ano do Helio amargando o vice, sendo cruelmente criticado por não ter um campeonato de Indy, sei que muitos fãs do brasileiro se decepcionaram e acordaram no domingo de cabeça cheia. Isso é normal, faz parte da “graça” de torcer por algum piloto da Indy. Porém, quem sabe não seja o ano que vem a vez do grande Helio Castroneves? Ou melhor, quem sabe o tetra-vice não seja apenas uma chateação momentânea perto do tetra em Indianapolis que virá em 2015?

Irmão do Power pagando 
promessas na terra natal

Ao fim da prova, Power estava exausto, disse que queria comemorar de forma diferente, mais descontraída, só que não tinha forças porque ele agarrou tão firme o volante que depois de sair do carro só tinha força para ficar de pé dando entrevista e dizendo que “tudo é tão surreal, cara!”


Doravante, a Indy será seis meses de agonia intensa, diária e com mais uns três apocalipses que findarão a categoria mais uma dezena de vezes até antes do fim do ano. Fujam para as colinas!