quarta-feira, 31 de agosto de 2016

Watkins Glen: o circuito misto erótico da Indy


THE GLEN É PURA POESIA - Automobilística com cheiro de borracha queimada e uma sinuosidade diabólica. Não é de hoje que minha devoção por esse circuito misto começou e nem será amanhã que ela terminará. Enquanto muitos se ajoelham em oração por Road America ou chamam Portland de "pérola esquecida pela atual gestão da Indy", eu olho para Watkins Glen no calendário e sorrio como um garoto imberbe diante da garota dos sonhos. 


Quando toquei pela primeira vez as curvas de Watkins Glen em um jogo da Nascar para Play Station 2 a paixão pelo traçado foi imediata. No dia seguinte escrevi esse poema para o circuito novaiorquino:


A Sinuosa dos Muros Azuis

"Não te amo como se fosses Mid-Ohio ou Portland 
ou Elkhart Lake e seu Carrossel adorado pelo povo: 
amo-te como se amam certas equipes obscuras, 
secretamente, entre a Foyt e a Dale Coyne. 

Amo-te como a pista que não tilkeou e tem 
dentro de si, explicito, o desafio em cada curva, 
e, graças ao teu formato, vejo desenhado em teu corpo 
o denso aroma do perigo constante. 

Amo-te por saber como, quando e onde 
encontrarei diversão assistindo o toque da borracha no teu asfalto: 
amo-te com ou sem "a Bota", com ou sem a "Bus Stop", 

Deste modo eu sei quem no mundo da velocidade tu és, 
tão rica de riscos em cada metro serpeante do seu circuito, 
tão perto de ser um autódromo fêmea por excelência! 


A história da The Glen teve 10 capítulos intermitentes no calendário da Indy: começou em 1979 e foi até 1981; uma lacuna de 22 anos acontece até que em 2005 a Indy retorna ao solo sagrado correndo até 2010; e, por fim, 2016 marca o retorno da pista ao calendário de mistos da categoria norte-americana e com a boa notícia de que ficará até pelo menos 2018. 


Se você desconhece a pista deixo aqui algumas voltas onboard com o Prefeito de Hinchtown (descubra com seus próprio olhos a beleza das curvas de Glen!):


Na luta pelo título teremos Pagenaud, Power, Tony Kanaan e Helio. Esses são de fato os que mais tem chances de título, sendo que os dois brasileiros estão precisando de um "milagre" para encostar nos ponteiros e chegar a Sonoma com chances reais de conquistar o caneco. Qual seria esse "milagre"? Power e Pagenaud não terminarem a corrida de Watkins acima da décima quinta posição e Tony ou Castroneves vencerem a prova em Nova York. Tony está 113 pontos atrás de Pagenaud, Helio 114 pontos. Temos em disputa mais de 150 pontos nessas duas etapas. A chance brasileira é mínima, mas existe. 


Entre Power e Pagenaud a parada é mais acirrada e a vantagem de pouco mais de 20 pontos do francês sobre o australiano não significa muita coisa em um cenário onde temos tantos pontos a serem disputados. Outro agravante para tornar essas duas etapas em mistos eletrizantes é o fato de que ambos os pilotos da Penske tem retrospectos excepcionais nesse tipo de traçado. Tudo está absolutamente INDEFINIDO!!! Então se liga domingo no meio da tarde na Band(lixo) e assista a primeira parte das rodadas decisivas para ver quem será campeão da Astor Cup. Dá Brasil? Dá Austrália? Dá França? Quem será o campeão?!


Todos os vencedores da Indy em The Glen

Corrida #DataNome do eventoMilhasVencedor
18/5/1979Kent Oil 150150.474Bobby Unser
28/3/1980Kent Oil 150150.536Bobby Unser
310/4/1981Watkins Glen 200202.62Rick Mears
49/25/2005Watkins Glen Indy Grand Prix Presented by Argent Mortgage202.2Scott Dixon
56/4/2006Watkins Glen Indy Grand Prix185.35Scott Dixon
67/8/2007Camping World Watkins Glen Grand Prix202.2Scott Dixon
77/6/2008Camping World Indy Grand Prix at the Glen202.2Ryan Hunter-Reay
87/5/2009Camping World Indy Grand Prix at The Glen202.2Justin Wilson
97/4/2010Camping World Indy Grand Prix at The Glen202.2Will Power
109/4/2016INDYCAR Grand Prix at The Glen Quem será?



"Não é o ângulo reto que me atrai, nem a linha reta, dura, inflexível, criada pelo homem. O que me atrai é a curva livre e sensual, a curva que encontro nas montanhas do meu país, no curso sinuoso dos seus rios, nas ondas do mar, no corpo da mulher preferida. De curvas é feito todo o universo, o universo curvo de Einstein”

Oscar Niemeyer

terça-feira, 30 de agosto de 2016

O Massacre da Indy-Elétrica no Texas (Fim da Temporada dos Ovais)


INTRODUÇÃO - A corrida que vimos no sábado foi similar, em certos aspectos, à trágica Era da IRL, quando o Pack racing apavorava uma geração inteira de indyanistas criados a base de ovomaltine e desacostumados com corridas decididas por milésimos de segundos. Dessa vez, foi mais trágico devido ao fato da prova, no geral, não ter sido inteiramente em formato de Pack racing. Mas, no fim, graças a uma amarela e aos pneus novos, os poucos presentes nas arquibancadas do TMS vivenciaram algo que jamais teriam esperado ou desejado ver: a loucura e o bizarro de um ‘four wide’ e um photofinish de 0.008 milésimos em meio às faíscas da demência. Para os indyanistas, uma aventura real transmitida ao vivo pela TV numa noite de inverno que se tornou o melhor show da temporada. Os acontecimentos daquele dia guiaram o descobrimento de uma das mais incríveis corridas nos anais da história norte americana, O Massacre da Indy-Elétrica no Texas!!


Empolgante, emocionante, eletrizante, FODEROSA: assim podemos classificar a décima quarta etapa do Campeonato da Indy realizada sábado passado na magnífica "Arena dos Gladiadores" do Texas. Com o atual carro, jamais tivemos um final tão apertado como esse entre Hinchcliffe, Graham Rahal, Tony Kanaan e Simon Pagenaud. Não foi uma tradicional prova de pack racing, mas teve momentos de corrida em bloco. O espetacular carro Arrow do Prefeito estava muito melhor acertado do que os demais e James chegou a dar volta em quase todos os concorrentes. Para se ter ideia da superioridade do canadense, em determinado momento, ele abriu 8 segundos do segundo colocado e em oval 8 segundos é uma eternidade. Era uma performance espetacular do carro da SPM que fatalmente seria coroado com uma vitória fácil após as 248 voltas.

Entretanto, Ed Carpenter surpreendeu Dixon dando uma fechada escrota no neozelandês na entrada da primeira dogleg, e uma amarela faltando menos de 20 voltas tornou as coisas mais complicadas para os cardíacos que assistiam a corrida e para quem sofre de ovalfobia. Diferentemente das corridas antigas da IRL em bloco, no Texas, nessa houve muita movimentação entre os ponteiros. Por vezes Tony, por vezes Simon Pagenaud, por vezes Rahal ou Helio buscavam o melhor posicionamento para roubar a liderança do Prefeito. Tivemos toques roda com roda, tivemos faíscas voando na cara dos pilotos, tivemos três carros lado a lado, tivemos quatro carros lado a lado, tivemos um final de corrida com 0.0080 milésimos de diferença entre Rahal (P1) e Hinch (P2). 


A batalha final pareceu dirigida por George Miller: intensa, insana, frenética e realista ao máximo. Merecia Oscar caso a Indy concorresse na categoria "Melhor Thriller de Ação" do ano de 2016. Não tem Nascar ou F1 (muhahahahahahaha óbvio que fiz essa citação de brincanagem!) que supere algo desse tipo, até porque todos os pilotos seriam punidos na F1 caso se sucedessem da mesma forma as disputas realizadas por Tony, Graham, Hinch, Simon e Helio. E, contrastando com a grandiosa guerra no asfalto, do lado de lá das grades, as arquibancadas vazias como pano de fundo aumentavam a atmosfera de esporte esquecido, abandonado, marginal, fútil, doentio, sem sentido. "Não seria tão legal se todo mundo gostasse" diria o filósofo da velocidade. Indy a categoria "maldita" por natureza e com orgulho.

Se vai durar mais dois, cinco, dez, quarenta ou cem anos ninguém sabe. Talvez a Indy seja o tesouro perdido que o automobilismo precisa popularizar para se safar de um fim melancólico diante do interesse das gerações futuras. Talvez seja a primeira categoria a sumir do mapa quando todos os interessados em automobilismo desejarem não ver mais corridas perigosas e insanas como essa que o Texas nos proporcionou. A única certeza é que essa foi mais uma obra de arte da Era DW12, o carro feio mais lindo do mundo.




FINAL DA TEMPORADA DE OVAIS

Ao completar as 248 voltas do Texas a Indy encerrou sua temporada nas pistas ovais em 2016. E o "campeão simbólico" das pistas que viram só para a esquerda foi o pequeno mito Newgarden. O garoto de Nashville, mesmo não correndo no oval texano, ficou na primeira posição com 234 pontos. Em segundo, o australiano Poderoso Will com 223 pontos no total. Alex Rossi, muito em função dos 100 pontos em Indianapolis, finalizou em um honroso terceiro lugar com 199 pontos. Veja a classificação completa a seguir:
Tabela de Classificação só das Pistas Ovais (Top 25):
    N#PilotoPHX 500 TXS IOW PCN Total
1) 21- Newgarden
28 111   9  53  33 234
2) 12- Power
3573244051 223
3) 98- Rossi
16124192911199
4)  9- Dixon
5369113629198
5) 10- Kanaan
3281362623198
6) 26- Munoz
8115281826195
7)  5- Hinchcliffe
1295432220192
8) 22- Pagenaud
4050323413169
9) 83- Kimball
1878282015159
10) 11- Bourdais
2459202431158
11) 15- Rahal
3040511419154
12) 3- Castroneves
2165311711145
13) 7- Aleshin
1340143044141
14) 28- Hunter-Reay
205318836135
15) 27- Andretti
1754181618123
16) 8- Chilton
2642151217112
17) 2- Montoya
2327221024106
18) 41- Hawksworth
113113151686
19) 14- Sato
15321019884
20) 6- Hildebrand
7676
21) 20- Carpenter9241312967
22) 18- Daly
1420991466
23) 19- Chaves
33161362
24) 77 - Servia

6060
25) 29- Bell
5555





domingo, 28 de agosto de 2016

Ovalfobia: a doença silenciosa do esporte a motor




FOBIA - Pode ser definida como uma perturbação da ansiedade caracterizada pelo medo persistente de um objeto ou de uma situação. As fobias causam o surgimento repentino de medo. A pessoa afetada exerce grandes esforços para evitar a situação ou o objeto, geralmente a um grau superior em relação ao perigo real do próprio objeto ou situação.

As fobias podem ser divididas em fobias específicas, fobias sociais, agorafobia e ovalfobia. Entre os tipos de fobias específicas estão fobias a determinados animais, situações no ambiente natural, sangue, ferimentos ou a corrida em circuitos ovais da América do Norte. As mais comuns são o medo de aranhas, medo de cobras, medo das alturas e medo de ovais. As fobias, em alguns pacientes, são desencadeadas por uma experiência negativa com o objeto ou a situação.

No caso da Ovalfobia, descoberta recentemente no I.I.X. (ou Instituto Indyanista Xiita), a perturbação tem início logo na fase infanto-juvenil, quando o indivíduo entra em contato pela primeira vez com as corridas de carros. O medo irracional de assistir corridas em circuitos ovais afeta, aproximadamente, metade das pessoas criadas na cultura do automobilismo europeu (fãs de WEC, de DTM, de F1, etc). As recentes descobertas explicam por que muitos medrosos se agitam e dizem que o circuito “era tão perigoso” quando estão diante de uma prova de 500 Milhas – e a realidade é de que o mundo por si só já é um lugar muito mais assustador do que uma corrida em pista oval.


“Se alguém tem medo de assistir/participar de corridas em circuitos ovais, em virtude desse medo, a pessoa tenderá a perceber todos os circuitos que viram só pro lado esquerdo como sendo mais perigosos do que realmente são de verdade, se compararmos os riscos das pistas ovais com os riscos diversos existentes também nos circuitos mistos. Isso inevitavelmente alimenta o medo, promove o medo e dificulta a superação desse medo”, explica o psicólogo Tommy Milton, da Universidade de Indiana, EUA.

Os pesquisadores estimam que uma melhor compreensão de como a ovalfobia afeta a percepção de objetos temidos pode ajudar os médicos a criar remédios e tratamentos mais eficazes.

No estudo, 33 participantes com fobia de circuitos ovais foram solicitados a assistir as 500 Milhas de Pocono de 2016 e, em seguida, assistir o Grande Prêmio de Mônaco de 2016 para assim fornecer estimativas mais precisas e empíricas.


Os voluntários, que foram estudados durante um período de 4 horas, começaram assistindo primeiro a corrida de Monte Carlo de F1. Largada com chuva, Safety Car na frente dos carros e sete voltas de tédio até a permissão para que os pilotos acelerassem seus carros. Entre os estudados, batimentos cardíacos normais e poucos sinais de ansiedade. No decorrer da prova, os participantes relataram o medo que estavam se sentindo em uma escala de 0-100, de acordo com um índice de unidades subjetivas de angústia. Uma vitória fácil da única equipe capaz de vencer, quando não sofrem acidentes entre si, poucas disputas, pouca emoção, pouco risco, muita segurança e tranquilidade tediosa na sala de teste.

Em seguida, foram exibidas as 500 Milhas de Pocono. A tensão logo ficou evidente nos rostos dos espectadores quando na volta três Takuma Bakana estatelou seu carro da Foyt na Curva 3 do Triângulo Traiçoeiro. A demora do piloto em sair do carro após uma pancada a mais de 350km/h provocou suor frio em sete voluntários. A largada espetacular de Hunter-Reay, ultrapassando por fora mais de dez carros, também provocou calafrios e unhas roídas em quem assistia.

Ao longo da exibição, o nível de ansiedade aumentava cada vez mais entre os participantes, principalmente durante as diversas ultrapassagens dentro do TOP 10 e as mais de 29 mudanças de líderes que tivemos em Pocono. Quando Helio, Kimball e Rossi se enroscaram nos pits e o brasileiro teve seu capacete acertado por uma das rodas do carro voador do atual Campeão das 500 Milhas de Indianapolis quinze voluntários saíram da sala. Alguns inclusive disseram que o susto foi tão grande que na hora do replay imaginaram o pior ao piloto brasileiro.


A excitação que a velocidade extrema de Pocono cria naturalmente e as disputas entre os carros de Indy levaram alguns a passar mal e pedir para sair antes da bandeira quadriculada recebida por Poderoso Will, agora só a 20 pontos do líder Simon Pagenaud.

Depois do fim da exibição, os participantes completaram o questionário sobre o seu medo específico de circuitos ovais e os sintomas de pânico que eles experimentam e pensamentos sobre a redução do medo e encontros futuros com circuitos ovais.

Finalmente, eles estimaram o tamanho desse medo, sem que estivessem assistindo a nenhuma corrida em oval. Quanto mais medo eles tinham (classificado em escores de ansiedade), mais descreveram os circuitos ovais longos (que medem mais de 2,5 milhas) como "descartáveis", "obsoletos" e "inseguros mais que qualquer outra pista de corridas neste planeta". Parece que o medo estava guiando ou alterando a percepção do objeto temido, neste caso os ovais longos como Indianapolis, Pocono, Michigan.

“Quando se trata de ovalfobia, é tudo sobre a cultura automobilística europeia influenciando a percepção do indivíduo e, consequentemente, alterando a compreensão do fenômeno. Se você continuar evitando assistir corridas em ovais, você não pode descobrir que está errado e que os circuitos mistos são perigosos tanto quanto os ovais longos, médios e curtos”, diz o psiquiatra Jimmy Bryan.



A Cura

A tarefa hercúlea de assistir todas as 500 Milhas de Indianapolis, Pocono, Michigan, Ontário e Fontana existentes no Youtube são um exemplo clássico de terapia de exposição, um tratamento comum para pessoas com fobias variadas. Embora esta terapia seja conhecida por ser eficaz, os cientistas ainda não entendem completamente por que ela funciona.

E, para alguns, os efeitos não duram muito tempo. Além disso, é difícil prever quem vai ter uma recaída do medo de ovais. Os pesquisadores estão estudando essas percepções e atitudes parciais com esperanças de que o novo conhecimento melhore o tratamento para pessoas com fobia de corridas velozes em ovais.

O estudo sugere que o medo irracional de pistas ovais não só altera a percepção da coisa temida, mas também pode influenciar a atitude automática de uma pessoa em relação as categorias norte-americanas de automobilismo que correm há mais de cem anos em ovais. Aqueles que desenvolveram uma atitude negativa em relação automática ao objeto temido podem ter mais dificuldades em superar seu medo das pistas ovais. E isso pode afetar desde o jornalista de esporte a motor até o piloto que, desde tenra idade, vai criando uma opinião radical de que nos ovais a morte está mais presente do que nos mistos europeus “tilkeados”.


“Em última análise, estamos interessados em identificar os causadores de uma recaída para que possamos melhor avaliar quando uma pessoa vai responder bem ao tratamento contra a aversão às pistas ovais”, completou Jimmy

PARA QUEM QUISER TRATAR A OVALFOBIA
AQUI ESTÁ A CORRIDA COMPLETA DAS
500 MILHAS DE POCONO DE 2016: EXPONHAM-SE AO OBJETO TEMIDO!!

segunda-feira, 15 de agosto de 2016

A importância da permanência de Pocono no calendário


SE CLAUSON - Não tivesse morrido a principal notícia do mundo indyanista teria sido a renovação de contrato da pista de Pocono com os administradores da Indycar Series. O Triângulo Traiçoeiro corria sérios riscos de sair do calendário de 2017, sendo que o oval assimétrico de Gateway já era cotado como substituto da corrida de Long Pond.


Mas os Deuses da Velocidade Extrema mandaram forças sobrenaturais para que Jay Frye conseguisse sucesso na negociação e, como que num milagre mercantilista, Igdalsky (administrador de Pocono) e os dirigentes da Indy acabaram renovando por mais dois anos a realização das 500 Milhas de Pocono. Depois de Indianapolis esse é o oval que mais admiro nos Estados Unidos da América, principalmente pela excentricidade absurda do seu formato. As três curvas são "homenagens asfálticas" para: Curva 1 é baseada no antigo oval de Trenton e tem 14 graus de inclinação; Curva 2 é similar as curvas de Indianapolis com 9 graus de inclinação, e a Curva 3 é análoga ao que encontra-se no oval curto de Milwaukee. Um Frankstein com 2.5 milhas de extensão!


Com essa pista oval garantida para o calendário 2017, a Indy agora trabalha seus esforços para acrescentar Gateway e assim ter sete pistas que viram só para a esquerda. Talvez o acréscimo do oval de Fontana para ser palco da final do Campeonato também possa acontecer, dependendo muito, é claro, do talento para negociar que o "menino" Jay Frye parece possuir. Em todo caso, vale ressaltar, Fontana é um caso muito complicado. Entretanto, esse é um Frye que deu certo - assistidores do desenho "Futurama" entenderão a referência! Fontana e Gateway entrando no calendário de 2017 e a galera brasileira que curte a Indy precisa fazer uma romaria até a Meca Indyânica e abraçar pessoalmente nosso amigo Frye.

Para as 500 Milhas de Pocono desse ano minha aposta para a vitória é no #21 da ECR, porém nunca descarto a presença de Hunter-Reay no TOP 3 em Long Pond. Caçador nos ovais curtos, médios e longos é só o maior vencedor usando o Dw12, portanto, olho nele. Na briga pelo título da Fórmula Penske, Power tem melhorado muito seus resultados em ovais longos e, na minha, visão é favorito para ficar na frente do líder Pagenaud, que em ovais longos costuma ser mediano e nada mais. 


Não me surpreenderia caso o Russo Louco ou o Prefeito fizessem uma grande prova e terminassem entre os primeiros da corrida. Esse final de semana promete, PoSHOWno vem aí!!! 

Montoya numa volta onboard em Pocono
com velocidade e troca de marchas pra acompanhar!
 



terça-feira, 9 de agosto de 2016

Descanse em paz, menino indyano


MORRER - É uma possibilidade real e sempre presente a cada corrida de carros. Seja Indy, Nascar, Fórmula Europa ou uma simples corrida de kart na Granja Viana. O corpo humano não está preparado para receber grandes impactos ou estar envolvido em situações como a que enfrentou Bryan em um oval de terra no Kansas. Quase um ano depois de Justin Wilson, a família Indyanista perdeu aquele importante membro que voltou a trazer pras 500 Milhas de Indianapolis a experiência dos pilotos da USAC (ou Sprint Cars como é conhecido nos Estados Unidos). Clauson fez três provas em Indianapolis e com certeza faria mais umas 10 aparições no templo da velocidade extrema.

Tinha talento, era um grande campeão nos ovais de terra, bastava ganhar com mais uns anos a experiência necessária para brilhar também com os DW12 da categoria mais rápida do mundo. Não deu. Em um acidente fortíssimo durante evento da USAC no último final de semana a vida de Bryan encontrou seu fim. Mas o legado deixado pelo talentoso Clauson jamais será esquecido entre os indyanistas. Descanse em paz, garoto.

segunda-feira, 8 de agosto de 2016

Pagenaud cada dia mais perto da Copa Astor da Indy


RESTAM 4 CORRIDAS - E a temporada da Indy tem no carro #22 da Penske o seu líder absoluto, com quatro vitórias, três 2º lugar e, ainda, somente três vezes fora do TOP 10. Pagenaud tem como seu grande perseguidor na briga pela Astor Cup o companheiro de time, Poderoso Will, que leva na bagagem uma corrida a menos que o francês na temporada. Lembra? Power não correu em St. Pete devido a um problema de saúde, Oriol foi o substituto no carro #12.  


A vantagem de Simon para Will na tabela de classificação é um pouco mais que uma "vitória" de diferença, ou seja, 58 pontos. Atualmente, para o piloto da Indy em busca da Astor Cup uma corrida no campeonato pode valer até 54 pontos, basta ele conseguir: - fazer a pole (1 ponto), - vencer a corrida (50 pontos), liderar ao menos uma volta na corrida (1 ponto) e liderar o maior número de voltas (2 pontos). Mas isso mudará muito na prova final de SHOWnoma, quando a vitória valerá 100 pontos, tal como foi nas 500 Milhas de Indianapolis. 

  
Mid-Ohio, a corrida em si, não era para cair nas mãos de Simon Pagenaud como pode parecer que caiu para quem não assistiu a prova desde a primeira volta. O russo Aleshin, em uma grande estratégia do seu time SPM, entrou para o último pit líder da corrida e saiu brigando pelo décimo sétimo/décimo oitavo lugar. Foi muito triste ver o erro cometido pelo mecânico da roda dianteira direita que autoriza a saída do carro #7 em um momento indevido. O contato com o carro de Newgarden era inevitável. Pagenaud, que não tinha nada a ver com isso, foi pra cima do segundo colocado Will Power, na relargada, e praticamente driblou com maestria o australiano nas sinuosas curvas do circuito misto. 


Conor Daly, que trabalha pro mestre das estratégias malucas Dale Coyne, liderou boa parte da metade final da prova depois de ter feito três paradas nos pits. Mas, restando menos de 5 voltas pro fim, Conor precisou de um reabastecimento e finalizou a corrida em um honroso 6º lugar, após largar no último posto. Coisas lindas para um time anão que a Indy costuma proporcionar com sua competitividade inigualável. Porém, essa vitória ficou mesmo com o francês mais talentoso desde o fim da carreira do Professor Alain Prost.


Faltam dois ovais (um longo e um médio) e dois mistos (ambos ultra-mega-sinuosos e traiçoeiros) e tanto Power quanto Pagenaud tem bons currículos em mistos sinuosos e regular/mediano rendimento em ovais longos e médios. Pelos cálculos matemáticos do Instituto Tony Hulman de Indyanismo, Simon precisa de mais duas vitórias e dois TOP 5 para se sagrar campeão da centenária categoria. Power e Helio (que está mais de 100 pontos atrás do francês, na terceira posição) necessitam de no mínimo dois abandonos de Pagenaud para evitar que a Astor Cup não vá para a terra de Napoleão.  

Enquanto o milagre não acontece, fique com uma boa entrevista com nosso mito fanático por Ayrton Senna: