APROVADO! - No começo desse projeto ousado muitos indyanistas foram contra, eu me levantei contra, era uma ideia no máximo idiota. Blasfemaria contra o mês de maio, gritaram os mais radicais; eu não sou radical. Daí conversei muito com o repórter indyanista Giu e ele disse "não seria contra a ideia se fosse marcada essa corrida para finalizar a temporada, para decidir o campeão". Com esse formato, o projeto parecia mais atraente aos meus olhos. Entretanto, compensaria tirar Fontana da final do Campeonato? Talvez não, talvez um oval veloz e extremo como aquele seja a melhor opção para testar os postulantes ao título.
Algum tempo depois, mais madura a ideia de como seria a inclusão da corrida do misto no calendário 2014, comecei a aceitar com mais naturalidade o projeto, que, acredito, será um sucesso. A primeira amostra de como ficou o misto remodelado vem do vídeo onboard que a página da Indy no Youtube acabou de lançar, sendo o piloto Tião Bourdais da KV.
Informação importante: não usaram aquela parte rápida do "curvão" do oval de Indianapolis porque a Firestone alertou para riscos de acidentes devido ao desgaste excessivo dos seus pneus naquele ponto da pista. Dessa forma a Indy resolveu utilizar o trecho onde final do traçado onde corre a MotoGP.
Sem as frescuras da FIA o traçado ficou simples e veloz. Detalhe para os pneus cantando durante as curvas mais fechadas!
Colocarei uma onboard com o traçado antes dessa reforma para a Indy. Hamilton ao volante, ano de 2007.
INTERESSANTE - Vídeo com tela dividida para comparar o realismo do jogo FORZA 5 com a realidade propriamente dita, na pista de Long Beach. A realidade venceu, é claro!
A REDENÇÃO DO CAÇADOR! – Em Long
Beach ele foi escarrado e cuspido por metade do grid. O acusaram de ter feito
uma manobra de novato, algo que um campeão de alto nível não deveria ter feito naquele
momento da corrida. Até seus companheiros de equipe disseram que Hunter-Reay
havia cometido uma bobagem monstruosa, uma "cabacice". O dono do seu time também não poupou críticas a ele.
Mesmo assim, inclusive assumindo publicamente seu
erro, Ryan não deixou de acrescentar após Long Beach “...mas não vou mudar meu estilo por causa disso, porque esse é o meu jeito
de guiar um indycar e quando perceber que existe chance para ultrapassar o
carro da frente, eu tentarei passar porque eu penso na vitória, eu sou
agressivo”. E o Caçador impôs muito da sua agressividade na forma de guiar
nesse fim de semana quando conquistou sua primeira vitória no ano, a décima segunda
em toda sua carreira na Indy!
O filho de Hunter-Reay e a mão na "arma"
A bordo do carro amarelo da DHL, o Caçador mirou
sua arma para os rivais a sua frente desde o inicio da prova na encharcada
pista sinuosa de Barber, sendo Hinchcliffe a primeira vítima da caça. Acredito
que Will Power também sofreria alguns “tiros” do Caçador, porém, evitou o
confronto no momento em que errou e saiu da pista, quase batendo na barreira de
proteção. Quando retornou da relva verde Poderoso Will já estava em segundo e via
de longe o carro amarelo da Andretti partindo para sua segunda vitória na terra
do Lynyrd Skynyrd. E daí pra frente só o mito Saaaaaaavedra tirou a liderança
de Ryan por algumas voltas, até ser abatido no meio da testa por uma ultrapassagem
covarde de um carro com pneus slicks contra o carro da KV com pneus de chuva em
deterioração e com outra estratégia de combustível.
Saaaaaaaavedra liderando em Barber,
momento histórico (créditos para Matheus, do Indycenter)
O Caçador depois dessa vitória, na classificação do campeonato, já
aparece em segundo lugar atrás apenas de Will Power, que fechou a prova de
Barber na quinta posição. Aliás, os três carros da Penske obtiveram resultados
abaixo do esperado para o padrão do time de Roger, sendo que Helio e Montoya
sequer ficaram no TOP10. Contudo, a parte inicial de Pablito foi muito
promissora, com estilo agressivo numa pista molhada e com momentos
interessantes de disputas intensas contra vários pilotos que estavam nas
primeiras posições. Mas tudo acabou quando ele rodou e ficou na brita, perdendo
uma volta em relação aos líderes. Helio tentou uma estratégia diferente de combustível e se ferrou. Destaque positivo para a corrida de recuperação de Tony com a Ganassi, ele largou em último e conseguiu uma honrosa nona colocação!
8 Melhores do Campeonato da Indy
7 Piores do Campeonato da Indy
A Indy agora volta sua atenção para Indianapolis
e o famigerado mês de maio. Começando com a corrida inaugural do Grande Prémio
de Indianapolis, na pista mista do autódromo, que teve seu traçado modificado
em relação aquele que a Fórmula 1 utilizou anos atrás. A corrida será no dia 10
de maio e terá uma largada parada, no mesmo estilo da categoria europeia que
não corre em ovais. Mas as atividades começam amanhã, com Jacques Villeneuve e
Kurt Busch testando no oval e na quarta-feira haverá uma sessão de testes da
Indy no novo misto.
Em busca da consagração
definitiva em Indianapolis!
Comemorem, ó indyanistas, porque o mês de maio
está enfim sobre nós.
Franzoni e Enerson se cumprimentam depois do épico duelo na chuva
BRASIL-IL-IL - É verdade que a câmera onboard não foi instalada numa posição agradável para quem sentar na frente do computador para assistir o vídeo. A pista muito molhada e o constante esguicho de água dificultam ainda mais a visualização das ações dos carros. Porém, se você der uma entortadinha no pescoço, olhar assim meio de lado, apreciará uma bela disputa entre o brasileiro Victor Franzoni e o americano RC Enerson.
MITO REX! - Como piloto, Rex
Mays foi mais complexo do que os carros que guiava; como pessoa, ele tinha a fama
de ser um sujeito imparcial, virtuoso e airoso. Nascido em Riverside, em 1913, Rex logo se tornou o piloto a ser batido nas
pistas do sul da Califórnia. Ele ganhou o Pacific
Coast Championship da AAA em 1934 e 1935 (uma espécie de “Indy Lights” do
período), e foram essas conquistas que o levaram a ter chance de correr nos
potentes carros da Indy em 1934. Sua segunda corrida em Indianapolis foi típica
de um novato rodeado pela sorte: Mays fez a pole e liderou até o momento que problemas
mecânicos afetaram o rendimento do seu carro, pouco depois da metade das 500
Milhas percorridas.
Rex participou
doze vezes da tradicional prova em Indianapolis e, embora a vitória tenha lhe escapado sempre nas 500 Milhas, foi Rex o primeiro piloto a fazer quatro vezes a pole (1935, 1936, 1940 e 1948), e esse recorde ficou solitário
até vinte sete anos depois de sua morte, quando AJ. Foyt finalmente o igualou. Rick Mears só iria quebrá-lo 41
anos depois. Apesar dos vários azares que teve durante as 500 milhas, o piloto californiano chegou duas vezes em segundo
lugar (1940 e 1941) e marcou um sexto em 1947, sendo esses seus
melhores resultados. Mays liderou as 500 Milhas por nove vezes dentro dessas doze edições, somando um total de 266 voltas na liderança.
Mas foi fora de
Indianapolis que Rex Mays se transformou em um herói para os jovens indyanistas
fanáticos por corridas naquela época. Entre 1934 e 1949, ano de seu acidente
fatal, Mays anotou 57 largadas pela Indycar sancionada pela AAA, alcançando 8
vitórias (todas em ovais de terra, as famosas dirt tracks), 8 vezes em segundo lugar (seis vezes em ovais de
terra e duas vezes em oval asfaltado), 3 vezes em terceiro lugar (duas vezes em
oval de terra e uma vez em pista mista, mais especificamente em Westbury pela Vanderbilt Cup) e 3 vezes em quarto
lugar (todas em ovais de terra). Além disso, Rex tem a expressiva marca de 19 poles
ao longo de sua carreira e, mais importante de tudo, ser bicampeão do
campeonato da Indy, em 1940 e 1941, contra Ted Horn e Wilbur Shaw, que eram outras lendas do automobilismo americano.
Tazio Nuvolari ficou
tão impressionado com o talento de Mays que disse na época da participação do
americano na Copa Vanderbilt “penso que o
resultado da corrida poderia ter sido diferente se Rex Mays tivesse um carro de
Grand Prix adequado ao invés desse velho Alfa Romeo”. Nesse período das
corridas de Grand Prix o domínio era dos carros patrocinados pelo governo
alemão, Auto Union e Mercedes, e o feito de Mays deixou uma impressão excelente
para aqueles que acompanhavam o automobilismo ao redor do mundo.
Vanderbilt Cup de 1937 em Nova York
Outro fato
marcante na carreira de Rex aconteceu em 1948 no famoso oval de uma milha de
Milwaukee. Mays lutava pela liderança da prova quando o piloto Duke Dinsmore perdeu
o controle do carro e foi arremessado para o meio da pista (naquele tempo não
se usava cinto de segurança). Para não estraçalhar o corpo ferido de Duke, indefeso
no meio de uma nuvem laranja de poeira, Rex jogou seu próprio carro no muro e
depois arriscou a própria vida ao sair do carro e direcionar o tráfego dos
demais carros para longe de Duke até que o resgate socorresse o piloto. Uma
placa foi colocada no muro da pista para comemorar heroísmo de Rex Mays.
Placa em homenagem a Rex Mays
por salvar a vida de Duke Dinsmore, Milwaukee
Porém, em 6 de
novembro de 1949 chegava ao fim a gloriosa e emocionante carreira desse mito da
Indy. Rex Mays participava da corrida em Del Mar (na Califórnia), lutava como
sempre por ultrapassar seus oponentes, quando na décima terceira volta a roda
do seu carro travou em um barranco de terra na parte interna da pista e seu
carro capotou. Sem cinto de segurança, Rex foi jogado para o meio da pista. Johnny
Parsons conseguiu escapar pelo lado de fora. Mas George Connors e Paul Russo, que
vinham logo atrás, não conseguiram evitar o atropelamento do corpo prostrado de
Mays. Rex já estava morto quando o resgate chegou para socorrê-lo.
Sequência de imagens do acidente fatal
de Rex Mays em Del Mar, Califórnia
Então com 36 anos
de idade, Mays deixou para trás sua mulher de 16 anos, Dorothy, e dois filhos
pequenos. Os dirigentes da Indy posteriormente usaram seu nome para nomear
corridas em Milwaukee e Riverside, terra natal do piloto californiano.
Rex Mays em seu último momento antes da morte
Depois desse acidente de Rex o uso de cinto de segurança passou a ser item obrigatório nos carros da Indy.
CARRO-CACHAÇA WINS! - Quando Ed
Carpenter desistiu de participar do campeonato completo da Indy e contratou o
britânico Mike Conway para guiar o “carro-cachaça” number #20, uma revelação me foi enviada por "Jesus" Foyt com sua voz rouca e profética:
“Essa é a união perfeita entre dois
pilotos deficientes - um que não sabe virar pros dois lados e o outro que tem medo de virar só para
a esquerda -, essa será a surpresa de 2014 nas pistas mistas e ovais!”
Mike tinha feito
na temporada passada sete corridas na Indy, antes de ser contratado por Ed. Sem
contar nessa lista de corridas, é claro, os temíveis ovais. Nessas suas sete participações o britânico
marcou: uma vitória com uma Dale Coyne (o mesmo carro que a Bia guiava, inclusive ele tava pintado com as cores do posto Ipiranga quando Mike venceu em Detroit e na segunda prova pegou um terceiro lugar), dois pódios e quatro TOP 10. Nada mal para alguém que
corria esporadicamente na categoria. Era o homem ideal para tornar a Ed
Carpenter Racing (ECR) uma ameaça real em qualquer tipo de traçado para as dominantes Ganassi, Penske e Andretti.
E ontem essa
ameaça monstruosa apresentou suas cartas em Long Beach. Conway teve paciência budista para esperar a
decisão difícil que Dixon teve que tomar: reabastecimento faltando três voltas
da bandeira quadriculada. Oh, shit, Kiwi! Essa paciência budista faltou ao Caçador
quando ele atabalhoadamente provocou um acidente que tirou da prova, numa
tacada só, Newgarden, Sato, Hinch, Hawk, TK e ele mesmo. De um lado, Sarah
Fisher esmurrou o monitor, enfurecida, emputecida; do outro, um Michael
Andretti com semblante de decepção ao ver seu piloto cometer uma cagada gigante que tirou dois de seus
carros da pista no momento em que a Andretti estava afiadíssima para fazer uma
dobradinha.
A “meleca”
do Caçador em Long Beach
Todo esse caos,
característico das pistas de rua da Indy, permitiu ao time de Ed, com uma boa
estratégia de troca de pneus e reabastecimento, galgar posições preciosas no
competitivo pelotão da frente e se posicionar em um confortável segundo lugar
faltando menos de 15 voltas pro fim. Daí pra frente Dixon liderou sempre
pressionado por Mike e Power, até faltar duas voltas e a Ganassi chamá-lo para
o reabastecimento, dando a vitória nas mãos de Conway. O time de Ed teve um
papel decisivo ao ordenar que o piloto britânico não atacasse Dixon, pois o
time de Chip se movimentava nos pits para fazer reabastecimento no carro #9.
"Niki" Conway comemorando
"Eu nunca
venci uma corrida no início da temporada", disse Carpenter emocionado.
"Normalmente nosso time ganha no final do ano. Então isso é muito
emocionante e mostra que a nossa decisão valeu muito a pena."
Homenagem que o time ECR fez ao falecido piloto da Nascar Jason Leffler em Long Beach.
A contratação de
Mike deu a Ed flexibilidade, liberdade e capacidade para se concentrar mais no
lado empresarial do time ECR, fator esse que proporcionará a Carpenter contar com um
segundo carro nas 500 Milhas de Indianápolis de 2014. JR “Walldebrand” tentará
sua redenção justamente em um time redentor de pilotos até agora! Ano passado Ed conquistou a pole das 500 Milhas, porém, como uma equipe de um carro apenas, não
tinha ninguém para trabalhar junto os ajustes do carro durante os preparativos
para a corrida e ele conseguiu só um honroso 10º lugar.
A próxima etapa da
Indy é no Alabama, terra da banda Lynyrd Skynyrd. Sabe qual é o currículo de
Mike lá?
Em 2010 largou em 2º e terminou em 9º
Em 2011 largou em
16º terminou em 22º
Em 2012 largou em 4º
terminou em 7º
Em 2013 Mike não
correu em Barber
Em 2014: um dos
favoritos?
Mike e a namorada em Long Beach
"Nós temos um
bom grupo de pessoas. Grandes engenheiros a bordo e que estão trabalhando muito
duro. Se você tem essa coesão e a ‘fome de vencer’ dentro
da equipe, você pode definitivamente alcançar qualquer coisa." finalizou o bicampeão de Long Beach.
MAIS UM - Da série "Homenagens aos tempos áureos da Indycar". Escolhi uma foto da década dourada da prova mais importante do automobilismo americano, pouco antes da largada. Com destaque para a velocidade média obtida por Parnelli Jones. Fiz questão de converter milhas por quilômetros porque muitas vezes as pessoas parecem não perceber ou entender o quão velozes eram esses carros naquela época. Mais detalhes sobre essa edição das 500 Milhas você encontra a seguir:
MARAVILHA! - Esse é o modo atual mais espetacular para se ver toda dificuldade do piloto guiar um Indycar em ruas estreitas. É aumentar o som e curtir!
ERA DE OURO! - A 52º edição das 500 Milhas de Indianapolis foi realizada numa quinta-feira em 1968. Segundo ano que o carro STP turbina de Andy Granatelli dominou a prova, mas na volta 174 o motor turbina de Lloyd Rubi falhou deixando a chance de vitória para a Lotus 56 guiada por Joe Leonard. Entretanto, na volta 190 foi a vez do carro de Leonard falhar e a vitória assim cair no colo do sortudo e sempre constante Bobby Unser. Esse foi o ano em que pela última vez na história participou da corrida um carro de motor dianteiro, o piloto que o guiou foi Jim Hurtubise.
NÃO PERCA! - Slater é um conhecido artista americano que trabalha em diversas áreas das expressões artísticas. Para se expressar ele utiliza fotografia, cinema, desenho, pintura, vídeo, etc, na produção da arte que percebe no mundo. Apelidado de "o rei não intencional do acaso" Bradley foi convidado pelo amigo Townsend Bell a participar das 500 Milhas de 2012, ainda quando Barrichello estava por lá e justo naquela edição em que o Sato perdeu pro Dario a corrida da sua vida, e evidentemente que quando um artista desse nível participa de um evento tão fascinante como as 500 Milhas só poderia rolar uma nova "obra-de-arte" admirável tanto visual como sonoramente!
Slater Bradley e, de chapéu, Ed Lachman
Você é fã de Indy? Então não perca a entrevista completa com Slater Bradley e o vídeo completo com essa obra magnífica relacionada a Indianapolis NESSE LINK da Forbes
CONHEÇA A "MÔNACO DA AMÉRICA" -Volta dada por Graham Rahal ano passado em Long Beach e que serve para substituir nesse ano a volta virtual da IZOD. Melhor assim, não acha?
HOMENAGEM - De Tony Kanaan a seu pai, falecido há vinte seis anos atrás. Emocionante.
"Há 26 anos neste dia vc se foi. Nao me esqueço nunca do seu pedido pra mim: 'Filho cuide da sua mãe e sua irmã e nunca pare de correr'. E assim venho levando a minha vida cumprindo com a minha promessa. Não tem um dia que não penso em você. Saudades meu amigo."
NOVIDADE EM HINCHTOWN - Que Hinchcliffe é o sujeito que melhor "vende" sua imagem de piloto "nova geração" entre aqueles que compõe o grid da atual temporada da Indycar Series não há dúvidas. James criou uma cidade virtual chamada HINCHTOWN onde se autoproclamou "O prefeito". É através desse site que o piloto interage com seus fãs e lança vez ou outra alguma promoção ou alguma brincadeira. E se você for fazer uma visita virtual em Hinchtown não se esqueça de experimentar a novidade de hoje na cidade:
MUITO A MELHORAR - Montoya terminou a etapa de St. Pete da Indy em um modesto 15º lugar. Foi, na minha opinião, um desempenho fraco do colombiano que fez uma corrida burocrática e sem grandes ousadias. Porém, temos que esperar a adaptação do piloto veterano, foi só a primeira corrida, e todos sabem que a exigência física de uma corrida de rua guiando um Dw12 é muito além do que estava acostumado a aguentar na Nascar o corpo "atlético" de Pablito. É bem provável que Montoya melhore seu rendimento a partir das 500 Milhas, como foi para Allmendinger ano passado e que teve seu melhor resultado em um oval. Entretanto, esse vídeo não deixa de ter momentos interessantes da participação de Juan no GP de St. Pete: uma largada boa, uma disputa contra Pagenaud e o ataque sensacional do Marco na reta principal com Jack Hawk se aproveitando da situação. Montoya foi engolido pelos dois!
SE TIVER QUATRO RODAS... - Esse simpático francês que disputa a temporada 2014 da Indy é capaz de guiar e guiar com muita habilidade e, principalmente, velocidade. É raro hoje em dia os pilotos, no geral, se arriscarem fora de uma determinada categoria que consideram "o topo" de suas pretensões. Antigamente Foyt, Mario, Bettenhausen, Dan Gurney, Emerson, entre outros, se arriscavam em diversas categorias da época fosse o que fosse - fosse NASCAR ou protótipos ou midgets. Só uma coisa importava: guiar e se divertir.
Lógico que o mundo hoje não é mais tão romântico para os pilotos de carro, que na nossa atualidade os pilotos assinam contratos que muitas vezes vetam participação em eventos que fujam de uma determinada agenda de compromissos que custa geralmente milhares de dólares pros envolvidos. Também é lógico que muitos pilotos nem se importam em demonstrar o quanto conseguem ser versáteis e habilidosos em diversos equipamentos do automobilismo.
Mas para nossa sorte existe hoje Simon Pagenaud que disponibilizou no Youtube vários minutos com onboards especiais em cada uma das categorias que já correu. Quem teve um papel importante na carreira de Simon foi o brasileiro Gil de Ferran, com quem o francês disse ter adquirido muitos aprendizados importantes para seu desenvolvimento como piloto. Aproveite a diversão!
Pagenaud guiando o Peugeot 207
com o qual iria vencer, nessa mesma pista,
o Rallye National de laVienne, na França, 2014
Pagenaud guiando um carro de Fórmula Indy
da equipe Sam Peterson Motorsports em St. Pete, 2014
Pagenaud guiando um carro da Highcroft Racing com motor Honda, ALMS, 2011
ERA 1987 - O grid contava com os seguintes nomes: Mario Andretti - que venceu esse Grande Prêmio de Long Beach -, Al Unser Jr. - 'The KING' de Long Beach - em segundo, o mito setentista Tom Sneva em terceiro, menino Michael em quarto, Josele Garza em quinto, Chip Robinson em sexto, Didier Theys em sétimo, Randy Lewis em oitavo, o super Rick Mears em nono e Jeff MacPherson fechando o TOP 10.
O restante do grid, do décimo primeiro ao vigésimo quarto, foi: Tony Bettenhausen Jr., Roberto Guerrero, Rocky Moran, Arie Luyendyk, Ludwig Heimrath Jr., Geoff Brabham filho do tricampeão de F1 Jack Brabham (e pai do atual piloto de Indy Lights Matthew Brabham), Fabrizio Barbazza, Kevin Cogan, Emerson Fittipaldi, Dick Simon, Dennis Firestone, Danny Sullivan, o mito setentista Johnny Rutherford e fechando em último lugar o carequinha Bobby Rahal.
Outra coisa interessante desse vídeo é a transmissão dinâmica da Bandeirantes, que na época se esforçava para trazer a Indy para o Brasil. Aliás, se tem algum mérito o Luciano do Valle foi o de sempre acreditar nesses esportes americanos que ele insistiu muito em acrescentar ao final de semana da emissora da Família Saad. Pessoal da Indy e do futebol americano deve e muito a esse ilustre senhor, que como você poderá conferir narrava que era uma maravilha!
Voltando a prova de 1987 em Long Beach, repare as diferenças monstruosas que os carros ficavam uns dos outros nesse período da CART e mesmo assim as arquibancadas estavam lotadas, abarrotadas, repare isso nas imagens do vídeo. Muita gente diz que Tony George foi o principal responsável pela destruição dos monopostos americanos, mas acredito que além dele um fator que acabou ajudando no declínio da categoria foi a falta de novos personagens interessantes para o grande público se apegar, torcer, apoiar e querer assistir todos os domingos. Não temos mais Mario, Bobbys, Unsers, Michael, Mears, Emerson, Sneva, Rutherford, entre outros, e quando seus filhos e parentes tentaram alguma coisa nas pistas da Indy sempre o fracasso acompanhou essas tentativas dos sobrenomes famosos.
Quando vemos Marco e Graham recheando o meio do grid em diversas corridas da atualidade tomamos consciência da falta que faz um sobrenome familiar demonstrando na pista que "o sobrenome tem poder" para que a mídia casual de esportes faça uma publicidade extra da categoria e ajude em seu crescimento entre fãs casuais. O título de Hunter-Reay, mesmo sendo americano, não causou impacto nenhum na grande mídia americana, o que seria completamente diferente caso fosse Marco. No mundo perfeito, Marco seria campeão três vezes seguidas campeão de Indianapolis e tetracampeão do Campeonato da Indy, e assim logo associariam sua imagem às glórias do avô e do pai na Indy e F1; e os fãs de Michael e Mario, que hoje em dia nem gostam mais de Indycar, com certeza se interessariam em acompanhar as habilidades do novo Andretti campeão. Entretanto... Marco é só mediano e provavelmente encerre a carreira na Indy sendo só um piloto médio.
As rivalidades familiares somadas aos grandes pilotos surgidos nas dirt tracks da USAC sempre moveram a Indy no passado. Já o presente momento...
DEMONSTRAÇÃO - De como é fácil guiar um carro de Indy na atualidade. Curvas para o mesmo lado, poucos esforços, pistas lisinhas para evitar barbeiragens dos "braço-duro" da categoria, enfim, não se salva um. Moleza guiar nessa categoria de monopostos americana que só corre em ovais.
NO DIA DO TRABALHO - Era dia 2 de Setembro de 1946 e o promotor de corridas Sam Nunis resolveu levar para o famoso e traiçoeiro oval de terra de Lakewood, Atlanta, uma corrida com carros de Indianapolis. O evento contaria com grandes nomes do automobilismo americano do pós-Guerra como o mito das "dirt tracks" Ted Horn (ganhador do Campeonato de Indycars sancionado pela AAA em 1946, 1947 e 1948; Horn marcou em sua carreira 24 vitórias, 12 vezes em segundo lugar e mais 13 vezes em terceiro. Ele só não foi mais glorioso porque morreria no dia 10 de Outubro de 1948 disputando uma corrida no clássico oval de terra de DuQuoin State Fairgrounds Racetrack, região próxima onde nasceu o personagem Michael Myers de John Carpenter rs), o inglês George Robson campeão da primeira 500 Milhas de Indianapolis depois da Segunda Grande Guerra (que ocorreu meses antes dessa etapa) e o popular ciclista texano George Barringer.
Foto da esquerda: Barringer/ foto da direita: Robson
Nesta corrida em Atlanta, anunciada pelo promotor Nunis como "a Indianapolis do Sul", os competidores usariam carros antigos da Indy já que a escassez de recursos naquele período de reconstrução da economia mundial era grande e o jeito foi reaproveitar o que tinham disponíveis nas garagens dos times. Com isso, George Robson acabou competindo no carro que foi campeão das 500 Milhas de 1938 guiado por Floyd Roberts. O problema é que foi nesse mesmo carro que Floyd havia morrido em 1939, disputando as 500 Milhas, como você pode ver nesse vídeo AQUI.
Também foi convidado a participar da corrida o ciclista texano George Barringer, que havia feito meses antes as 500 Milhas de Indianapolis de 1946 com o famoso "Tucker Torpedo Special" de motor traseiro, construído por Harry Miller. Mas Barringer não teve sorte nessa sua tentativa em Indianapolis já que poucas voltas depois da largada seu carro abandonaria devido a uma falha mecânica irreparável. Porém, para o evento de Lakewood, Barringer não guiaria o carro de Miller e sim um carro feito pelo tricampeão de Indianapolis, o mitológico Wilbur Shaw. Com esse modelo de 1937 Wilbur havia conseguido uma vitória nas 500 Milhas de 1937 e um segundo lugar no ano de 1938. Ao todo eram três carros no grid para a Lakewood 100 que haviam vencido as 500 Milhas de Indianapolis, sendo esse um dos motivos que fez o esperto promotor Sam Nunis explorar a prova como a "Indianapolis do Sul" durante seus eventos promocionais.
Contudo, diferente de Indianapolis, a pista de Lakewood tinha algumas características que deixava ela traiçoeira e perigosa para carros tão velozes quanto eram os carros de Indianapolis na época. Uma das características preocupantes dessa pista para a corrida do Dia do Trabalho de 1946 era que o barro do antigo traçado estava desgastado demais e isso contribuiu para que quando os pilotos completassem as primeiras voltas da corrida mais ninguém da arquibancada ou de qualquer outro ponto do lugar conseguia distinguir com clareza o que se passava com os carros que duelavam freneticamente em meio a uma imensa nuvem de poeira alaranjada.
O ingrediente perfeito para o "big one" maligno estava acrescentado ao destino de alguns pilotos.
Faltando poucas voltas para o fim da corrida, o piloto Billy DeVore teve problemas no motor do seu carro de cor laranja similar a cor das abóboras que costumamos ver no dia das Bruxas americano e entrou nos boxes. Porém, o dono da equipe, querendo uma premiação maior para o carro, exigiu que o piloto voltasse para a pista e finalizasse a corrida no melhor lugar possível. Essa foi a ganância que custou duas vidas.
DeVore, então, saiu dos boxes e se posicionou na linha inferior do traçado oval, a fim de não atrapalhar quem estivesse mais rápido e ainda assim conquistar uma melhor colocação para o carro. O carro de Billy estava bem mais lento que os demais, a poeira alaranjada não permitia uma boa visibilidade para ninguém e George Robson que vinha atrás de DeVore não conseguiu observar a tempo a situação crítica do carro laranja para desacelerar e ultrapassar sem maiores danos. Ao contrário, quase em cima de DeVore, George instintivamente tirou seu carro para a direita, tentando no último momento evitar a colisão, e nesse desvio de rota atingiu o carro de Barringer. O contato lateral das rodas foi inevitável entre os dois carros.
O carro desgovernado de Robson ricocheteou no carro de Barringer a mais de 100 milhas por hora e voltou para a linha interna, acertando em cheio o carro lento de DeVore. A pancada foi tão monstruosa que o carro de DeVore capotou várias vezes e terminou de cabeça para baixo em uma vala com três metros de água parada, na parte interna da pista. Fãs que invadiram a pista após o acidente conseguiram resgatar DeVore.
Destino mais terrível teve o então atual campeão de Indianapolis neste acidente: enquanto o carro capotava seu corpo foi arremessado para o meio da pista e seu corpo atropelado por no mínimo dois carros que cruzavam os destroços em meio a nuvem de fumaça e poeira. Barringer, que teve o contato inicial com Robson, bateu no muro e ficou atravessado na pista até ser atingido em cheio por Bud Bardowski, que mal sabia da carnificina que acontecia dentro daquela nuvem laranja de poeira. Bardowski arrastou o carro de Barringer por centenas de metros até parar em frente aos pits.
Bardowski e DeVore saíram com vida do acidente, sem lesões graves pelo corpo: Bud com cortes faciais e Billy com uma clavícula quebrada. Já Robson e Barringer não tiveram a mesma sorte, ambos mortos em consequência de terríveis lesões, principalmente Robson que foi estraçalhado na pista depois do atropelamento.
Ted Horn, que liderava a prova até o momento do acidente, bateu em alguns destroços espalhados na pista, estacionou o carro e tentou fazer sinal para que os demais pilotos diminuíssem a velocidade para não se envolver no acidente. Horn, depois de voltar ao cockpit e terminar as voltas restantes, foi declarado vencedor da Lakewood 100, poém, depois de uma semana a vitória foi dada a George Conner, que protestou contra o resultado final.
A última corrida realizada em Lakewood foi em 1979 e hoje restam poucos trechos da antiga "Indianapolis do Sul". No lugar onde Robson e Barringer perderam suas vidas existe hoje um estacionamento de teatro.
Trechos da prova trágica de 1946
Ironia ou coincidência, esse ano a Indy terminará exatamente no Dia do Trabalho, no oval de Fontana!