terça-feira, 25 de outubro de 2016

O Foytista: o que esperar do meu time na Indy para 2017?



O TIME FOYT - Teve uma temporada medíocre em 2016. Foram apenas cinco resultados dentro do TOP 10 em 16 corridas disputadas com dois carros. E todos os bons resultados do time foram conquistados por Sato. Jack Hawk, exceto pelo 11º lugar nas corridas de St. Pete e Road America, teve o ano mais terrível da carreira, talvez o "canto do cisne" dele na Indy. O jovem piloto britânico, que ganhou destaque quando guiava pelo time do Herta em 2014, marcou três 19º lugar, cinco vezes abaixo do 20º lugar e um desprezível 31º lugar nas 500 Milhas de Indianapolis. Fez 229 pontos e foi o último colocado entre os pilotos que fizeram todas as corridas! 


Takuma fez boas corridas em Long Beach e Toronto (tradicionalmente o japonês anda bem nas pistas de rua da Indy) e decepcionou nos circuitos ovais (nenhum TOP 10) e nos circuitos mistos (de bom mesmo só o 9º lugar em Mid-Ohio), como geralmente faz durante as temporadas da Indy. Nas 500 Milhas de Indianapolis, Sato só conseguiu chegar com o #14 no miserável 26º lugar. BLASFÊMIA!!! Então, A.J. e Larry Foyt cansaram e prometem remodelar todo time!

O primeiro passo para 2017, no time Foyt, será trocar o aerokit/motor da Honda pelo aerokit/motor da Chevy. O acordo de troca ainda não foi anunciado oficialmente, mas é questão de tempo isso ocorrer até porque o próprio A.J., em entrevista recente, já informou que a mudança é inevitável. E como no ano que vem o desenvolvimento do aerokit será congelado, a possibilidade de melhores resultados pro time do Messias é maior usando o conjunto da Chevy.


O segundo passo será escolher uma nova dupla de pilotos. É certo que Jack Hawk não renovará e que Sato não guiará por um time de aerokit/motor com a marca da Chevrolet. Dessa forma, temos dois cockpits vazios para fazer a temporada completa, além do carro #48 pras 500 Milhas de Indianapolis. O nome mais forte, nos bastidores, para assumir o #14 é de um colombiano. 

Carlos Muñoz, que ainda não assinou contrato com a Andretti, é , na minha opinião, o piloto preferido de A.J. e Larry para assumir a vaga. O motivo maior é a qualidade de Muñoz em Indianapolis. Desde 2013, quando foi o rookie do ano nas 500 Milhas, Muñoz se destaca ano após ano como um dos candidatos mais fortes para vencer o maior espetáculo das corridas no futuro (em quatro participações em Indianapolis, Carlos anotou dois 2º lugar e um 4º lugar). Esse é o motivo que faz dele o favorito para comandar a esquadra da Família Foyt. 



Para o segundo carro, as possibilidades são infinitas no leque de opções que tem A.J. e Larry. Poderá ser piloto de fora da Indy comprando a vaga depois de findar a grana que injetava nos monopostos europeus, poderá ser algum garoto que veio do Road To Indy e que está sem correr há algum tempo, poderá ser um veterano bicampeão de Indianapolis recém dispensado do time grande, enfim, as variáveis são inúmeras. Torço para que escolham dois dos meus pilotos preferidos na Indy (e que acompanho as carreiras desde 2012): Sage Karam para o #14 e Matt Brabham para o #41, além do bicampeão de F1, Fernando Alonso, assumindo o #48 nas 500 Milhas de Indianapolis. Lógico que é sonho (principalmente o Alonso guiando pro meu Messias), mas enquanto nada oficial for anunciado sonhar está valendo para qualquer foytista!


domingo, 16 de outubro de 2016

Pagenaud conquista a Astor Cup 2016


NA INDY - Qualquer temporada deve ser analisada sob a ótica da meritocracia. Meritocracia é o predomínio numa sociedade, organização ou grupo, daqueles que têm mais méritos (os mais trabalhadores, mais dedicados, mais bem dotados intelectualmente, etc.). Repassando a ideia para a disputa da Astor Cup de 2016 concluímos que de fato foi Simon Pagenaud o melhor piloto do certame, o que teve mais mérito em conquistar o primeiro lugar na tabela depois da última etapa em Sonoma, o que foi mais regular durante todo ano, o que venceu mais corridas, o que fez mais poles. Foi uma temporada "sennista" para o Sapo


Esse ano SHOWnoma virou SONOma e a corrida, infelizmente, teve o triste aspecto de "final de feira". Com o problema de Will Power antes da metade da prova, e o domínio absoluto de Simon desde a largada, a corrida serviu mesmo para que alguns dormissem e outros admirassem a qualidade do fenomenal piloto francês lutando a cada curva para manter seu ritmo feroz e implacável. Eu amo o traçado de Sonoma, um dos mais desafiadores da temporada (se duvida pegue seu PlayStation 2, ligue-o e busque jogar nessa pista no jogo "Gran Turismo 4", será diversão garantida), mas sei que muita gente torce o nariz pelo final da temporada ser numa pista mista com poucos pontos de ultrapassagem. Não estão errados em reclamar, a final do campeonato deveria ser mesmo em um circuito oval do tipo de Iowa ou Texas.

E por qual razão a final da Indy deveria ser sempre em ovais? Na minha opinião, devido a maior a imprevisibilidade que cercaria o resultado da corrida, apesar daquele impressionante ritmo de Newgarden em Iowa e o domínio do Prefeito na segunda parte do Texas. Porém, meter o final da temporada em uma pista complexa como Sonoma, onde o resultado da corrida se define muito durante os treinos classificatórios, tinha grande chance de gerar monotonia, e gerou. Mais ainda quando o oponente de Pagenaud teve problema de câmbio. Daí já era pro gaiteiro!



Voltando a Sonoma, Pagenaud é um campeão de monopostos à moda antiga, se fizermos uma analogia com aquele esquadrão de pilotos sessentistas dos anos 60 que começaram a buscar aventuras e conquistar vitórias por todo tipo de pistas e carros disponíveis, participando ativamente dos campeonatos mais importantes que existiram/existem sobre a face do Planeta. Fosse em Peak Pikes Hill Climb, Indy500, GP de Mônaco, Daytona ou Le Mans, lá estavam Unsers, Foyt, Andretti, Gurney. Simon tem o tipo de DNA desses sujeitos, sem exagero, ressalto. E esse foi um dos motivos que me levaram a prestar mais atenção no talento do francês quando ele fazia aparições ocasionais na Indy em 2009.

Demorou quase UMA DÉCADA para ele subir degraus na categoria, chegar a uma equipe de ponta com o talento demonstrado no excepcional Campeonato que fez em 2014 com o pequeno time SPM e ganhar a Astor Cup. Uma década de lutas, derrotas, sustos, desilusões e experimentos em rally e endurance. Na Indy de hoje poderia ser chamado de "Mario" Pagenaud tamanha sua capacidade para se adaptar rápido a carros e pistas. Contudo, tem ainda uma certa dificuldade nos ovais e até agora não obteve vitórias nesse tipo de traçado. 



Aproveitando o momento de glória do Sapo, deixo no fim dessa atrasadíssima postagem as palavras de Simon sobre seu grande herói e a quem com certeza ele dedica a Astor Cup:

"
Senna foi o meu herói de infância. Mesmo sem o conhecer pessoalmente, ele inspirou toda a minha vida, o jeito de compreender as coisas, o que ele estava pensando, o seu estilo de guiar nas corridas, o foco, a determinação e o poder de concentração." Parece que o pupilo do herói brasileiro enfim cumpriu um dos seus doze trabalhos indyânicos. Restam 11 e o 11 é um número mágico na numerologia do Templo da Velocidade! 


 " - 2017 é logo ali" diria Fernando Vanucci chapado de cachaça!