SEM EXAGERAR - Estamos passando por uma fase bem decadente no que diz respeito a popularidade dos esportes a motor tradicionais. A F1, que é a categoria mais conhecida do mundo, cada vez menos chama atenção das novas gerações de espectadores e seus índices de audiência vão de mal a pior em lugares como o Brasil e em parte da Europa. Muitos reclamam da qualidade dos eventos, dos horários, da acessibilidade aos pilotos nos boxes, reclamam da competição entre as marcas, reclamam muito das ordens de equipe, do policiamento exagerado e das punições exageradas, etc, para justificar o desinteresse pela categoria do Tio Bernie.
Contudo, talvez se as pessoas que apreciam competição a motor tivessem a chance (entenda-se aqui que: a Indy não tem um contrato de transmissão das corridas ao vivo em emissoras populares mundo afora e dentro do próprio EUA) de se ligar nos eventos da Indycar as futuras gerações aprenderiam facilmente a apreciar um estilo de corridas de monopostos competitivo e extremamente equilibrado, com manobras espetaculares e pilotos habilidosos disputando ferozmente cada posição.
Nesse fim de semana, na pista de rally-de-rua de Houston, tivemos duas corridas de alto nível e, ao mesmo tempo, emocionantes para quem acompanha a luta pelo título. Infelizmente a cobertura pífia da Bandeirantes em seus dois canais possíveis para a Indy deixaram a rodada dupla quase que esquecida na memória já defasada do nosso povo fã de automobilismo.
Melhores momentos da Corrida 1, no sábado
Para quem não viu, as duas corridas em Houston tiveram momentos maravilhosos, ultrapassagens sensacionais (Sato sobre Pagenaud debaixo de um aguaceiro é digna de exaltação!), erros estúpidos, equipes pequenas dominantes, times grandes se ferrando - a Indy conseguiu em dois dias ser tão imprevisível quanto um ano inteiro da F1, sem menosprezar as diferenças gritantes entre ambas, mas... o assunto é emoção e fascínio pelas ultrapassagens em condições terríveis, como foi na pista acidentada de Houston. Esse é atualmente o charme mais perceptível da categoria americana que corre em ovais.
Tanto os times nanicos podem fazer poles e conquistar vitórias quanto os times grandes e milionários podem perder pontos preciosos em manobras equivocadas de pilotos veteranos na busca pelo título. E os novatos? Na Indy os novatos podem vencer também, podem fazer pole, um novato pode destruir ou ser destruído sem que para isso precise pagar um zilhão de dólares para estar dentro de uma Mercedes ou de uma Ferrari.
A vitória de Huehuehuehuehuehuertas, no sábado, guiando um carro da clássica equipe nanica do mito Dale Coyne, pode ter sido obra do acaso e não refletir exatamente a conquista de um exímio piloto, porém deixou em evidência aquilo que todos gostariam de ver em outras categorias, não só a F1: oportunidade do pequeno time também alçar voos mais altos. A dobradinha do também time pequeno de Sam Schmitd, no domingo, durante a segunda rodada, apenas reforçou a certeza de que qualquer um entre 23 carros que estão em temporada completa podem vencer uma rodada da Indy
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Melhores momentos da Corrida 2, no domingo
Outra coisa dessas corridas no Texas foi o desgaste excessivo pelo qual passou todos os concorrentes a vitória. Além do calor infernal, olha como ficou a mão de Montoya em consequência de guiar numa pista de rally-de-rua com um carro de 750cavalos e sem direção hidráulica. Asfalto lisinho? Facilidade para fazer uma curva? Sem bumps? Não, isso não existe na Indy que corre em Houston!!!
Mão de Montoya depois da corrida de Houston
Dica para quem vai assistir a segunda corrida: preste atenção no jeito que Poderoso Will conduz sua máquina. É um espetáculo à parte como esse australiano lembra os pilotos mais malucos e exagerados da história. Para quem gosta de show, Power é o lado divertido em uma corrida de Indycar.
Então, fica a dica: quer apresentar corrida de carros para seus filhos/sobrinhos/netos? Comece mostrando esses dois clássicos imediatos dos monopostos americano! Curta SEM moderação o que é divertido na Indy!
COMO FICOU A LUTA
PELO TÍTULO DA TEMPORADA
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