O AMALDIÇOADO? - Mario e Michael transmitiram para Marco só a aparência típica dos Andrettis ou existe no jovem piloto americano algum traço de talento característico desse sobrenome para vencer corridas e campeonatos? Depois de quase uma década tentando a sorte contra Dario, TK, Dixon, Helio, Power, Wheldon, Hunter-Reay, eis que Marco ainda não se afirmou na categoria como postulante a títulos e vitórias como fez meteoricamente Simon Pagenaud, por exemplo; e para piorar o quadro, conquistou somente duas vitórias até agora - mesmo guiando um carro no time do pai, que é uma das mais poderosas equipes da Indy ao lado de Penske e Ganassi.
Sua estréia na Indy aconteceu em Homestead, em 2006, e ele terminou essa prova antes da quadriculada com o carro quebrado. Mesmo assim, ao longo do Campeonato conseguiu vencer, em um famoso "jogo-sujo" do time Andretti, sua primeira corrida, no misto de Sonoma. Só que sua temporada inicial, apesar do Rookie do ano ter sido conquistado, ficou lembrada para sempre pelo final dramático nas 500 Milhas de Indianapolis, quando ele perdeu por meio carro para Sam Hornish e reforçou a ideia de que jamais, depois de 69, um Andretti conseguiria de novo vencer as 500 Milhas.
De lá pra cá, Marco venceu apenas mais uma corrida, em Iowa 2011 e obteve um grande número de abandonos, corridas medíocres, quebras, azares (como em Mid-Ohio semana passada) e muitas frustrações. Seria uma pequena demonstração do famoso ditado "aqui se faz e aqui se paga" depois do caso de Sonoma? Talvez!
A temporada 2014 está chegando perto do seu final e o filho de Michael está 102 pontos atrás do piloto número um da Andretti, Ryan Hunter-Reay; 33 pontos atrás de Carlos Muñoz, que faz sua primeira temporada completa, e só 17 pontos a frente do Prefeito Canadense. Além disso, Hinchcliffe tem 3 vitórias na carreira (todas conquistadas ano passado e correndo pelo time de Michael, chora Marco!!!) e nessa temporada só está atrás do neto do Mario por motivos de azares diversos (GP de Indianapolis manda lembrança ao Prefeito). Dessa forma, o cenário da carreira de Marco, prestes a se tornar o pior piloto do time Andretti na temporada da Indy, ganha contornos de tragédia e novas direções.
Penso que o melhor para Marco é a saída do time do pai, tentar outros horizontes, talvez outra categoria, talvez outro time na Indy, nem que seja um time menor como A.J. Foyt ou KV Racing. Continuar na Andretti é um equívoco a essa altura do tempo que tem Marco como piloto. Seria uma tentativa para alçar conquistas mais altas sozinho e sem conforto do que viver comemorando estar no TOP 10.
Para uma maldição no automobilismo ser quebrada o risco deve ser corrido e o conforto abandonado, assim disse Santo Foyt.
Marco em 2014