A SUPERAÇÃO DE HINCH - Inspiração extra para a centésima edição do maior espetáculo das corridas perigosas!
segunda-feira, 23 de maio de 2016
GP de Indianapolis 2016: Sapo rumo ao título da Indy
TRÊS VITÓRIAS SEGUIDAS - E Pagenaud hoje é o piloto número 1 da Penske e do Campeonato. Depois de um 2015 complicado e com resultados decepcionantes, hoje Sapo é o piloto a ser batido na Indy, herdou a posição de protagonista deixada por Power nessa temporada e parece estar mais do que imbatível em mistos e pistas de rua. Nos ovais Pagenaud ainda precisa de uma vitória para deslanchar. E por falar em Power, que campeonato meia-boca vem fazendo o Poderoso Will, né? Nem perto de lembrar os desempenhos insanos de anos passados. Nem nos treinos livres Power consegue aparecer com frequência entre os primeiros.
A corrida foi a típica corrida em misto com carros de Indianapolis: estratégias contando muito, diversas ultrapassagens entre os carros das posições intermediárias e algumas amarelas para temperar o prato do fim de semana. Com um carro irregular durante os treinos livres e classificatório, Helio Castroneves brilhou e por alguns segundos deixou escapar a primeira posição após Roger Penske e o time Penske dar um show de eficiência e tirar o brasileiro do meio do pelotão para a segunda posição da corrida. De tirar o chapéu!
Na terceira posição veio o Prefeito Hinch e seu carro dourado para lembrar a todos que o canadense está pronto pra lutar por vitórias na Indy e trazer o time de Sam Schmitd de volta aos grandes resultados. Rahal, que largou lá do fundão depois de ser punido, brilhou mais uma vez e deixou registrada outra atuação de gala do jovem piloto com nome famoso no mundo da velocidade.
A cada dia que passa me impressiona mais o desenvolvimento tanto do piloto Graham quanto do time RLL. Entretanto, na minha opinião, falta um companheiro de time e o melhor a ser escolhido é justamente Pigot, que participou no segundo carro do time do tio Bobby Rahal e, diga-se de passagem, foi muito bem no misto de Indianapolis. Spencer terminou em 11º lugar e demonstrou mais uma vez capacidade de chegar a resultados impressionantes se tiver tempo e espaço na categoria. Abre o bolso Letterman!!!
Coisa linda também foi ver nosso amado "time mais pobre da Indy" comandando a corrida com o carro #18 do Dale Coyne por exatas 14 voltas (da volta 46 até 59). Conor Daly, ajudado pelo mestre estrategista Dale, brilhou mais uma vez com atuação destemida diante dos grandes times. Conquistar o sexto lugar depois de ter largado da décima oitava posição é pra aplaudir de pé no templo, Indyanistas!!! Sensacional, Conor!
Dessa forma, Pagenaud abriu uma bela vantagem para o segundo colocado no Campeonato, o tetracampeão Scott Dixon, e se tornou definitivamente o principal dos candidatos ao título de 2016. E mesmo que vá mal em na pista oval de Indiana, em seguida, Pagenaud tem uma rodada dupla em Detroit, lugar onde sempre anda entre os ponteiros. Isso pode proporcionar uma bela vantagem pro francês antes da série de pistas ovais que devem dar uma embaralhada no TOP 5 do campeonato.
Agora é 500 Milhas de Indianapolis! HAJA CORAÇÃO!
CORRIDA COMPLETA (ESPN3 Latina)
CORRIDA COMPLETA (ESPN3 Latina)
Anacronismo em Barber
E SE... - E se os chassis fossem da Lola e da Reynard? E se os pilotos envolvidos fossem Michael Andretti e Jimmy Vasser ou Bobby Rahal e Al Unser Sr. ou Alex Zanardi e Gil de Ferran ou Cristiano da Matta e Paul Tracy? E se a corrida de Barber esse ano estivesse sendo realizada em Portland ou Cleveland, o que diriam vocês nostálgicos e amantes das coisas do passado?
Essa selvagem disputa na sinuosa e bela pista de Barber entre Pagenaud (do time grande, do time rico, do time forte) e Rahal (do time pequeno, do time fraco, do time pobre), depois de um domínio absoluto de Pagenaud por mais da metade da corrida, se fosse em outra época, com outros nomes, ficaria imortalizada na memória dos jovens que estivessem assistindo a batalha. No futuro, eles recordariam entusiasmados da habilidade do francês em voltar da grama e ainda vencer a prova como uma vitória de marca maior e rotulariam esse evento como ímpar em competitividade.
Sim, a nostalgia é sempre mais amigável com as coisas do Passado do que com as coisas do Presente. Percebo que falta aos fãs da categoria, antes de mais nada, prazer em ler a história de cada corrida que vai sendo escrita volta a volta (página por página, capítulo por capítulo) seja em mistos, ovais ou ruas. Os personagens da atualidade parecem desinteressantes, um é francês, outro é um australiano doido, outro é um veterano, mas cadê o Emmerson Fittipaldi? Cadê o Rick Mears? Cadê o Gil de Ferran? Cadê o Arie Luyendyk? Cadê o Raul Boesel? - Será a crise dos trinta, a crise dos quarenta?
Aos indyanistas batizados depois da cisão, eu vos pergunto:
- E se um dia ou uma noite um demônio* se esgueirasse em tua mais solitária solidão e te dissesse: "Esta vida, assim como tu vives agora e como a viveste, terás de vivê-la ainda uma vez e ainda inúmeras vezes: e não haverá nela nada de novo, cada dor e cada prazer e cada pensamento e suspiro e tudo o que há de indivisivelmente pequeno e de grande em tua vida há de te retornar, e tudo na mesma ordem e sequência - e do mesmo modo esta aranha e este luar entre as árvores, e do mesmo modo este instante e eu próprio. A eterna ampulheta da existência será sempre virada outra vez, e tu com ela, poeirinha da poeira!". Não te lançarias ao chão e rangerias os dentes e amaldiçoarias o demônio que te falasses assim? Ou viveste alguma vez um instante descomunal, em que lhe responderías: "Tu és um deus e nunca ouvi nada mais divino!" Se esse pensamento adquirisse poder sobre ti, assim como tu és, ele te transformaria e talvez te triturasse: a pergunta diante de tudo e de cada coisa: "Quero isto ainda uma vez e inúmeras vezes?" pesaria como o mais pesado dos pesos sobre o teu agir! Ou, então, como terias de ficar de bem contigo e mesmo com a vida, para não desejar nada mais do que essa última, eterna confirmação e chancela? (Extraído do livro A GAIA CIÊNCIA de F. Nietzsche)
*Demônio no sentido grego, não no sentido cristão do termo.
Sim, a nostalgia é sempre mais amigável com as coisas do Passado do que com as coisas do Presente. Percebo que falta aos fãs da categoria, antes de mais nada, prazer em ler a história de cada corrida que vai sendo escrita volta a volta (página por página, capítulo por capítulo) seja em mistos, ovais ou ruas. Os personagens da atualidade parecem desinteressantes, um é francês, outro é um australiano doido, outro é um veterano, mas cadê o Emmerson Fittipaldi? Cadê o Rick Mears? Cadê o Gil de Ferran? Cadê o Arie Luyendyk? Cadê o Raul Boesel? - Será a crise dos trinta, a crise dos quarenta?
Aos indyanistas batizados depois da cisão, eu vos pergunto:
- E se um dia ou uma noite um demônio* se esgueirasse em tua mais solitária solidão e te dissesse: "Esta vida, assim como tu vives agora e como a viveste, terás de vivê-la ainda uma vez e ainda inúmeras vezes: e não haverá nela nada de novo, cada dor e cada prazer e cada pensamento e suspiro e tudo o que há de indivisivelmente pequeno e de grande em tua vida há de te retornar, e tudo na mesma ordem e sequência - e do mesmo modo esta aranha e este luar entre as árvores, e do mesmo modo este instante e eu próprio. A eterna ampulheta da existência será sempre virada outra vez, e tu com ela, poeirinha da poeira!". Não te lançarias ao chão e rangerias os dentes e amaldiçoarias o demônio que te falasses assim? Ou viveste alguma vez um instante descomunal, em que lhe responderías: "Tu és um deus e nunca ouvi nada mais divino!" Se esse pensamento adquirisse poder sobre ti, assim como tu és, ele te transformaria e talvez te triturasse: a pergunta diante de tudo e de cada coisa: "Quero isto ainda uma vez e inúmeras vezes?" pesaria como o mais pesado dos pesos sobre o teu agir! Ou, então, como terias de ficar de bem contigo e mesmo com a vida, para não desejar nada mais do que essa última, eterna confirmação e chancela? (Extraído do livro A GAIA CIÊNCIA de F. Nietzsche)
CORRIDA COMPLETA DE BARBER
terça-feira, 10 de maio de 2016
Long Beach - Capítulo 2; Corrida 3: Apocalipse Indyânico 2016
APÓS O ESTRANHO GP DE PHOENIX - As profecias apocalípticas começaram a emergir dos fóruns da internet. Até onde a vasta rede alcança e a Indy é conhecida, do jeito bom ou do jeito ruim, as vozes foram quase unânimes: - "Long Beach foi um porre e o campeonato até agora foi um lixo!"
Analisando volta a volta, a corrida de 2016 foi como sempre foi Long Beach, a não ser pelo fato extraordinário de nenhuma bandeira amarela ter sido acionada durante a corrida. É típico, nessa pista de rua, que o pole lidere boa parte da corrida (chuto que 85% das corridas ali tiveram esse tipo de roteiro, se duvidar assista os vídeos de cada uma das edições da prova sancionada pela Indy, tem tudo completinho no Youtube) e que boa parte das disputas aconteça durante as relargadas pós-bandeiras amarelas e durante as janelas de pits.
Pois então, a corrida de Long Beach desse ano não teve bandeiras amarelas, nada, nenhum errinho bobo do Kimball, nenhum apêndice aerodinâmico do time Andretti "descansando" no meio da reta, nada de um pneu furado dos Penskes ou uma rodada marota pra proteção de pneus de um carro da Coyne. Nem o Sato conseguiu aprontar alguma coisa, muito pelo contrário, foi justamente ele um dos raros pilotos a proporcionar um espetáculo a parte, um dos poucos a ousar lindas batalhas por posições: uma vez contra Power e outra vez contra Montoya.
Pois então, a corrida de Long Beach desse ano não teve bandeiras amarelas, nada, nenhum errinho bobo do Kimball, nenhum apêndice aerodinâmico do time Andretti "descansando" no meio da reta, nada de um pneu furado dos Penskes ou uma rodada marota pra proteção de pneus de um carro da Coyne. Nem o Sato conseguiu aprontar alguma coisa, muito pelo contrário, foi justamente ele um dos raros pilotos a proporcionar um espetáculo a parte, um dos poucos a ousar lindas batalhas por posições: uma vez contra Power e outra vez contra Montoya.
E assim, por causa da ausência de bandeiras amarelas, todas as estratégias acabaram afetadas pela corrida limpa de confusões, desgraçando de maneira mais severa os times anões que ficaram limitados então "a seguir o líder". Sem a chance de ousar uma mudança na estratégia, todos os times foram obrigados a fazer o convencional nos pits e esperar que o piloto resolvesse na pista, ultrapassando e escalando o grid na raça e em bandeira verde.
Com o agravante de que hoje, com a guerra dos aerokits, está mais difícil ultrapassar e que o traçado de Long Beach tem apenas um ponto real para ultrapassagens, a corrida realmente não poderia ter agradado nem gregos e nem troianos. Pouco efeito sobre o humor dos indyanistas insatisfeitos teve a polêmica manobra de Pagenaud na saída do pit. De acordo com a regra, Simon teria 'cortado caminho' e com isso teria se beneficiado para manter-se a frente de Dixon para o restante da prova.
Teria ficado feio para o pessoal do Race Control se alguma alma bondosa não tirasse um print da Tv americana do exato momento em que Dixon saía de uma parada no pit. E ele faz a mesma coisa que Pagenaud, sem ter levado punição. Assunto encerrado, certo? Certo. A única coisa que me deixou um tanto incomodado foi o fato de que nenhum responsável por marcar as linhas e áreas de infração pensou na simples possibilidade de colocar dois pequenos cones alaranjados na saída dos pits. Não seria mais simples e eficiente para punir manobras dos malandros dos grandes times? Ora ora galera, não custa nada fazer o óbvio!
Agora, com duas corridas entediantes e mórbidas, as portas para mais um Apocalipse Indyânico se abriram. Pior: a clara demonstração de que Pagenaud é o grande candidato ao título e o piloto a ser batido durante as outras etapas do campeonato, mesmo nos ovais, tipo de pista que Pagenaud ainda não venceu. Entretanto, se você respeita pilotos veteranos, sabe que o segundo lugar de Dixon é apenas um dos sinais de que a víbora de gelo está espreitando mais um título. Se Pagenaud ou outro piloto bobear, Dixon é Penta!
segunda-feira, 9 de maio de 2016
O polêmico retorno ao Phoenix International Raceway
MUITA PRESSÃO AERODINÂMICA E POUCAS ULTRAPASSAGENS - Assim dá pra resumir rapidamente a segunda etapa da Indy em 2016. A corrida em si gerou muita expectativa nos seguidores da categoria já que era o retorno à Phoenix depois de uma década longe do tão tradicional território dos monopostos. Contudo, o desânimo de muita gente depois da corrida gerou uma nova onda de Apocalipse Indyânico, dentro e fora dos bastidores da Indy.
Para quem já assistiu corridas antigas em Phoenix, a dificuldade de acontecer ultrapassagem no circuito não era novidade, mas a velocidade absurda que os carros atingiram, sim, isso era muito novo para todos. Graças, principalmente, ao excesso de pressão aerodinâmica dada aos 21 carros que competiram. Outrora, nos tempos de Rick Mears e Tom Sneva, os carangos tinham potência no motor de sobra para atingir grandes velocidades em reta, porém o carro não possuía milhares de peças aerodinâmicas para gerar 'downforce' nas curvas e o que separava os bons de ovais dos fracos de ovais era a precisão do pé no acelerador e a eficiência do time em proporcionar uma configuração confiável para o carro e que fosse compatível com o estilo de pilotagem do piloto.
Quando o pole, e até então líder da corrida, Helio Castroneves chegou no primeiro retardatário, James Hinchcliffe, e passou diversas voltas atrás sem efetuar a ultrapassagem, estava sacramentada a realidade dessa corrida: teria que ser muito ousado e colhudo para alguém tentar uma segunda linha por fora ou se arriscar a colocar por dentro e forçar a barra de maneira acintosa. Dessa forma, só problemas mecânicos, nos pneus ou no motor dariam algum toque de emoção para essa corrida em fila indiana.
Coube a Penske então ter um dia de azar e dois de seus carros (primeiro Helio e depois Montoya) perderam a liderança da corrida por problema com pneus estourados (será que por excesso de pressão aerodinâmica?). Dixon, a víbora, na hora certa, no lugar certo e com aquela frieza típica dele, herdou a liderança de Montoya na volta 96 e dali não saiu mais. Scott impôs uma vitória dominante dentro de um contexto de corrida frustrante para os amantes de ultrapassagens. Para se ter noção, durante as últimas dez voltas houve apenas uma ultrapassagem entre os 21 carros do grid: Jack Hawk perdeu o 18º lugar para Hinchcliffe. Todos os demais mantiveram seus lugares até a bandeira quadriculada.
Phoenix não é um oval fácil para se fazer ultrapassagens (quem joga vídeo game sabe disso), a última corrida da Indy em 2005, vencida por Tony Kanaan, teve um domínio absurdo do brasileiro, que na época defendia a Andretti-Green. Se não estou enganado, TK liderou mais de 150 voltas e ganhou a corrida sem qualquer problema ou ameaça. Mas não havia o mesmo excesso de 'downforce' que tivemos em 2016 e, ao longo dessa corrida de 2005, observamos diversos pilotos ultrapassando por fora e por dentro, ação praticamente impossível na corrida desse ano. Resta a Indy de Mark Miles e Jay Frye uma melhor escolha nos níveis de pressão aerodinâmica para a corrida do ano que vem, e quem sabe seguir a ideia do Rei Mears: "Mais potência nos motores para os ovais, e menos downforce".
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