O que importa fazer hoje para o time? Ter bons engenheiros cuidando do carro #14 e do #4 e, de preferência, que consigam produzir uma fina sintonia tanto com Tony Kanaan quanto com Matheus Leist na busca dos setups perfeitos para cada etapa do campeonato. Um dos que já foram contratados para reforçar a equipe foi Eric Cowdin, que assumirá a função de Engenheiro Chefe do time Foyt. Cowdin trabalhou com Tony no título do brasileiro em 2004 e na vitória dele nas 500 Milhas de 2013.
No outro carro estará uma incógnita chamada Matheus Leist. Essa foi uma aposta de A.J. porque o mito viu no jovem piloto brasileiro um talento real a ser lapidado o mais rápido possível na categoria principal. A.J. deixou de lado um piloto experiente como o Muñoz (possuidor de dois vices em Indianapolis 500) e o bom Conor Daly (que ficou putaço com a vaga perdida) para colocar suas fichas no gaúcho de 19 anos que nunca correu uma única vez na Indy. Estou achando que Foyt enxergou certo demais nessa jogada na roleta de pilotos da Indy Lights, mas esperemos o Tempo nos dizer algo mais concreto sobre essa escolha do SuperTex.
A certeza que tenho mesmo, enquanto torcedor sofrido do time Foyt (nossa última vitória foi em Long Beach 2013 quando era o Sato o piloto do lendário #14), é que a jamais a Foyt fez uma pré-temporada tão intensa, dentro e fora das pistas, quanto vem fazendo nesse final de ano de 2017. A garagem do time em Houston e a garagem em Indianapolis estão se comunicando constantemente a fim de conhecer o mais rápido possível tudo que o novo aerokit universal tem a oferecer. Paira um surpreendente ar de profissionalismo no time texano, um profissionalismo que deve elevar o potencial dos carros dentro das provas em 2018.
Óbvio que é cedo demais para estar colocando a Foyt entre os times que lutarão em todas as etapas pelo TOP 10 das corridas. Há sim uma grande possibilidade de todo esse esforço dar errado e restar ao longo das etapas o lamento e as desculpas para os erros e fracassos de todo time. Se olharmos pelo lado negativo, teremos um veterano próximo da aposentaria e que foi um vexame por 4 anos com o time de ponta da Ganassi, e no carro #4 estará um piloto de formação europeia que terminou em quarto, perdendo o campeonato pro fraco Kyle Kaiser. É sempre possível enfear uma história, uma carreira, um atleta, a temporada de um time.
Contudo, foytista guerreiro que sou (imagine agora um torcedor da Portuguesa, um foytista é idêntico em sofrimento), prefiro inspirar-me pelo lado positivo para olhar o vindouro ano de 2018: no #14 o time terá uma lenda da categoria, mestre dos ovais ao lado de Dixon, Hornish, Franchitti e Helio, campeão das 500 Milhas de 2013 e detentor do título de 2004 e de 17 vitórias na história da Indy! No #4 o gaúcho que encantou a lenda AJ Foyt pela vitória dominante na Freedom 100 de 2016 em Indianapolis, não por acaso sua primeira corrida em oval na carreira. Foi decisivo vencer no Templo, diante de vários deuses da velocidade, e quis o destino que uma dessas entidades que assistiram a corrida da Indy Lights fosse Foyt, dono de time na Indy.
Por essas e por outras, o time Brasil do Texas tem tudo para figurar entre os principais destaques ao fim da temporada 2018. Me cobrem em setembro!