sexta-feira, 22 de maio de 2015

Indy a velha amante de 100 anos



COISA LINDA PARA ASSISTIR! - O maior espetáculo das corridas completará ano que vem sua centésima edição. Nenhuma outra pista ou categoria do mundo do automobilismo tem essa marca, nem Le Mans, nem Mônaco, nem Daytona. Nada nas competições de automóveis se iguala a essa senhora de 100 anos de idade que manqueja ainda exuberante por tvs obscuras da vida atrás de jovens rapazes interessados em uma boa diversão sem limites!

Indy é velha, é uma senhora muito velha, mas com quatro curvas insinuantes, provocantes, muitas vezes fatais. Quando as 24 Horas de Le Mans nasceram, Indy, como carinhosamente seus amantes a chamam, já estava entrando na imaginação de boa parte dos americanos jovens e adultos que não tinham nada pra fazer nos domingos de maio em Indiana, a não ser ir até Indy para assistir 6 horas de uma diversão por vezes sanguinária e trágica. Era a década de 10, o mundo não era como vemos hoje, nem Indy tinha a mesma face, o mesmo piso; os aparelhos de televisão em todos os domicílios nem eram algo pensado pelos homens da imprensa da época, muito menos o celular e a internet eram delírios na alucinação de Charles Chaplin. Hitler e Stalin sequer haviam sido magoados pela primeira Guerra Mundial quando Indianapolis começou suas atividades sujas e sangrentas no mundo da velocidade extrema, coroando heróis e castigando as falhas e os erros.

Das velhas pistas ovais daquele tempo, Indy foi a única que sobreviveu com fama e fortuna, apesar do envelhecimento terrível que ela teve para os padrões estéticos daqueles que desejam segurança perfeita para carros cortando o ar a 370km/h! Para esses a velha Indy já não é mais elegante e charmosa, para esses a vida de um piloto é mais importante que a mitologia histórica da pista sendo escrita no decorrer dos fatos do mês de maio. Para muitos, não há mais magia no desafio de se buscar recordes de velocidade a todo custo. 

Quando Mônaco surgiu para o mundo do automobilismo, Indy estava entrando na maioridade, dezoito aninhos, olhos sedutores, vários desafios homéricos para os interessados e suas máquinas; trinte e três pretendentes tentariam a sorte todo ano e vários outros só conseguiriam participar dos treinos. Sim, ela era uma jovem quente e intensa no fim da década de 20, e uma multidão de fanáticos por velocidade já se acumulava ao longo dos anos em suas bilheterias. O mundo do cinema levou pequenos trechos das corridas dos anos 20 para Europa, o mundo já conhecia sua fama e seu desafio, além da associação imediata com uma corrida para a morte produzida pelo próprio Satanás. 

Quando a Indy completar 99 anos neste domingo, 24 de maio, o mundo todo dos afobados e afoitos estará esperando por uma trágica edição, talvez com mais profecias negativas sobre o futuro da Indy do que escutamos depois da morte do Greg Moore em Fontana. Estão esperando algo perto do que houve nas 500 Milhas de 1973, com consequências terríveis para Swede Savage e Salt Walther. Alguns já noticiaram "voos da morte", "decolagens da destruição", "apocalipse indyânico". Viúvas dos quatro cantos do Paraíso da Perfeição Automobilística evocaram Senna, Pryce, Smiley, a segurança da CART, a desgraça que era a IRL de Tony George, a internet de uma hora para outro tinha especialista em aerodinâmica e Fórmula Indy como jamais eu vi acontecer durante uma porrada de anos nas redes sociais discutindo Indy.

Como uma deusa sem culpa Indy apenas olha e pensa para si mesma: "Aquele que eu não mato, eu fortaleço!"




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