domingo, 16 de outubro de 2016

Pagenaud conquista a Astor Cup 2016


NA INDY - Qualquer temporada deve ser analisada sob a ótica da meritocracia. Meritocracia é o predomínio numa sociedade, organização ou grupo, daqueles que têm mais méritos (os mais trabalhadores, mais dedicados, mais bem dotados intelectualmente, etc.). Repassando a ideia para a disputa da Astor Cup de 2016 concluímos que de fato foi Simon Pagenaud o melhor piloto do certame, o que teve mais mérito em conquistar o primeiro lugar na tabela depois da última etapa em Sonoma, o que foi mais regular durante todo ano, o que venceu mais corridas, o que fez mais poles. Foi uma temporada "sennista" para o Sapo


Esse ano SHOWnoma virou SONOma e a corrida, infelizmente, teve o triste aspecto de "final de feira". Com o problema de Will Power antes da metade da prova, e o domínio absoluto de Simon desde a largada, a corrida serviu mesmo para que alguns dormissem e outros admirassem a qualidade do fenomenal piloto francês lutando a cada curva para manter seu ritmo feroz e implacável. Eu amo o traçado de Sonoma, um dos mais desafiadores da temporada (se duvida pegue seu PlayStation 2, ligue-o e busque jogar nessa pista no jogo "Gran Turismo 4", será diversão garantida), mas sei que muita gente torce o nariz pelo final da temporada ser numa pista mista com poucos pontos de ultrapassagem. Não estão errados em reclamar, a final do campeonato deveria ser mesmo em um circuito oval do tipo de Iowa ou Texas.

E por qual razão a final da Indy deveria ser sempre em ovais? Na minha opinião, devido a maior a imprevisibilidade que cercaria o resultado da corrida, apesar daquele impressionante ritmo de Newgarden em Iowa e o domínio do Prefeito na segunda parte do Texas. Porém, meter o final da temporada em uma pista complexa como Sonoma, onde o resultado da corrida se define muito durante os treinos classificatórios, tinha grande chance de gerar monotonia, e gerou. Mais ainda quando o oponente de Pagenaud teve problema de câmbio. Daí já era pro gaiteiro!



Voltando a Sonoma, Pagenaud é um campeão de monopostos à moda antiga, se fizermos uma analogia com aquele esquadrão de pilotos sessentistas dos anos 60 que começaram a buscar aventuras e conquistar vitórias por todo tipo de pistas e carros disponíveis, participando ativamente dos campeonatos mais importantes que existiram/existem sobre a face do Planeta. Fosse em Peak Pikes Hill Climb, Indy500, GP de Mônaco, Daytona ou Le Mans, lá estavam Unsers, Foyt, Andretti, Gurney. Simon tem o tipo de DNA desses sujeitos, sem exagero, ressalto. E esse foi um dos motivos que me levaram a prestar mais atenção no talento do francês quando ele fazia aparições ocasionais na Indy em 2009.

Demorou quase UMA DÉCADA para ele subir degraus na categoria, chegar a uma equipe de ponta com o talento demonstrado no excepcional Campeonato que fez em 2014 com o pequeno time SPM e ganhar a Astor Cup. Uma década de lutas, derrotas, sustos, desilusões e experimentos em rally e endurance. Na Indy de hoje poderia ser chamado de "Mario" Pagenaud tamanha sua capacidade para se adaptar rápido a carros e pistas. Contudo, tem ainda uma certa dificuldade nos ovais e até agora não obteve vitórias nesse tipo de traçado. 



Aproveitando o momento de glória do Sapo, deixo no fim dessa atrasadíssima postagem as palavras de Simon sobre seu grande herói e a quem com certeza ele dedica a Astor Cup:

"
Senna foi o meu herói de infância. Mesmo sem o conhecer pessoalmente, ele inspirou toda a minha vida, o jeito de compreender as coisas, o que ele estava pensando, o seu estilo de guiar nas corridas, o foco, a determinação e o poder de concentração." Parece que o pupilo do herói brasileiro enfim cumpriu um dos seus doze trabalhos indyânicos. Restam 11 e o 11 é um número mágico na numerologia do Templo da Velocidade! 


 " - 2017 é logo ali" diria Fernando Vanucci chapado de cachaça!

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