terça-feira, 9 de agosto de 2016

Descanse em paz, menino indyano


MORRER - É uma possibilidade real e sempre presente a cada corrida de carros. Seja Indy, Nascar, Fórmula Europa ou uma simples corrida de kart na Granja Viana. O corpo humano não está preparado para receber grandes impactos ou estar envolvido em situações como a que enfrentou Bryan em um oval de terra no Kansas. Quase um ano depois de Justin Wilson, a família Indyanista perdeu aquele importante membro que voltou a trazer pras 500 Milhas de Indianapolis a experiência dos pilotos da USAC (ou Sprint Cars como é conhecido nos Estados Unidos). Clauson fez três provas em Indianapolis e com certeza faria mais umas 10 aparições no templo da velocidade extrema.

Tinha talento, era um grande campeão nos ovais de terra, bastava ganhar com mais uns anos a experiência necessária para brilhar também com os DW12 da categoria mais rápida do mundo. Não deu. Em um acidente fortíssimo durante evento da USAC no último final de semana a vida de Bryan encontrou seu fim. Mas o legado deixado pelo talentoso Clauson jamais será esquecido entre os indyanistas. Descanse em paz, garoto.

segunda-feira, 8 de agosto de 2016

Pagenaud cada dia mais perto da Copa Astor da Indy


RESTAM 4 CORRIDAS - E a temporada da Indy tem no carro #22 da Penske o seu líder absoluto, com quatro vitórias, três 2º lugar e, ainda, somente três vezes fora do TOP 10. Pagenaud tem como seu grande perseguidor na briga pela Astor Cup o companheiro de time, Poderoso Will, que leva na bagagem uma corrida a menos que o francês na temporada. Lembra? Power não correu em St. Pete devido a um problema de saúde, Oriol foi o substituto no carro #12.  


A vantagem de Simon para Will na tabela de classificação é um pouco mais que uma "vitória" de diferença, ou seja, 58 pontos. Atualmente, para o piloto da Indy em busca da Astor Cup uma corrida no campeonato pode valer até 54 pontos, basta ele conseguir: - fazer a pole (1 ponto), - vencer a corrida (50 pontos), liderar ao menos uma volta na corrida (1 ponto) e liderar o maior número de voltas (2 pontos). Mas isso mudará muito na prova final de SHOWnoma, quando a vitória valerá 100 pontos, tal como foi nas 500 Milhas de Indianapolis. 

  
Mid-Ohio, a corrida em si, não era para cair nas mãos de Simon Pagenaud como pode parecer que caiu para quem não assistiu a prova desde a primeira volta. O russo Aleshin, em uma grande estratégia do seu time SPM, entrou para o último pit líder da corrida e saiu brigando pelo décimo sétimo/décimo oitavo lugar. Foi muito triste ver o erro cometido pelo mecânico da roda dianteira direita que autoriza a saída do carro #7 em um momento indevido. O contato com o carro de Newgarden era inevitável. Pagenaud, que não tinha nada a ver com isso, foi pra cima do segundo colocado Will Power, na relargada, e praticamente driblou com maestria o australiano nas sinuosas curvas do circuito misto. 


Conor Daly, que trabalha pro mestre das estratégias malucas Dale Coyne, liderou boa parte da metade final da prova depois de ter feito três paradas nos pits. Mas, restando menos de 5 voltas pro fim, Conor precisou de um reabastecimento e finalizou a corrida em um honroso 6º lugar, após largar no último posto. Coisas lindas para um time anão que a Indy costuma proporcionar com sua competitividade inigualável. Porém, essa vitória ficou mesmo com o francês mais talentoso desde o fim da carreira do Professor Alain Prost.


Faltam dois ovais (um longo e um médio) e dois mistos (ambos ultra-mega-sinuosos e traiçoeiros) e tanto Power quanto Pagenaud tem bons currículos em mistos sinuosos e regular/mediano rendimento em ovais longos e médios. Pelos cálculos matemáticos do Instituto Tony Hulman de Indyanismo, Simon precisa de mais duas vitórias e dois TOP 5 para se sagrar campeão da centenária categoria. Power e Helio (que está mais de 100 pontos atrás do francês, na terceira posição) necessitam de no mínimo dois abandonos de Pagenaud para evitar que a Astor Cup não vá para a terra de Napoleão.  

Enquanto o milagre não acontece, fique com uma boa entrevista com nosso mito fanático por Ayrton Senna:

segunda-feira, 18 de julho de 2016

INDYPEDIA: Raio-X da Temporada 2016 após a etapa de Toronto


APÓS A ETAPA DE TORONTO - O Campeonato da Indy não terá evento no próximo final de semana e só voltaremos as atividades em pista no dia 31 de Julho, quando ocorre a tradicional corrida de Mid-Ohio. Não posso esconder minha frustração ao ver o fim definitivo da chance de Newgarden vencer a Astor Cup correndo pela ECR. O piloto americano largava em oitavo e logo nas primeiras voltas pulou para o sétimo lugar. Rolavam aquelas tradicionais disputas na reta principal do circuito ondulado de Toronto no pelotão intermediário até que Montoya acerta a proteção traseira do carro #21. Pedaços na pista, bandeira amarela e fim do grid como consequência. Por fim, Newgarden se estatelou no muro após perder o controle do volante quando passava por cima da zebra apodrecida. Uma dolorosa derrota para todo time ECR.

Por outro lado, e por ironia do destino, foi Montoya do time Penske quem tirou o único concorrente ao título que não trabalha para Roger. Pagenaud, Power e Helio estão diretamente na luta pelo título da Indy, com vantagem absurda para Pagenaud e Power, que já venceram ambos três corridas. Helio permanece sem vitórias. Dixon, a víbora da Oceania, quando parecia destilar o seu veneno e partir para o Pentacampeonato foi ferrado por uma bandeira amarela. De primeiro para o meio do pelotão intermediário. Dessa vez Scott se ferrou muito. 

Outras curiosidades da temporada 2016 que roubei do site Racer e traduzi com meu "enorme" conhecimento do idioma do Deus Foyt (obrigado Google Tradutor, seu lindo!!!):


1) Tio Roger Penske montou a Mercedes da Indy. Não ganha todas as corridas, mas até agora é seu time que domina o TOP 3 do Campeonato: Pagenaud com 432 pontos, Poderoso Will com 385 e Helio com 358.


2) Helio Castroneves, com 41 anos, é o veterano melhor colocado no Campeonato deste ano da Indy.

3) Josef Newgarden tem como coincidência mórbida ter terminado a primeira etapa do Campeonato em St. Pete em último lugar e ter terminado a corrida de Toronto também na vigésima segunda posição.

4) Jack Hawksworth é o único piloto do grid que não conseguiu acabar nenhuma corrida no TOP 10.

5) Entre os pilotos que já venceram neste Campeonato, Bourdais (vencedor em Detroit 1) é o pior colocado na tabela de classificação ocupando a modesta 14º posição. Por outro lado, Castroneves é o piloto sem vitórias mais bem colocado no Campeonato: 3º lugar.

6) Antes de Indianapolis, Simon Pagenaud teve a melhor sequência de resultados: 2º lugar em St. Pete, 2º lugar em Phoenix, 1º lugar em Long Beach, 1º lugar em Barber e 1º lugar no misto de Indianapolis.

7) Depois de Indianapolis, Max Chilton tem a pior sequência de resultados medíocres: 21º lugar em Detroit 1, 22º lugar em Detroit 2, 20º lugar em Road America, 19º lugar em Iowa e 18º lugar em Toronto.

8) Poderoso Will, com três vitórias nessa temporada (Detroit 2, Road America e Toronto) já igualou sua melhor marca estabelecida em 2012 quando o australiano venceu também três provas: Barber, Long Beach e Anhembi.

9) A próxima corrida em Mid-Ohio marcará exatos um ano da última vitória de Graham Rahal.

10) O russo Aleshin já conseguiu nessa temporada três resultados dentro dos seis primeiros colocados: foi quinto em St. Pete, quinto em Iowa e sexto em Toronto. Com isso, Mikhail superou, em onze etapas, a quantidade de resultados dentro dos seis primeiros (dois) que ele havia conquistado entre 2014 e 2015 em 18 provas. 


11) Décimo quinto lugar foi até agora o ponto mais alto que Marco Andretti conseguiu atingir na tabela de classificação. 

12) Dois anos e 17 dias se passaram após a última vitória de Helio Castroneves.

13) O prefeito Hinch foi o único piloto a terminar em 18º lugar duas vezes na temporada: em Phoenix e Detroit 1. 

14) Jack Hawksworth tem dois 11º lugar, tem dois 22º lugar e tem três 19º lugar.  

15) Com sete vitórias em onze etapas disputadas (apesar do Texas não ter terminado ainda...) o Time Penske ganhou 64% das corridas. Pagenaud 3 vitórias, Power 3 vitórias e Montoya 1 vitória. 

16) Quatro equipes ganharam os outros 36% das corridas: Ganassi, Ed Carpenter, Andretti-Herta e KVSH.

17) Josef Newgarden é o piloto mais bem colocado na classificação sem ter um companheiro de equipe em tempo integral, 5º colocado com 344 pontos. 

18) Conor Daly, entre os rookies da temporada, foi o que liderou mais voltas até agora: 33.

19) Pagenaud está na liderança do Campeonato há exatas 10 corridas, de Phoenix até Toronto.

20) Capitão Jack Hawk está há mais tempo na última posição do Campeonato: de Long Beach até Toronto.

21) Montoya perdeu o maior número de posições na tabela de classificação: de primeiro lugar após St. Pete para décimo terceiro lugar após Toronto.


22) Josef Newgarden foi o piloto que ganhou o maior número de posições na tabela de classificação: saiu de vigésimo segundo depois da corrida de St. Pete para segundo lugar depois de Iowa. Josef está em quinto depois do desastre de Toronto neste fim de semana.

23) Abaixo do Top 10, Ryan Hunter-Reay com um título da Indy, Sebastien Bourdais com quatro títulos e Montoya com 1 título estão fora do TOP 10 na tabela do campeonato. Esse trio acumula sozinho 3 vitórias nas 500 Milhas de Indianapolis e, somado, 66 vitórias (Bourdais tem 35 vitórias, Caçador tem 16 vitórias e Montoya possui 15). 


24) Dentro do Top 10, o trio formado pelo segundo colocado Power, o terceiro Helio e o quarto Dixon tem 98 vitórias combinadas (Will tem 30, Helio tem 29 e Dixon tem 39). Somam ainda 5 Campeonatos de Indy (1 do Power e 4 do Dixon), além de 4 vitórias nas 500 Milhas de Indianapolis (3 com Helio e 1 com o Scott).

terça-feira, 12 de julho de 2016

O Milho e a Viúva: pachequismo indyânico xiita contra o baixo-astral viuvista


O VIUVISMO - Entre os seguidores da IndyCar Series sempre dá as caras durante uma temporada normal de corridas. Isso acontece desde 2008 nos fóruns da internet escritos em português, época em que a IRL desligou de vez os aparelhos da falecida irmã gêmea que não gostava muito de virar só para a esquerda. Nove anos depois e o discurso viuvesco apareceu depois da excelente corrida de Iowa.

Como criador do Partido Pachequista Indyânico, ou só PPI para os mais íntimos, tenho absoluta certeza (e sabemos que toda certeza absoluta invariavelmente se mostra equivocada a longo prazo, ressalto) que nenhuma viúva idealista consegue me mostrar um Campeonato de monoposto mais interessante que este que estamos assistindo em 2016. Sendo a prova de Iowa um dos melhores exemplos de como a temporada atual é muito melhor do que qualquer outra época da Indy, seja com o nome de CART ou IRL. 


A corrida de domingo em Iowa, que muitos classificaram de enfadonha e soporífera, teve 282  de 300 voltas lideradas pelo mesmo piloto, o futuro "Rick Mears" da Indy Josef Newgarden. Essa foi a maior quantidade de voltas lideradas por um piloto numa única corrida de Indy em 111 anos de competições. Com o pequeno time ECR, Josef foi capaz de bater de pau mole na cara de 4 carros da Ganassi, 4 carros da Penske e 3 carros (puros) da Andretti, time Andretti esse que praticamente havia vencido 90% das corridas de Indy em Iowa ao longo dos dez eventos que tivemos por lá.

Josef foi tão superior aos outros 21 carros que chegou a dar uma volta até no terceiro colocado da prova em determinado momento da corrida. Quando começou a dar a segunda volta no fundão do grid, spotters desesperados informavam tensos aos seus pilotos que "Ele está vindo de novo, ele está vindo de novo!". Me lembrou as grandes atuações de Rick Mears nos ovais curtos e longos. A configuração do carro estava tão perfeita que nossa vã consciência acaba até formulando hipóteses de fraude no carro, irregularidade no motor, trapaça da braba mesmo. O trabalho do time de Ed Carpenter foi acima do normal em todos os aspectos quando nós levamos em consideração as condições financeiras que o time ECR tem. De tirar o chapéu.

No entanto, não se engane, atrás do volante que a diferença foi feita. Na Indy a futura geração não precisa de acidentes entre os carros dos times grandes para mostrar o talento que possuí durante uma corrida. Guia muito o garoto do Tennessee em todos os tipos de traçados e enfrentou dificuldades físicas que poucas vezes vi outro piloto de Indy (ou de qualquer outra categoria) enfrentando para se manter na busca pelo título inédito. Sem completar um mês de clavícula e pulso quebrados, Newgarden consegue estampar na sua biografia uma vitória e um oitavo lugar, sendo as exigências físicas da pista de Iowa o grande empecilho para que ele superasse a adversidade de estar guiando todo fodido um carro de monoposto.

Agora Newgarden é vice-lider do campeonato, 73 pontos atrás do líder Simon Pagenaud da poderosa Penske, que inclusive fez uma corrida boa em Iowa e marcou seu quarto TOP 5. Regularidade é tudo para quem quer ser campeão na Indy e isso o francês vem conseguindo com sobras. Entretanto, como não torcer pela superação de Newgarden? Como ignorar todos os problemas que quase fecharam o caminho do jovem piloto em direção a Astor Cup no dia 18 de setembro em SHOWnoma?


Enquanto eu, pachequista presenteísta que sou, olho essa competição de pilotos acontecendo no campeonato da Indy do AGORA, os que idealizam uma Indy DO PASSADO que passou ou que sonham uma Indy do FUTURO que não aconteceu atiram pedras, clamam por Laguna Seca, querem que Nazareth seja ressuscitada a qualquer custo, não aceitam o fato de que Cleveland e Portland já não fazem mais parte da categoria. Tudo em nome de idealizações, tudo em nome das ilusões de coisas que não existem mais na categoria americana que corre em ovais, ruas e mistos. 

 Se algumas destas pistas retornarem com certeza produzirão boas corridas (e até melhores que as do passado) pois a Indy do AGORA é de fato a mais divertida Indy que poderemos encontrar enquanto estivermos respirando. 

CORRIDA COMPLETA EM IOWA 2016

sábado, 9 de julho de 2016

Newgarden: a futura lenda da IndyCar Series


ROAD AMERICA - Dispensa qualquer texto meu elogiando suas qualidades óbvias como traçado misto ou seu público espetacular e fanático que costuma lotar as dependências do lugar. A corrida da semana retrasada entrou fácil na lista das cinco melhores corridas de todos os tempos da Indy no lendário circuito localizado em Elkhart Lake. E para o piloto mais popular da série, Tony Kanaan, foi uma sublime oportunidade para que ele colocasse pra fora toda sua habilidade de bom piloto também nos circuitos que viram pros dois lados. Foi uma exibição exuberante e com direito a diversas batalhas ríspidas contra Pagenaud e Graham Rahal. Foi um show o que Kanaan proporcionou no último domingo de Junho para seus fãs.


Mas não foi um show superior ao que Josef Newgarden produziu. Quem está acompanhando a temporada 2016 sabe do que houve no oval diabólico do Texas, do acidente grave que fez Newgarden quebrar a clavícula e o pulso do lado direito. Para os seguidores da categoria, só o fato do piloto da ECR não ter morrido no acidente já era suficiente para estampar um sorriso no rosto e fazer os nervos sossegarem um pouco. Particularmente, o até então quarto colocado na tabela de classificação tinha abandonado naquele domingo as chances de disputar ponto a ponto o título da Indy. Tudo havia acabado... só que não!


Por duas semanas, o piloto americano JR. Hildebrand ficou escalado pelo time de Ed Carpenter para correr na etapa de Road America (para a felicidade do Helio, digassi di passage). Até então ninguém sabia informar se Josef retornaria ao cockpit do seu carro de Indy antes do mês de Agosto chegar no calendário. Torcedores do piloto de Nashville já tinham certeza do fim de qualquer chance dele continuar brigando pelo título quando na sexta-feira, de cabelos raspados, o piloto vindo da terra da Nascar apareceu no circuito e entrou no seu azulado carro #21, participando normalmente da primeira sessão de treinos livres. Nascia depois dessa atitude estupidamente insana o projeto de um futuro grande ídolo do automobilismo americano e mundial!!!


"Ah, lá vem o Marinho de novo tagarelar sobre o 'futuro Rick Mears', futuro 'Tom Sneva', futuro 'Rutherford', e blá blá blá" dirá indignado o meu inimigo número dois. Ele até pode estar certo pensando assim, mas não terá como negar o fato de que esse está sendo o grande piloto surgido da Indy Lights nos últimos 10 anos, Josef é a joia bruta que a Indy vem lapidando desde 25/03/2012 e graças aos esforços financeiros da maravilhosa Sarah Fisher, uma verdadeira fanática por esse esporte a motor e que fez o impossível e o improvável para dar a chance do garoto mostrar o talento que de fato possuía.


Newgarden pisou em Elkhart Lake com 13 pinos no ombro e uma placa de titânio, além do pulso também remendado durante uma cirurgia alguns dias depois do acidente no Texas. Ninguém em sã consciência, olhando com os olhos do outro lado do Oceano Atlântico, permitiria um piloto de carros velozes disputar uma corrida completa em Road America com ossos do ombro e do pulso quebrados. Talvez nem seja permitido por lei do esporte um médico autorizar um piloto com ossos quebrados disputar corridas. Muito menos com um dos pulsos quebrados!!!


Mesmo assim o desgraçado vestiu a balaclava, as luvas, e foi classificar o carro da ECR em um modesto 20º lugar. Até aí, diria algum médico indignado com a liberação para Newgarden correr, "deu o esperado, um piloto nessas condições não tem como competir contra pilotos sem fraturas ósseas". Vem o dia da corrida, Newgarden faz uma escalada inimaginável no grid, saí da vigésima posição e em uma sequência de batalhas furiosas contra Montoya e outros consegue um oitavo lugar ao fim da prova. Um TOP 10 que nenhum piloto normal conseguiria alcançar nas condições que estava Newgarden dentro do cockpit.

Batalha contra Montoya, um espetáculo!!!

Existe um cheiro de "desprezo pela própria vida" nessa escolha do Newgarden, essa escolha de correr mesmo quebrado provas duras e difíceis como sempre é em Road America. E qualquer carro de Indy não tem direção hidráulica, então você consegue imaginar o tanto de esforço físico que o corpo precisa fazer e, consequentemente, o tanto de dor que Josef teve que suportar durante 50 voltas em Road America onde temos 14 curvas nos mais variados estilos e direções. Por isso classifico essa proeza de loucura com uma dose de insanidade juvenil!

Que me perdoe a vitória autoritária do Poderoso Will, que já é uma realidade na Indy (sempre correndo de Penske a maior parte do tempo, digo de passagem) e que me perdoe mais ainda o brilhante Tony Kanaan, que há tempos não fazia uma grande corrida em circuitos mistos e que teve em Road America uma das mais belas atuações de veterano quarentão na Indy na Era DW12. Porém, o destaque em Elkhart Lake foi a imprudente futura lenda da Indy, o tal de Josef Newgarden!






sábado, 25 de junho de 2016

A magia das pistas ovais (ou Crônica de um viciado em curvas só para a esquerda)

(Sete carros lado a lado em Pocono 500 de 2015)

ALÉM DO FALSO ESQUERDISMO - Eu falo em nome do verdadeiro radicalismo esquerdista, aquele nascido nos hipódromos de terra batida com os ginetes montados em seus pangarés de diversas raças disputando lado a lado as glórias que hoje não valem mais nada e são meras lembranças fotografadas, ou narradas, meras recordações mumificadas nos caixões das memórias onde jazem sem nós, no passado, heróis e espectadores. Entretanto, vem de lá nossa extensa obsessão por corridas em pistas com grandes retas e curvas só para o lado esquerdo, vem da tradição dos hipódromos americanos do século 19.


A luta que amamos assistir durante uma corrida em oval não se resume só a disputa de posição entre o carro do nosso piloto favorito e os carros dos seus rivais; o desafio assustador de controlar um carro de roda-aberta nas curvas dos super-ovais, desafiando os riscos da força centrífuga e da força centrípeta a mais de 370km/h e durante 200 voltas, é um dos mais deliciosos detalhes que movem nossa paixão no momento que estacionamos nossos corpos diante do televisor para assistir uma 500 milhas de Indianapolis.


Alegam os que carregam um desnecessário ódio mortal contra as pistas ovais que "virar sempre pro mesmo lado é fácil demais, quero ver ter a mesma habilidade para fazer a Eau Rouge de pé cravado". Blasfemam, intolerantes que são, contra as velocidades extremas dos traçados simples de Indianapolis, Pocono, Fontana e Michigan para louvar os supostos "templos verdadeiros" do automobilismo mundial, que, na verdade, atualmente, não passam de circuitos mistos clássicos recauchutados, adulterados e estuprados por arquitetos de mãos torpes, censurados por ditadores da segurança sem fim, traçados recortados para atender e satisfazer uma geração incapaz de aceitar as emoções que um traçado primitivo proporciona durante uma única corrida para 350 mil pessoas de corpo presente. 


Mas nós, os indyanistas que resistem, os adoradores dos malignos traçados ovais, nós amamos a sensação de tensão antes de cada largada no Texas Motor Speedway ou em Iowa. Quando a bandeira verde é acionada em Pocono ou Indianapolis uma cadeia de pensamentos surge na consciência do indyanista e as memórias de tragédias e superações do passado vão se misturando incessantes por mais de duas horas deitados sem riscos nenhum no sofá da sala ou diante de uma tela de PC ou Notebook. 


Sempre foi um tipo de corrida extremamente perigosa desde 1905 e, até hoje dentro do automobilismo, ainda são as corridas de Indy nos super-ovais as mais temidas para qualquer piloto profissional que guia carros velozes de qualquer estirpe. Quando alguém pergunta a um campeão de F1, tipo Vettel ou Alonso (como fez um jornalista recentemente por causa da centésima edição das 500 Milhas), a resposta costuma ressaltar como é perigosa uma corrida em oval e que o medo impede por vezes a tentativa.

Medo e angústia, suor e sangue, tragédia e glória, dor e prazer, todos os elementos da vida cotidiana correndo juntos no asfalto que separa e une vida e morte, o glorioso e o fracassado, o mito e o rookie. As histórias da Indy, em suas corridas nos super-ovais, ainda conseguem construir, em pleno 2016, uma narrativa elegante que só são encontradas nas tragédias gregas. 


A tragédia clássica deve cumprir, segundo Aristóteles, três passos:
- possuir personagens de elevada condição (
heróisreis, deuses),
- ser contada em linguagem elevada e digna 

- ter um final triste, com a destruição ou loucura de um ou vários personagens sacrificados por seu orgulho ao tentar se rebelar contra as forças do destino.


Os três elementos que a Indy HOJE tem de sobras!!!

Esqueçam Marx, o verdadeiro esquerdismo nasceu em Indianapolis!

segunda-feira, 20 de junho de 2016

Todos os vencedores da Indy em Road America (ou "Elkhart Lake" como ficou conhecida entre os brasileiros)


ENTRE TANTOS AUTÓDROMOS NOS ESTADOS UNIDOS - Road America é, sem dúvida, o circuito misto mais adorado pela maioria dos fãs da categoria (e de outras categorias também). Nenhum outro retorno para o calendário da Indy teria sido tão aguardado e incentivado quanto esse foi. Podemos sem medo dizer que Road America está para os circuitos mistos assim como Indianapolis está para as pistas ovais americanas. 



 A pista está localizada próximo a vila de Elkhart Lake no Condado de Sheboygan no Estado do Wisconsin e foi inaugurada em 1955. A primeira corrida de Indy aconteceu em 1982, no dia 19 de Setembro. De lá pra cá, tivemos corridas sem interrupções até 2004. No ano seguinte não teve prova e a Indy, sancionada pela CCWS, retornou à Road America para suas últimas duas corridas nos anos de 2006 e 2007. 

No total foram 25 eventos de Indy e três pilotos conquistaram três vitórias: Michael Andretti, Emerson Fittipaldi e Mario Andretti. 

O desempate entre eles se dá na quantidade de TOP 5 que cada um conseguiu ao longo da carreira correndo em Road America. Michael, então, se destaca na primeira colocação por ter marcado em 18 largadas no circuito quatro 2º lugar, um 4º lugar, um 5º lugar e duas poles. O brasileiro vem em segundo com 11 largadas e um 2º lugar, um 3º lugar e três 5º lugar, sem nenhuma pole. Mario Andretti fecha o pódio histórico de melhores corredores na pista de Elkhart Lake com dois 3º lugar e dois 5º lugar e mais três poles.

Em Road America também rola uma competição familiar. A Família Andretti lidera com 6 vitórias, a Família Fittipaldi vem logo atrás com 4 vitórias e a Família Villeneuve em terceiro com 3 vitórias.

Curiosidade para o dia da corrida: só Sebastien Bourdais, no grid atual, correu e venceu em Road America. Será o piloto francês, que domingo conquistou ao lado de Townsend Bell uma das classes em Le Mans, o grande favorito para conquistar sua segunda vitória no ano? 



LISTA DE TODOS OS VENCEDORES DA INDY EM ROAD AMERICA

Corrida #DataNome da CorridaMilhasVencedor
19/19/1982Road America 200200Héctor Rebaque
27/31/1983Provimi Veal 200200Mario Andretti
38/5/1984Provimi Veal 200200Mario Andretti
48/4/1985Provimi Veal 200200Jacques Villeneuve (I)
510/4/1986Race for Life 200200Emerson Fittipaldi
68/30/1987Road America 200200Mario Andretti
79/11/1988Briggs & Stratton 200200Emerson Fittipaldi
89/10/1989Road America 200200Danny Sullivan
99/23/1990Texaco/Havoline 200200Michael Andretti
109/22/1991Texaco/Havoline 200200Michael Andretti
118/23/1992Texaco/Havoline 200200Emerson Fittipaldi
128/22/1993Texaco/Havoline 200200Paul Tracy
139/11/1994Texaco/Havoline 200200Jacques Villeneuve (II)
147/9/1995Texaco/Havoline 200200Jacques Villeneuve (II)
158/18/1996Texaco/Havoline 200200Michael Andretti
168/17/1997Texaco/Havoline 200202.4Alex Zanardi
178/16/1998Texaco/Havoline 200202.4Dario Franchitti
187/11/1999Texaco/Havoline 220222.64Christian Fittipaldi
198/20/2000Motorola 220222.64Paul Tracy
208/19/2001Motorola 220182.16Bruno Junqueira
218/18/2002Grand Prix at Road America Featuring the Motorola 220242.88Cristiano da Matta
228/3/2003Mario Andretti Grand Prix at Road America Presented by Briggs & Stratton137.632Bruno Junqueira
238/8/2004Champ Car Grand Prix of Road America Presented by the Chicago Tribune194.304Alex Tagliani
249/24/2006Grand Prix of Road America206.448A. J. Allmendinger
258/12/2007Generac Grand Prix214.544Sébastien Bourdais

A corrida em Road America não será transmitida pela Band(lixo), só no Bandsports, e começará (marque na agenda) às 14h15 do dia 26/06 com 50 voltas. Existe grande chance de tempo chuvoso.

SITE OFICIAL DE ROAD AMERICAhttp://www.roadamerica.com/