terça-feira, 12 de julho de 2016

O Milho e a Viúva: pachequismo indyânico xiita contra o baixo-astral viuvista


O VIUVISMO - Entre os seguidores da IndyCar Series sempre dá as caras durante uma temporada normal de corridas. Isso acontece desde 2008 nos fóruns da internet escritos em português, época em que a IRL desligou de vez os aparelhos da falecida irmã gêmea que não gostava muito de virar só para a esquerda. Nove anos depois e o discurso viuvesco apareceu depois da excelente corrida de Iowa.

Como criador do Partido Pachequista Indyânico, ou só PPI para os mais íntimos, tenho absoluta certeza (e sabemos que toda certeza absoluta invariavelmente se mostra equivocada a longo prazo, ressalto) que nenhuma viúva idealista consegue me mostrar um Campeonato de monoposto mais interessante que este que estamos assistindo em 2016. Sendo a prova de Iowa um dos melhores exemplos de como a temporada atual é muito melhor do que qualquer outra época da Indy, seja com o nome de CART ou IRL. 


A corrida de domingo em Iowa, que muitos classificaram de enfadonha e soporífera, teve 282  de 300 voltas lideradas pelo mesmo piloto, o futuro "Rick Mears" da Indy Josef Newgarden. Essa foi a maior quantidade de voltas lideradas por um piloto numa única corrida de Indy em 111 anos de competições. Com o pequeno time ECR, Josef foi capaz de bater de pau mole na cara de 4 carros da Ganassi, 4 carros da Penske e 3 carros (puros) da Andretti, time Andretti esse que praticamente havia vencido 90% das corridas de Indy em Iowa ao longo dos dez eventos que tivemos por lá.

Josef foi tão superior aos outros 21 carros que chegou a dar uma volta até no terceiro colocado da prova em determinado momento da corrida. Quando começou a dar a segunda volta no fundão do grid, spotters desesperados informavam tensos aos seus pilotos que "Ele está vindo de novo, ele está vindo de novo!". Me lembrou as grandes atuações de Rick Mears nos ovais curtos e longos. A configuração do carro estava tão perfeita que nossa vã consciência acaba até formulando hipóteses de fraude no carro, irregularidade no motor, trapaça da braba mesmo. O trabalho do time de Ed Carpenter foi acima do normal em todos os aspectos quando nós levamos em consideração as condições financeiras que o time ECR tem. De tirar o chapéu.

No entanto, não se engane, atrás do volante que a diferença foi feita. Na Indy a futura geração não precisa de acidentes entre os carros dos times grandes para mostrar o talento que possuí durante uma corrida. Guia muito o garoto do Tennessee em todos os tipos de traçados e enfrentou dificuldades físicas que poucas vezes vi outro piloto de Indy (ou de qualquer outra categoria) enfrentando para se manter na busca pelo título inédito. Sem completar um mês de clavícula e pulso quebrados, Newgarden consegue estampar na sua biografia uma vitória e um oitavo lugar, sendo as exigências físicas da pista de Iowa o grande empecilho para que ele superasse a adversidade de estar guiando todo fodido um carro de monoposto.

Agora Newgarden é vice-lider do campeonato, 73 pontos atrás do líder Simon Pagenaud da poderosa Penske, que inclusive fez uma corrida boa em Iowa e marcou seu quarto TOP 5. Regularidade é tudo para quem quer ser campeão na Indy e isso o francês vem conseguindo com sobras. Entretanto, como não torcer pela superação de Newgarden? Como ignorar todos os problemas que quase fecharam o caminho do jovem piloto em direção a Astor Cup no dia 18 de setembro em SHOWnoma?


Enquanto eu, pachequista presenteísta que sou, olho essa competição de pilotos acontecendo no campeonato da Indy do AGORA, os que idealizam uma Indy DO PASSADO que passou ou que sonham uma Indy do FUTURO que não aconteceu atiram pedras, clamam por Laguna Seca, querem que Nazareth seja ressuscitada a qualquer custo, não aceitam o fato de que Cleveland e Portland já não fazem mais parte da categoria. Tudo em nome de idealizações, tudo em nome das ilusões de coisas que não existem mais na categoria americana que corre em ovais, ruas e mistos. 

 Se algumas destas pistas retornarem com certeza produzirão boas corridas (e até melhores que as do passado) pois a Indy do AGORA é de fato a mais divertida Indy que poderemos encontrar enquanto estivermos respirando. 

CORRIDA COMPLETA EM IOWA 2016

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