PEQUENO GRANDE TIME? - Entre Ganassis afiadas (TK,
Dixon e Kimball) e Penskes agressivas (Helio, Power e Montoya), nas garagens da
garageira categoria americana, está surgindo um monstro de duas cabeças e com
corpo parecido com o de um litro de vodka. A Ed Carpenter Racing talvez seja hoje um dos times pequenos
mais fortes e promissores do grid da Indy. E você sabe o motivo? Costuraram em
um litro de vodka a cabeça de um dos melhores pilotos em pistas ovais (Ed
Carpenter) e a cabeça de um dos mais agressivos pilotos em pistas mistas e de
rua (Mike Conway). A junção digna de filme de ficção cientifica dos anos 50 possibilitará
ao time do nosso amigo Ed, que tem um desempenho fraco em traçados de rua e
mistos, lutar diretamente por pódios e vitórias o ano inteiro e não somente a
partir das pistas ovais.
Admiro, nesses dois anos de utilização do chassi DW12, o esforço do Ed em
tentar aperfeiçoar sua técnica de guiar monopostos em circuitos mistos e de
rua. Entretanto, é muito evidente a cada fim de semana com corridas da Indy que
o baixo rendimento de Ed nesse tipo de pista traz terríveis prejuízos para o
time em geral. Com essa dificuldade de guiar em circuitos que viram pros dois
lados, a equipe de Ed sempre ficava no fundo do grid e jamais passava para as
fases finais dos treinamentos classificatórios. Além do fato de que o
patrocinador não tinha um destaque positivo dentro da maior parte do campeonato da Indy.
Sabemos muito bem que o
clima alegre e festivo nos pits do time ECR só acontecia durante as corridas em
ovais, que é justamente o momento onde Ed Carpenter mostra o seu verdadeiro
talento como piloto de monopostos: saber como poucos qual é a melhor forma de virar para a esquerda.
Não creio que tenha sido uma escolha fácil para Carpenter abandonar o posto
de titular absoluto do seu próprio time e dar a vaga a outro piloto por causa
de sua incapacidade técnica em ser competitivo em determinados lugares. Definitivamente,
deve ter sido uma escolha no mínimo dolorosa psicologicamente.
No entanto, a tacada de
mestre de Carpenter foi escolher Mike Conway para assumir a vaga. Se eu fosse
deficiente tecnicamente em pistas mistas e de rua, e estivesse na mesma
situação de Ed, contrataria sem medo Mike também. Ele venceu esse ano usando o carro
que era da Bia, pôs todos no chinelo nas duas corridas em Detroit, foi soberano
por dois dias e não venceu duas vezes por alguns detalhes de corrida e
estratégia. E tudo isso participando esporadicamente no campeonato. Mike tem
talento e com tempo para desenvolver o carro #20, com tempo para testar, para treinar
e para competir contra Ganassis e Penskes em mais da metade do torneio, acredito
que será um grande candidato a vitórias e pódios.
Quando chegar
Indianapolis, Pocono, Fontana, Iowa, Texas e Milwaukee Mike entregará para o
chefe o carro em boas condições no campeonato, pode anotar. Surge um monstro de duas cabeças
na Indy!
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