terça-feira, 2 de maio de 2017

Indycar Series no Phoenix International Raceway - Estatísticas Gerais


O OVAL DO ARIZONA - Foi construído em 1964 com a intenção de ser "a casa ocidental" das corridas de Indy dos anos 60. Rapidamente esse oval passou a ser uma das pistas favoritas do público e dos pilotos da USAC e substituiu o velho circuito Arizona State Fairgrounds. Phoenix esteve no calendário da Indycar Series por quatro décadas sem interrupções até o ano de 2005. Ano passado, graças as boas relações de Jay Frye com os donos da pista, o oval do deserto retornou ao calendário da Indy. Um dos maiores destaques positivos desse oval é o cenário que o cerca: está cravado entre as Montanhas Estrella no subúrbio de Avondale, próximo a cidade de Phoenix. Seu lado negativo é ser um traçado oval com baixa inclinação, o que dificulta as ultrapassagens tanto nas corridas de Indy quanto nas de Nascar. O Brasil, tirando os pilotos americanos, é o país com mais vitórias: duas de Tony Kanaan, uma do Helio e uma do Emmo Fittipaldi. 

Abaixo as estatísticas gerais do oval do deserto!



TODAS AS CORRIDAS DA INDYCAR EM PHOENIX ATÉ 2017

Al Unser Sr. o maior vencedor desse oval até hoje na Indy

CorridaDataNome da CorridaMilhasVencedor
13/22/1964Phoenix 100100A. J. Foyt
211/22/1964Bobby Ball Memorial200Lloyd Ruby
33/28/1965Jimmy Bryan Memorial150Don Branson
411/21/1965Bobby Ball Memorial200A. J. Foyt
53/20/1966Jimmy Bryan Memorial150Jim McElreath
611/20/1966Bobby Ball Memorial200Mario Andretti
74/9/1967Jimmy Bryan Memorial150Lloyd Ruby
811/19/1967Bobby Ball Memorial200Mario Andretti
94/7/1968Jimmy Bryan Memorial150Bobby Unser
1011/17/1968Bobby Ball Memorial200Gary Bettenhausen
113/30/1969Jimmy Bryan 150150George Follmer
1211/15/1969Bobby Ball 200200Al Unser
133/28/1970Jimmy Bryan 150150Al Unser
1411/21/1970Bobby Ball 150150Swede Savage
153/27/1971Jimmy Bryan 150150Al Unser
1610/23/1971Bobby Ball 150150A. J. Foyt
173/18/1972Jimmy Bryan 150150Bobby Unser
1811/4/1972Best Western 150150Bobby Unser
1911/3/1973Arizona 150150Gordon Johncock
203/17/1974Phoenix 150150Mike Mosley
2111/2/1974Phoenix 150150Gordon Johncock
223/16/1975Bricklin 150150Johnny Rutherford
2311/9/1975Phoenix 150150A. J. Foyt
243/14/1976Jimmy Bryan 150150Bobby Unser
2511/7/1976Bobby Ball 150150Al Unser
263/27/1977Jimmy Bryan 150150Johnny Rutherford
2710/29/1977Bobby Ball 150150Gordon Johncock
283/18/1978Jimmy Bryan 150150Gordon Johncock
2910/28/1978Miller High Life Bobby Ball Memorial 150150Johnny Rutherford
303/11/1979Arizona Republic Jimmy Bryan 150150Gordon Johncock
3110/20/1979Miller High Life 150150Al Unser
3211/8/1980Miller High Life 150150Tom Sneva
333/22/1981Kraco Car Stereo 150150Johnny Rutherford
3410/31/1981Miller High Life 150150Tom Sneva
353/28/1982Kraco Car Stereo 150150Rick Mears
3611/6/1982Miller High Life 150150Tom Sneva
3710/29/1983Miller High Life 150150Teo Fabi
384/15/1984Dana Jimmy Bryan 150150Tom Sneva
3910/14/1984Stroh's Bobby Ball Memorial 150150Bobby Rahal
4010/13/1985Dana 150150Al Unser
414/6/1986Dana 200 for Special Olympics200Kevin Cogan
4210/19/1986Circle K/Fiesta Bowl 200200Michael Andretti
434/12/1987Checker 200200Roberto Guerrero
444/10/1988Checker 200200Mario Andretti
454/9/1989Checker Autoworks 200200Rick Mears
464/8/1990Autoworks 200200Rick Mears
474/21/1991Valvoline 200200Arie Luyendyk
484/5/1992Valvoline 200200Bobby Rahal
494/4/1993Valvoline 200200Mario Andretti
504/10/1994Valvoline 200200Emerson Fittipaldi
514/2/1995Slick 50 200200Robby Gordon
523/17/1996Dura-Lube 200200Arie Luyendyk
533/23/1997Phoenix 200200Jim Guthrie
543/22/1998Dura-Lube 200200Scott Sharp
553/28/1999MCI WorldCom 200200Scott Goodyear
563/19/2000MCI WorldCom Indy 200200Buddy Lazier
573/18/2001Pennzoil Copper World Indy 200200Sam Hornish, Jr.
583/17/2002Bombardier ATV 200200Helio Castroneves
593/23/2003Purex Dial Indy 200200Tony Kanaan
603/21/2004Copper World Indy 200200Tony Kanaan
613/19/2005XM Satellite Radio 200 Presented by Argent Mortgage200Sam Hornish, Jr.
624/2/2016Desert Diamond West Valley Phoenix Grand Prix255.5Scott Dixon
634/29/2017Phoenix Grand Prix255.5Simon Pagenaud 
Fonte: http://www.champcarstats.com/tracks/phoenixpaved.htm


TOP 20 DOS MELHORES PILOTOS DA INDYCAR NO OVAL DO DESERTO

Piloto LargadasAbandonosVitórias

AlUnser37264043 
GordonJohncock32252431 
BobbyUnser31147211 
MarioAndretti42345652 
A. J.Foyt33342331 
TomSneva24442211 
JohnnyRutherford37340122 
RickMears19232112 
LloydRuby21123203 
BobbyRahal16123101 
ArieLuyendyk14020100 
TonyKanaan4020110 
SamHornish, Jr.6020100 
HelioCastroneves6012000 
MichaelAndretti15011331 
MikeMosley20411102 
JimMcElreath20411101 
ScottSharp11011012 
ScottGoodyear9011000 
RobertoGuerrero14011000 



TOP 5 DOS RECORDISTAS EM POLES


1 - Mario Andretti - 11 poles
2 - A. J. Foyt - 8 poles
3 - Al Unser Sr. - 6 poles
4 - Rick Mears - 6 poles
5 - Bobby Unser - 3 poles

segunda-feira, 1 de maio de 2017

A primeira vez no oval o piloto nunca esquece


NO AUTOMOBILISMO EM GERAL - A carreira de um piloto campeão é marcada pela constante busca pelo aprimoramento de suas técnicas de pilotagem até a chegada da aposentadoria. No mundo da Indy, talvez mais do que na Formula 1, na Fórmula-E ou na Super Fórmula, essa construção de habilidades é mais exigente devido a existência das pistas ovais. E, dentro do calendário dos ovais, teremos ainda a diversidade nos formatos de cada um, elemento surpresa que exige também a criação de múltiplas habilidades em configurar/acertar o carro da melhor forma possível para render bem tanto nos treinos quanto nas corridas.

Simon Pagenaud, como todos sabem, é do grid da Indy talvez o mais versátil piloto, está um segundo atrás do talento que Dixon e Bourdais possuem no currículo. Já guiou carro de rally e protótipos; entrou na Indy de cabeça a partir do momento que definiu a melhor estrada para sua carreira como piloto de alto nível. Mas é certo que se dedicasse seu tempo e seu dinheiro a investir em WEC ou Fórmulas europeias teria também um destaque importante. 


A primeira corrida oficial do francês numa pista oval foi no ano de 2012. Era sua vigésima segunda prova na categoria americana de monopostos e Simon havia se inscrito apenas nas corridas em circuitos mistos e de rua no último ano da extinta Champ Car de 2007. A experiência em mistos e rua não foi suficiente para ele encarar logo de cara Indianapolis 500 como primeiro oval e o resultado final foi um discreto 16º lugar. Todos precisam ter um começo e começar em Indianapolis, na minha opinião, é sempre um erro para novatos. Porém, é uma atitude corajosa e digna de elogios sempre. 

A próxima pista oval seria o temido e "bankudo" oval de uma milha e meia no Texas. Para um principiante na arte de conduzir carro de corrida em círculos, Simon teve em Fort Worth a primeira e definitiva impressão de que poderia sim ser competitivo contra pilotos com larga experiência em ovais e tornar-se um bom piloto nesse tipo de corrida: o 6º lugar deixou Pagenaud mais confiante para prosseguir sua jornada na Indy.



Nos ovais curtos, que vieram na sequência, Pagenaud teve bons resultados, considerando aqui a diferença do oval plano do Wisconsin para o oval inclinado da Terra do Milho: em Milwaukee o Sapo largou na 7º posição e finalizou em 13º lugar; em Iowa, o primeiro TOP 5 do piloto que largou na última posição e conseguiria finalizar no 5º lugar de maneira brilhante. Ali começava a colher o primeiro fruto do seu investimento profissional como piloto diversificado e de alto nível.

No final do ano o calendário reservava um superspeedway pela frente. E, dessa vez, o desafio era o imponente oval longo de Fontana. Como dizia o profeta indyanista: "oval curto e oval médio é uma coisa, mas oval longo é uma escola de pilotagem a parte dentro do gênero da alta velocidade". Simon largou em 20º lugar e terminou no modesto 15º lugar, com duas voltas a menos que o vencedor, Will Power. O sinal amarelo foi ligado: o trabalho precisava ficar mais árduo para o aprimoramento das habilidades em Superspeedways e o Sapo, inteligente que é, disso bem sabe até hoje.


Em 2013, o francês teve como primeira prova de oval a temida Indy500. Era o início de sua terceira temporada completa na Indy (contando 2007, na antiga CCWS sem ovais) e Pagenaud demonstrou uma boa evolução na terceira vez em um oval longo. Largou no 21º lugar e alcançou um bom 8º lugar na trilha de tijolos. Depois de Detroit 2, onde Pagenaud conquistou sua primeira vitória na Indycar Series, tivemos mini-temporada de ovais com Texas (oval médio), Milwaukee (oval curto), Iowa (oval curto) e Pocono (oval longo). Em Fort Worth, uma queda no rendimento e um mediano 13º lugar. A milha de Milwaukee também seria testemunha de um fraco desempenho de Simon e só um 12º lugar foi alcançado. Já em Iowa e Pocono Pagenaud voltou a despontar como destaque entre os novatos em ovais e dois 6º lugares animaram o que parecia ser uma rápida curva negativa no seu rendimento. 

No fim da temporada 2013, as 500 Milhas de Fontana prometiam um Sapo muito competitivo, ainda mais depois do bom resultado em Indianapolis e Pocono. No entanto, no 13º lugar largou no 13º lugar chegou. Decepcionante? Talvez, caso você seja fã de Simon e só vive de resultados imediatos, mas para quem sabe que o francês almeja se tornar um dos melhores pilotos da Indy em ovais essa oscilação foi um desequilíbrio natural dentro do objetivo traçado. Até porque se você lembrar a equipe de Sam Schmitd naquele momento crescia junto com a evolução de Pagenaud ao volante, por isso o peso sobre suas costas também aumentava a cada etapa, principalmente pelo fato de carregar todo time nas costas além do novato Vautier que sofria muito com a vida de rookie.

Nas três temporadas seguintes, Pagenaud faria: 

- 3 corridas no oval de Indianapolis, com um 12º lugar em 2014, 10º lugar em 2015 e um péssimo 19º lugar em 2016.
- 3 corridas no oval do Texas, com um excepcional 4º lugar em 2014, 11º lugar em 2015 e mais um 4º lugar em 2016. 
- 2 corridas no oval de Milwaukee, com um bom 7º lugar em 2014 e um 9º lugar em 2015.
- 3 corridas no oval de Pocono, com um novo 6º lugar em 2014, 7º lugar em 2015 e um fraco 18º lugar em 2016.
- 2 corridas no oval de Fontana, com um péssimo 20º lugar em 2014 e a primeira pole em ovais em 2015, além do resultado final no 9º lugar da prova.
- 3 corridas em Iowa, com 11º lugar em 2014, 14º lugar em 2015 e sua segunda pole em ovais e um 4º lugar na corrida em 2016


Para o calendário 2016 da Indy, Pagenaud enfrentaria um "novo" oval curto que se localiza no meio do deserto de Phoenix e é uma tradicional pista americana construída especialmente para os carros de Indianapolis dos anos sessenta. Se olharmos para o desempenho dele nos ovais curtos percebemos logo que esse é o tipo de pista onde o Sapo melhor se adaptou e onde conquistaria seus bons resultados na sua trajetória. Portanto, não é de se estranhar que em dois anos seguidos o Sapo cravaria seus dois melhores resultados em circuitos que viram só para a esquerda e tem só uma milha de tamanho. Quiseram os deuses da velocidade extrema que fosse no oval do Arizona, em 2017, a primeira glória do "pequeno francês"!

Roger Penske agradece a evolução, Simão!

CLASSIFICAÇÃO DEPOIS DE 4 ETAPAS EM 2017:

1 - Sapo = 159 pontos
2 - Dixon = 141 pontos
3 - Newgarden = 133 pontos
4 - Tião = 128 pontos
5 - Prefeito = 120 pontos
6 - Homem-Aranha = 118 pontos
7 - Poderoso Will = 91 pontos
8 - TK = 87 pontos
9 - Caçador = 82 pontos
10 - Jones = 81 pontos

Sobre a corrida em si, foi fraca em emoções, monótona em disputas, frustrante para qualquer expectativa. Arruinaram deixando os níveis de downforce no talo. Esperemos que corrijam essa terrível escolha com a estréia do novo aerokit 2018. Phoenix merece um espetáculo melhor do que tivemos no último sábado do mês de abril.

Agora é a vez do mês de maio e o MAIOR ESPETÁCULO DAS CORRIDAS!



quarta-feira, 26 de abril de 2017

Newgarden: a aposta de Roger Penske que começa a dar certo


JOSEF - Foi um talento cultivado por uma indyanista de suma importância para o esporte a motor: Sarah Fisher. Sem ela Newgarden hoje estaria correndo, quem sabe, na IMSA ou na NASCAR, e o sonho de brilhar na Indy - que ele alimenta desde 2011 - não passaria disso: UM SONHO. Fisher não permitiu esse desperdício de talento e fez esforços inimagináveis para permitir ao garoto do Tennessee uma sobrevida na principal categoria de monopostos das Américas. Daí, em 2016, a lenda Roger Penske resolveu contratar a promessa do "Estado dos Voluntários". E essa tradição em garimpar talentos não é novidade para o mais tradicional time da Indy.


Quando, em 1978, o então piloto da Penske, Mario Andretti, decidiu buscar o título Mundial de F1, Roger não teve dúvidas em chamar um piloto promissor, nativo do Kansas, que havia sido observado por ele mesmo dois anos antes durante as 500 Milhas de Ontário. Até então Rick Mears carregava consigo o título de rookie da temporada 1976 da USAC e nada mais. Diferente de Newgarden, Mears chegou sem nenhuma vitória antes de entrar no cockpit de um carro da Penske. Seu melhor resultado havia sido o 5º lugar na Milha de Milwaukee em 1977 guiando um chassi da McLaren defasado. Quando terminou sua carreira na Penske em 1992, Rick tinha escrito uma história com 29 vitórias e 40 poles!

Newgarden, ao contrário de Rick quando chegou ao time de Roger, trazia com ele uma bagagem de 83 corridas de Indy disputadas por times pequenos do grid e 3 vitórias no currículo: Barber (misto), Toronto (rua) e Iowa (oval), demonstrando a Roger e Cindric habilidade ímpar para ser competitivo tanto em ovais quanto em mistos/ruas, algo indispensável para os pretendentes ao título da Indy. Contudo, o "fantasma da primeira vitória" é uma assombração real na vida de todo piloto que evoluí do time pequeno para o time com estrutura superior. Pagenaud, como um exemplo mais recente, sofreu muito com a expectativa por sua primeira vitória na Penske, sendo inclusive contestado como "uma aposta que deu errado" ao final da temporada 2015. Daí veio 2016 e o francês fez o que fez.


Mas, para o garoto de Nashville, esse problema já é coisa do passado: a vitória de domingo no Grande Prêmio do Alabama, seu segundo triunfo na pista, já o coloca automaticamente como o grande concorrente ao título da Indy de 2017. Com habilidade e ousadia, saiu do sétimo lugar para o terceiro, e quando Dixon bobeou em uma das relargadas, Josef não teve dúvidas em meter seu DW12 lado a lado com o carro #9 do tetracampeão e roubar o segundo posto do neozelandês. Óbvio que Will Power, o líder da prova até restar menos de 15 voltas pro fim, deu um azar monstruoso com um pneu perdendo pressão e a necessidade da parada nos pits, mas para um talento brilhar outros talentos precisam estar numa época de trevas. E tanto Power quanto Helio parecem estar vivendo no lado escuro da sorte no automobilismo.

Evidente que é cedo para afirmar que o futuro será glorioso para Newgarden na Indy como foi para Mears nos anos 70 e 80 ou como foi para Pagenaud em 2016, porém se a sua certeza depende de uma demonstração real da capacidade técnica e física do garoto americano em conduzir o carro #2 de forma agressiva e hábil nos três tipos de traçados presentes no calendário então a segunda vitória dele em Barber prova irrefutavelmente que Penske acertou mais uma vez no alvo!

TOP 5 NA TABELA DE CLASSIFICAÇÃO 2017 
APÓS 3 ETAPAS

Tião Bourdais = 117 pontos
Scott Dixon = 111 pontos
J. Newgarden = 110 pontos
S. Pagenaud = 106 pontos
James Hinchcliffe = 102 pontos

sábado, 22 de abril de 2017

Barber Motorsports Park - Estatísticas 2017


BARBER - É, dos circuitos mistos americanos recentes, o mais belo, maravilhoso, lúdico, cinematográfico de todos. O traçado possui subidas, descidas, gramados por todos os lados, bosques, morros, enfim, uma inspiração absoluta nas mais belas pistas europeias de cinquenta anos atrás, quando Tilke ainda era uma criança feliz. Talvez o grande pecado de Barber seja a falta de uma reta maior, porém isso se torna irrelevante se levarmos em conta que a essência do projeto de Alan Wilson era o de criar uma pista para motos e não monopostos!

A Indy corre por lá desde 2010. Até agora foram sete corridas no circuito misto de Leeds com quatro pilotos diferentes vencendo as provas. Na inauguração em 2010, o brasileiro Helio Catroneves brilhou com seu Penske #3 e fez a festa. No ano seguinte foi a vez do Poderoso Will receber a quadriculada em primeiro, e ele repetiria o feito em 2012. Ryan Hunter-Reay foi outro que venceu duas seguidas em Barber, 2013 e 2014, o que deixa claro porque o considero o melhor piloto americano do grid, capaz de vencer mistos/rua e ovais se tiver um carro competitivo. Em 2015, Newgarden, a grande aposta americana para o futuro da Indy, conquistou a sua primeira vitória na carreira. E no ano passado Simon Pagenaud saiu com a vitória que assegurou sua chegada a Indianapolis como líder do Campeonato. 


FONTE: http://www.champcarstats.com/tracks2/barber.htm


Nas estatísticas gerais de todos os pilotos que disputaram corrida em Barber, o líder é Will Power e a pior é Milka Duno (MILF Driver). Abaixo segue o TOP 10.

PilotoLargadasDNS/QVitórias
Poles
WillPower70200323
RyanHunter-Reay70200011
HelioCastroneves70102002
JosefNewgarden50101000
SimonPagenaud60100111
ScottDixon70042000
GrahamRahal70020100
MarcoAndretti70010110
DarioFranchitti40002000
CharlieKimball60000100

A corrida da Indy em Barber acontecerá amanhã, com transmissão ao vivo da Tv Bandeirantes a partir das 16:10 da tarde (horário de Brasília). Hoje, sábado, teremos o treino classificatório transmitido apenas para os Estados Unidos.


Câmera no Capacete - Barber 2017 - Hunter-Reay


Câmera no Capacete - Barber 2017 - Graham Rahal

segunda-feira, 17 de abril de 2017

Fernando Alonso: o carro número #29 no grid das 500 Milhas de Indianapolis


QUANDO A BOMBA - Jornalística explodiu na manhã de terça-feira passada, 12 de abril, poucas pessoas acreditaram de imediato. Sentado no trono, celular na mão, acessei o grupo da Indycar Brasil no Face e me deparei com aquilo que a princípio tinha toda cara de "piadinha de primeiro de Abril". Contudo, após entrar no site do Racer o impossível se concretizava na realidade: Fernando Alonso estava inscrito para disputar as 500 Milhas de Indianapolis de 2017 através de uma parceria da Andretti com a McLaren!

Óbvio que choveram opiniões de todos os lados possíveis, tanto de Indyanistas fanáticos quanto dos Indyotas tagarelas de sempre, porém, no geral, a comunidade do automobilismo parecia satisfeita com a quebra daquela cotidianidade modorrenta a qual os pilotos da F1 estão constantemente atrelados durante toda temporada regular. 

Para se ter noção, desde Jim Clark, em 1965, um campeão de F1 não deixava o GP de Mônaco para participar do outro lado do Atlântico das 500 Milhas. Alonso abalou as estruturas do "estabelecido", emulou do silêncio a memória do ícone escocês Clark e formalizou a busca pela Tríplice Coroa do Automobilismo como desejo para a carreira. Título esse que até agora, no grid da F1, só vi Alonso e Vettel darem o devido valor. 

Passada a surpresa, vamos encaminhar os seguidores de Alonso e, consequentemente, da Indy para um assunto dos mais importantes e relevantes no interior do Templo da Velocidade: A mística da numerologia!

De 1911 até 2016 foram 100 edições de 500 Milhas e o carro que levava o número #3 ganhou onze edições (1919, 1948, 1962, 1968, 1974, 1981, 1986, 1991, 1992, 2002 e 2009). O número #2 vem logo em seguida no ranking dos números bem-sucedidos em Indianapolis com 9 conquistas (1915, 1921, 1929, 1939, 1969, 1970, 1976, 1978 e 2015). Fechando o TOP 5 temos o número #1 chegando em primeiro sete vezes (1923, 1940, 1950, 1958, 1961, 1964 e 1971) e um empate entre o número #14 (1928, 1953, 1954, 1967, 1977 e 1999) e o #5 (1935, 1959, 1983, 1985, 1988 e 1997) ambos com seis vitórias cada.

Nesse quesito, nós podemos dizer que Fernando já começou mal. O número dele na F1 hoje é o #14, que na Indy pertence ao time da lenda de Indianapolis A.J.Foyt. Com isso, a Andretti e a McLaren escolheram o #29 para a inscrição do piloto espanhol. Pesquisando no "INDYPEDIUM - Livro Sagrado da Numerologia Indyânica" descobri que o #29 não tem em 100 edições das 500 Milhas nenhuma vitória no templo. 

(Bob Hurt classificou o #29 para as 500 de 1967)

ANALISANDO OS NÚMEROS DOS NÚMEROS

Na Indy 500 desse ano os pilotos que usam os números mais vitoriosos da Indy 500 são respectivamente:

- Helio Castroneves da Penske com o #3
- Josef Newgarden da Penske com o #2
- Simon Pagenaud da Penske com o #1
- Carlos Muñoz da Foyt com o #14
- James Hinchcliffe da SPM com o #5

Três carros da Penske, que sempre prioriza sua temporada para vencer Indianapolis, carregam três dos números mais gloriosos do oval retangular. Isso por si só já é um peso contra o #29 de Alonso. Para piorar o cenário místico, James Hinchcliffe, que foi pole da Indy500 ano passado, até agora tem se mostrado um dos fortes candidatos ao título da categoria e carrega o #5 e, na minha bola de cristal, é favorito inclusive a pole de novo. Já Carlos Muñoz, apesar do número tradicionalíssimo, é o mais "fraco" entre os favoritos do TOP 5 numerólogo. Entretanto, é um colombiano talentoso capaz de surpreender muita gente experiente, não é carta fora do baralho. Seu problema é a adaptação do time ao motor Chevy, e isso eu conto como um grave problema para o mês de maio.

(Bell nos treinos livres da Indy500 de 2016. Homenagem a Harroun no macacão)

Depois de toda análise, sabendo que Townsend Bell, em 2016, foi o último piloto a defender o carro #29 (e, tirando o fato da grande trapalhada feita por ele nos pits contra Hunter-Reay, Townsend esteve sempre entre os primeiros da corrida - e o carro que Alonso guiará é esse mesmo do Bell...) minha conclusão é uma só: a chance de Alonso vencer é de exatamente 29%!!!

Por quê, Alonso? Por quê Indianapolis?

Semana que vem o espanhol, bicampeão de F1, estará participando como espectador da etapa de Barber, no Alabama. 

Prefeito de Long Beach


HINCHCLIFFE - Será um dos fortes candidatos ao título da Indy em 2017. E afirmo isso não em função da vitória de domingo passado do canadense na ensolarada Long Beach, o fato é que os motores/aeros da Honda estão superiores nas pistas de rua que outrora eram dominadas pelos motores/aeros da Chevy. Bourdais, que chegará a Barber como líder do certame, em mais uma brilhante estratégia de Dale Coyne, assegurou com seu kit Honda o segundo lugar da corrida, a frente de Newgarden da Penske, o melhor resultado de um carro movido pela Chevy no circuito urbano.

  
A reviravolta no desempenho da Honda nas pistas de rua da Indy não garante imediatamente a certeza de bons resultados também nos circuitos mistos, mas abre caminho para um equilíbrio no campeonato que não tínhamos desde que os aerokits foram introduzidos em 2015. De lá pra cá, a Chevy venceu 24 corridas; a Honda venceu 8 corridas. Somando as duas vitórias nessa temporada de 2017, a Honda sobe para 10 vitórias. O abismo é enorme ainda. Se levarmos em conta as poles conquistadas de 2015 até esse começo de 2017 a diferença é abissal: 31 poles pra Chevrolet, 3 poles para a Honda. Entretanto algo está acontecendo nas garagens...

Na temporada 2017, por enquanto, Honda lidera o Campeonato de Fabricantes com 185 e a Chevrolet com 135 pontos. O campeonato de pilotos também é liderado pelo fabricante japonês, com Tião Bourdais da Dale Coyne tranquilão com 93 pontos depois de duas corridas. Em segundo, 19 pontos atrás do francês, vem o canadense Hinchcliffe da SPM. Pagenaud, atual campeão com a Penske, é o terceiro com 71 e o melhor conjunto Chevy na tabela. 

A próxima etapa da Indy acontecerá na sinuosa pista do Alabama. Desde o início da guerra dos aerokits em 2015 a Chevrolet venceu as duas corridas por lá e conquistou as duas poles. Com o regulamento congelado para 2017 a tendência seria afirmar que a Chevrolet é favorita a ganhar mais uma etapa no excêntrico circuito misto de Leeds. Mas algo aconteceu com a Honda na Indy, proporcionalmente contrário ao que vem acontecendo com a Honda na F1. 



Pelos lados de Hinchtown, Long Beach foi um marco ímpar na carreira do James. Após aquela quase morte em Indianapolis 2015, o Prefeito passou um longo tempo de molho e retornou ano passado fazendo a pole no Templo, perdendo uma corrida pro Rahalzinho no oval do Texas por 0,0052 segundos, e esteve sempre no TOP 10 das corridas de 2016 mesmo usando o motor/aero da Honda que tanto Foyt quanto Andretti reclamavam da qualidade. A persistência de Sam com Hinch agora rende frutos. Foi a quinta vitória do canadense em 91 corridas disputadas na Indy. E mais, ele preenche um requisito fundamental para se tornar um campeão da Indy: versatilidade para vencer em todos os tipos de traçados do calendário, motivo pelo qual aponto Hinch como um dos meus cinco pilotos favoritos para conquistar a Astor Cup 2017. 

Bora bebemorar com a Cerveja do Hinch!