segunda-feira, 1 de maio de 2017

A primeira vez no oval o piloto nunca esquece


NO AUTOMOBILISMO EM GERAL - A carreira de um piloto campeão é marcada pela constante busca pelo aprimoramento de suas técnicas de pilotagem até a chegada da aposentadoria. No mundo da Indy, talvez mais do que na Formula 1, na Fórmula-E ou na Super Fórmula, essa construção de habilidades é mais exigente devido a existência das pistas ovais. E, dentro do calendário dos ovais, teremos ainda a diversidade nos formatos de cada um, elemento surpresa que exige também a criação de múltiplas habilidades em configurar/acertar o carro da melhor forma possível para render bem tanto nos treinos quanto nas corridas.

Simon Pagenaud, como todos sabem, é do grid da Indy talvez o mais versátil piloto, está um segundo atrás do talento que Dixon e Bourdais possuem no currículo. Já guiou carro de rally e protótipos; entrou na Indy de cabeça a partir do momento que definiu a melhor estrada para sua carreira como piloto de alto nível. Mas é certo que se dedicasse seu tempo e seu dinheiro a investir em WEC ou Fórmulas europeias teria também um destaque importante. 


A primeira corrida oficial do francês numa pista oval foi no ano de 2012. Era sua vigésima segunda prova na categoria americana de monopostos e Simon havia se inscrito apenas nas corridas em circuitos mistos e de rua no último ano da extinta Champ Car de 2007. A experiência em mistos e rua não foi suficiente para ele encarar logo de cara Indianapolis 500 como primeiro oval e o resultado final foi um discreto 16º lugar. Todos precisam ter um começo e começar em Indianapolis, na minha opinião, é sempre um erro para novatos. Porém, é uma atitude corajosa e digna de elogios sempre. 

A próxima pista oval seria o temido e "bankudo" oval de uma milha e meia no Texas. Para um principiante na arte de conduzir carro de corrida em círculos, Simon teve em Fort Worth a primeira e definitiva impressão de que poderia sim ser competitivo contra pilotos com larga experiência em ovais e tornar-se um bom piloto nesse tipo de corrida: o 6º lugar deixou Pagenaud mais confiante para prosseguir sua jornada na Indy.



Nos ovais curtos, que vieram na sequência, Pagenaud teve bons resultados, considerando aqui a diferença do oval plano do Wisconsin para o oval inclinado da Terra do Milho: em Milwaukee o Sapo largou na 7º posição e finalizou em 13º lugar; em Iowa, o primeiro TOP 5 do piloto que largou na última posição e conseguiria finalizar no 5º lugar de maneira brilhante. Ali começava a colher o primeiro fruto do seu investimento profissional como piloto diversificado e de alto nível.

No final do ano o calendário reservava um superspeedway pela frente. E, dessa vez, o desafio era o imponente oval longo de Fontana. Como dizia o profeta indyanista: "oval curto e oval médio é uma coisa, mas oval longo é uma escola de pilotagem a parte dentro do gênero da alta velocidade". Simon largou em 20º lugar e terminou no modesto 15º lugar, com duas voltas a menos que o vencedor, Will Power. O sinal amarelo foi ligado: o trabalho precisava ficar mais árduo para o aprimoramento das habilidades em Superspeedways e o Sapo, inteligente que é, disso bem sabe até hoje.


Em 2013, o francês teve como primeira prova de oval a temida Indy500. Era o início de sua terceira temporada completa na Indy (contando 2007, na antiga CCWS sem ovais) e Pagenaud demonstrou uma boa evolução na terceira vez em um oval longo. Largou no 21º lugar e alcançou um bom 8º lugar na trilha de tijolos. Depois de Detroit 2, onde Pagenaud conquistou sua primeira vitória na Indycar Series, tivemos mini-temporada de ovais com Texas (oval médio), Milwaukee (oval curto), Iowa (oval curto) e Pocono (oval longo). Em Fort Worth, uma queda no rendimento e um mediano 13º lugar. A milha de Milwaukee também seria testemunha de um fraco desempenho de Simon e só um 12º lugar foi alcançado. Já em Iowa e Pocono Pagenaud voltou a despontar como destaque entre os novatos em ovais e dois 6º lugares animaram o que parecia ser uma rápida curva negativa no seu rendimento. 

No fim da temporada 2013, as 500 Milhas de Fontana prometiam um Sapo muito competitivo, ainda mais depois do bom resultado em Indianapolis e Pocono. No entanto, no 13º lugar largou no 13º lugar chegou. Decepcionante? Talvez, caso você seja fã de Simon e só vive de resultados imediatos, mas para quem sabe que o francês almeja se tornar um dos melhores pilotos da Indy em ovais essa oscilação foi um desequilíbrio natural dentro do objetivo traçado. Até porque se você lembrar a equipe de Sam Schmitd naquele momento crescia junto com a evolução de Pagenaud ao volante, por isso o peso sobre suas costas também aumentava a cada etapa, principalmente pelo fato de carregar todo time nas costas além do novato Vautier que sofria muito com a vida de rookie.

Nas três temporadas seguintes, Pagenaud faria: 

- 3 corridas no oval de Indianapolis, com um 12º lugar em 2014, 10º lugar em 2015 e um péssimo 19º lugar em 2016.
- 3 corridas no oval do Texas, com um excepcional 4º lugar em 2014, 11º lugar em 2015 e mais um 4º lugar em 2016. 
- 2 corridas no oval de Milwaukee, com um bom 7º lugar em 2014 e um 9º lugar em 2015.
- 3 corridas no oval de Pocono, com um novo 6º lugar em 2014, 7º lugar em 2015 e um fraco 18º lugar em 2016.
- 2 corridas no oval de Fontana, com um péssimo 20º lugar em 2014 e a primeira pole em ovais em 2015, além do resultado final no 9º lugar da prova.
- 3 corridas em Iowa, com 11º lugar em 2014, 14º lugar em 2015 e sua segunda pole em ovais e um 4º lugar na corrida em 2016


Para o calendário 2016 da Indy, Pagenaud enfrentaria um "novo" oval curto que se localiza no meio do deserto de Phoenix e é uma tradicional pista americana construída especialmente para os carros de Indianapolis dos anos sessenta. Se olharmos para o desempenho dele nos ovais curtos percebemos logo que esse é o tipo de pista onde o Sapo melhor se adaptou e onde conquistaria seus bons resultados na sua trajetória. Portanto, não é de se estranhar que em dois anos seguidos o Sapo cravaria seus dois melhores resultados em circuitos que viram só para a esquerda e tem só uma milha de tamanho. Quiseram os deuses da velocidade extrema que fosse no oval do Arizona, em 2017, a primeira glória do "pequeno francês"!

Roger Penske agradece a evolução, Simão!

CLASSIFICAÇÃO DEPOIS DE 4 ETAPAS EM 2017:

1 - Sapo = 159 pontos
2 - Dixon = 141 pontos
3 - Newgarden = 133 pontos
4 - Tião = 128 pontos
5 - Prefeito = 120 pontos
6 - Homem-Aranha = 118 pontos
7 - Poderoso Will = 91 pontos
8 - TK = 87 pontos
9 - Caçador = 82 pontos
10 - Jones = 81 pontos

Sobre a corrida em si, foi fraca em emoções, monótona em disputas, frustrante para qualquer expectativa. Arruinaram deixando os níveis de downforce no talo. Esperemos que corrijam essa terrível escolha com a estréia do novo aerokit 2018. Phoenix merece um espetáculo melhor do que tivemos no último sábado do mês de abril.

Agora é a vez do mês de maio e o MAIOR ESPETÁCULO DAS CORRIDAS!



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