segunda-feira, 21 de julho de 2014

2 Corridas em 1 Dia: Indycarmageddon em Toronto


BRIGA DE FOICE NA RUA - Como todos sabem a rodada dupla em Toronto da Indy teve imprevistos e uma chuva forte acabou adiando para a manhã de domingo a Corrida 1, reduzida para 65 voltas tal como a Corrida 2, que aconteceria na tarde do mesmo dia. 

Na Corrida 1, começando na pole estava Tião Bourdais, o velho campeão da Champ Car e que não vencia em monopostos desde o México em 2007. Há quatro anos atrás ele resolveu apostar na tal da "IRL" e agora, depois de substituir Tony Kanaan na KV, colheu os frutos dessa investida. Foram 58 voltas na liderança e uma distância final de 2 segundos entre o francês e Helio Castroneves, o segundo colocado e que brigou como um condenado para levar pra casa esse pódio. Tony Kanaan, baiano mais porreta da história da Indy, também teve momento sensacionais nessa primeira corrida e encarnou no carro #10 a verdadeira essência do Exu-Escocês de West Lothian. TK está mais próximo de vencer pela Ganassi do que o tricampeão Dixon, que faz um campeonato meia-boca e está no time mais de uma década. E esse é só o primeiro ano dele. Na Ganassi hoje o melhor carro é o carro do brasileiro e ponto final.


Quando Bourdais saiu da Dragon e acertou com a KV pensei imediatamente que essa tinha sido a melhor escolha para o time de Vasser e Kalkhoven. Na Dragon, time do filho de Roger que correrá esse ano apenas na Formula E, o francês já tinha brilhado em 2013 e só não venceu corrida por detalhes que só Simon Pagenaud pode lhe explicar (Baltimore manda lembranças). Entretanto, com a KV, Bourdais teve um início de temporada bem apagado e viu o seu companheiro sem quatro Campeonatos da Champ Car, Tião Saavedra, pegar uma pole na "rodada dupla" de Indianapolis. Problema é que Saavedra é Saavedra e portanto a natureza cuidou para que Bourdais não tivesse a ingrata missão de ganhar corrida para provar que ainda tinha mais capacidade que seu companheiro de equipe mais jovem, o Tião colombiano.

O projeto para o crescimento de um time médio na Indy precisa de tempo e de ousadia financeira para se concretizar ao longo dos tempos, e a KV teve essa intenção no ano passado quando trabalhou a favor da entrada de TK no time. A vitória em Indianapolis do carro #11 foi o ápice para construir uma identidade vencedora diante dos olhos de muita gente e essa vitória do Bourdais em Toronto concretiza a força do time nos circuitos de rua/mistos. Porém, na minha visão, devido ao desempenho apenas razoável de Bourdais em ovais curtos/médios e longos (além do fato dos pontos serem dobrados nos ovais longos), a melhor escolha para o próximo passo de evolução pro time da KV seria a contratação de um especialista para os ovais e mediano/bom em mistos, algo similar ao que fez o time da cachaça com Carpenter/Conway.

Melhores Momentos da Corrida 1

Já na Corrida 2, a chuva deu as caras e tornou a prova uma aula de sobrevivência. Muitas disputas ríspidas podem ser assistidas nos melhores momentos da prova e o resultado foi uma grande variação de estratégias entre os times/pilotos embaralhadas dentro de 65 voltas com diversas amarelas e uma bandeira vermelha. Foi tanto caos que a prova teve que ter um final cronometrado. Brilhou então, no meio da pancadaria selvagem e dos destroços, a habilidade de Mike Conway e do time da Cachaça, comandado por Ed. Arriscando colocar pneus slicks quando a chuva havia diminuído um pouco e o asfalto já se apresentava seco em diversos setores, Conway guiou firme para sua segunda vitória no ano e a terceira vitória do time ECR. Dizem nos bastidores que esse sucesso da parceria Ed/Mike (os dois tem mais vitórias que a Ganassi com 4 carros no grid, por exemplo) pode proporcionar um segundo carro para temporada completa de 2015. Existem interessados em ingressar no time da Cachaça, então fiquem atentos.


Destaque total da Corrida 2, além do golpe de mestre do time ECR, foi Tony Kanaan. Final de prova espetacular do baiano e se tivesse mais voltas esse mito conseguiria alcançar e passar por cima de Mike. Dois pódios em menos de 6 horas, esse é TK revivendo a consistência e os bons resultados do carro #10 quando era de Franchitti. Esse final de temporada promete ser de sucesso total para Tony e a Ganassi. O quinto lugar de Sato também merece menção, até porque fazia tempo que time do Mito não fazia um TOP 5. Na Corrida 1 A.J. teve que assistir mais um abandono devido a erro alheio, esse quinto lugar na Corrida 2 serviu ao menos para amenizar o azar que ronda o time da lenda! 


Melhores momentos da Corrida 2

A briga pelo título parece estar ficando mesmo para os companheiros de Penske, Poderoso Will e Helinho. Entre mortos e feridos de Toronto, uma disputa selvagem entre os dois pilotos da Penske e resultados bons e ruins para ambos em cada uma das corridas, agora a vantagem de Helio para Power é de 13 pontos, aumentou 3 pontos depois da rodada dupla, restando 4 corridas para o fim: dois circuitos mistos (Sonoma e Mid-Ohio) e dois ovais (Milwaukee e Fontana, essa última sendo 500 Milhas e pontuação dobrada). 

Caçador e Pagenaud ficaram distantes da ponta da tabela e agora estão dependendo de resultados péssimos dos pilotos da Penske. A vantagem do brasileiro para o australiano é pouca e com tantas variações ao longo da temporada, com tantos resultados insólitos, tudo pode acontecer, mesmo uma grande arrancada de Pagenaud (pouco provável pelo time pequeno em estrutura no qual corre) ou de Caçador (mais provável de acontecer, pois corre em um grande time e com Michael Andretti auxiliando).

Classificação após a Rodada Dupla de Toronto
  

domingo, 20 de julho de 2014

Aleshin com a roda de Montoya na cabeça


SUSTO! - Hoje em Toronto, na Corrida 2, tivemos um acidente que provocou receios variados em todos que assistiam: Montoya bateu na barreira de pneus e o russo Aleshin, sem conseguir frear a tempo, acabou debaixo das rodas do Penske #2.Contudo, diferente do que ocorreu com o mesmo Aleshin em Indianapolis, quando o piloto da terra do Putin abarrotou o carro de Saavedra, dessa vez o pneu traseiro do carro de Juan Pablo parou em cima da cabeça do "soviético" e o calor expelido dos freios quase o sufocou, como contou em entrevista o próprio piloto do time de Sam.


Acima o momento que o carro de Montoya estaciona sobre o cockpit do carro do russo. Abaixo as marcas provocadas pelo impacto.



Esse não é o primeiro acidente grave no qual se envolveu o russo que faz a estréia na Indy em 2014. Fora o Grande Prêmio de Indianapolis, Mikail também se envolveu em um forte acidente com pancada em "T" com Takuma Sato no oval de Iowa. Vá com calma moleque, não queremos um russo morto na Indy, pô!

VÍDEO DO ACIDENTE

P.S: As fotos postadas aqui foram retiradas da página do Facebook do próprio piloto. 

segunda-feira, 14 de julho de 2014

Corrida de Iowa completa só com a narração de Honda e Chevy


SENSACIONAL - Paul Page? Celso Miranda? Téo José? Nivaldo Prieto? Por que não escutar a narração apenas dos motores dos carros da Indy?

Eis que o canal F1Racing colocou a nossa disposição no Youtube uma versão especial da corrida de Iowa inteirinha sem narração alguma, apenas os motores falam aqui. Se você ama ronco de motor esse é o vídeo para guardar na memória. A sensação de velocidade aumenta muito sem as vozes humanas atrapalhando os roncos cavernosos das máquinas mais rápidas das pistas ovais!


domingo, 13 de julho de 2014

Caçador: o novo Rei dos Ovais


ANOTE, POMBO, ANOTE! - Ontem tivemos na terra do milho uma das melhores corridas da temporada de 2014 da Indycar Series. No futuro quando você estiver sem fazer nada, coçando o saco, e quiser ver uma corrida legal em pista oval vá ao Youtube e clique nessa corrida. Excepcional do começo, no meio e, principalmente, no fim.

Corrida completa
com narração de Carlos Arratia e comentários
do mito dos mitos Alex Pombo!

A prova teve de tudo um pouco, teve até Montoya saindo da sua Penske destruída e esperando a passagem do carro-cachaça de Ed Carpenter para gritar algo do tipo "te vejo no milharal, motherfucker!". Apesar da ameaça de tornado durante todo fim de semana, apesar da chuva que até interrompeu por alguns minutos a corrida, apesar das arquibancadas não estarem lotadas, mais uma vez a Indy apresentou uma corrida com características interessantes e divertidas para quem assiste a disputa pelo título desse ano.


Antes da corrida em Iowa os indyanistas comentavam mundo afora que Pagenaud dificilmente era um candidato forte a conquista porque está em um time nanico; afirmavam que Montoya vinha forte e poderia surpreender a todos papando as próximas corridas; a maioria acreditava que as Penskes de Helio ou Poderoso Will enfim trariam a glória tão buscada por Roger nesses últimos anos de competição. E o Ryan Hunter-Reay era comentado para levar o bi? De jeito nenhum, para muitos o Caçador ficaria lembrado nessa temporada pela conquista em Indianapolis, e só. Título para o #28 da Andretti? Não? Tem certeza?


Até a metade final da corrida em Iowa o Caçador sequer tinha ficado entre os cinco primeiros da prova. Flutuou entre o sétimo e o décimo segundo lugar por mais de 200 voltas. Foi então que o Andretti que deu certo e chama Michael aproveitou-se da fechada criminosa de Ed em Juan Pablo, e a consequente bandeira amarela, para chamar imediatamente o Caçador pros pits. Pneus novos, vida nova. Enquanto o líder TK penava com pneus desgastados e velocidades menores, Caçador relargava do décimo lugar e ultrapassava com facilidade seus adversários. Uma corrida para ficar na memória e fazer qualquer um se tornar fã dos jogos de xadrez que são as estratégias dos times da Indy durante uma prova em oval. Michael Andretti foi sensacional na opção que fez e Ryan competente o suficiente para realizar o avanço espetacular contra tantos oponentes em poucas voltas restantes. 


Em três anos de disputas com esse chassi DW12 o Caçador é aquele que mais venceu em pistas ovais.


No ano de 2012, Caçador venceu em Iowa e Milwaukee (nos outros ovais: Justin Wilson ganhou no Texas, Dario Franchitti venceu em Indianapolis e Ed Carpenter em Fontana). Ano passado o Caçador não levou o título, porém deixou sua marca mais uma vez em Milwaukee (nos outros ovais deu: TK em Indianapolis, Hinch em Iowa, Power em Fontana, Helio no Texas e Dixon em Pocono). Nesse ano o Caçador já tinha levado as 500 Milhas de Indianapolis e ontem a noite marcou mais uma vitória no curto oval de Iowa (outros ganhadores em ovais foram: Carpenter no Texas e Montoya em Pocono). 

Para quem não acredita que o Caçador vem forte para a busca do Bicampeonato da Indy, espie o TOP 4 depois de Iowa:


Detalhe interessante: o Caçador marcou 16º e 19º na rodada dupla de Detroit e no Texas fechou a prova no 19º lugar. Para piorar o retrospecto desse ano Ryan fez um 18º em Pocono. Depois da glória nas 500 Milhas o Caçador não marcou sequer um TOP 5 até chegarmos a Iowa. E ele agora é terceiro lugar no campeonato, 32 pontos atrás do líder Helio Castroneves. 

Qual campeonato de monopostos do mundo é capaz de produzir esse tipo acirrado de competição sem truques mirabolantes? Não existe, não em 2014, só a Indy faz isso!  


sexta-feira, 11 de julho de 2014

Pagenaud & Newgarden em: "O Milharal do Mal"


ENREDO - A camionete de dois pilotos de uma conhecida categoria americana que corre em ovais estraga próximo a um estranho milharal. Desesperados para encontrar ajuda eles se embrenham pela plantação e... fazem uma surpreendente descoberta para esse sábado de Julho!


quarta-feira, 9 de julho de 2014

Um novo recorde mundial alcançado pela Indy em Pocono


CHUPA MUNDO DOS ESPORTES RADICAIS! - Não é só no Brasil que tem viúvas da Indy choramingando nos fóruns da internet. Nos EUA o nível de viuvismo atinge níveis alarmantes, sendo o ápice das lamúrias a ideia de que a Indycar atual não consegue bater recordes como era "Na Época da CART".

Pois bem, meninos chorões, a corrida em Pocono que terminou com a vitória de Montoya no último fim de semana está agora marcada para sempre nos livros de registros da FIA como a detentora da velocidade média mais alta da história do automobilismo, em autódromo fechado: 325.670km/h (obrigado pela informação Rodrigo Mattar) em pouco menos de 2h30min. durante 200 voltas e uma bandeira amarela. Os tempos estão mudando, indyanistas!

Outro recorde em Pocono: Montoya estabeleceu o novo recorde da pista durante a qualificação para as 500 Milhas de Pocono e você pode acompanhar tudo nesse vídeo:


terça-feira, 8 de julho de 2014

A culpa não é do Takuma Sato


DE UM FOYTISTA - Torcer para o time de A.J. Foyt é desejar o sucesso para uma das mais tradicionais figuras do automobilismo americano até hoje, sujeito que construiu a partir do que conquistou nas pistas esse time que cuida por anos com paixão e muita dedicação. Não importa muito a personalidade forte do mestre de Indianapolis e heptacampeão da USAC, vale mais a forma como ele se manteve atuante dentro da Indy e das corridas de monopostos. Fazendo uma analogia com nosso ídolo em Indianapolis, seria a mesma coisa que ter uma "Fittipaldi AutoSports" dedicada a lançar talentos brasileiros na Indy Lights e Indycar.


Infelizmente não é essa a realidade para os pilotos brasileiros, e nem é realidade que o time de A.J. invista em jovens talentos americanos. Apesar de dar algumas chances a Conor Daly, atualmente quem é o piloto principal do time é o mito japonês Takuma Sato. A condução agressiva do japonês aliada a competência de Larry Foyt proporcionou recentemente grandes momentos para o time de Foyt, como a vitória em Long Beach, o segundo lugar em São Paulo e passar o mês de maio de 2013 com Sato liderando o Campeonato de pilotos e o nome do time Foyt na frente de Ganassis e Penskes! 

Em 2014 Sato já largou na frente em duas ocasiões (foi pole em St. Pete e Detroit 2), porém, durante as corridas, as circunstâncias não têm favorecido o piloto japonês e os maus resultados acumulados o levaram para o fundo da classificação geral. Nas 500 Milhas, após a pancada de Dixon no muro, o carro de Sato atingiu pedaços do carro do neozelandês que estavam espalhados pela pista e seu pit-stop foi prejudicado consideravelmente. 

Na rodada dupla em Detroit, Sato teve problemas na caixa de câmbio na Corrida 1 e foi envolvido em acidentes na Corrida 2, onde o japonês não foi responsável direto pelos contatos e sim, respectivamente, Briscoe e Marco Andretti. No oval do Texas Sato foi afetado por uma perca de potência na sua máquina restando poucas voltas pro fim. Em Houston, Corrida 1, Sato vinha dando show até cometer um erro similar ao que Helio Castroneves cometeria na Corrida 2 com Tião Bourdais, ele entrou na linha do russo Aleshin e ferrou a corrida dos dois. Aqui sim ele foi culpado por errar.

A.J. Foyt metendo pau no Aleshin

Nas 500 Milhas de Pocono, Sato até conseguiu largar em um admirável quarto lugar, mas problemas elétricos irreparáveis evitaram que o piloto japonês disputasse a vitória. Mais um resultado frustrante para essa sequência desastrosa para o time do mito. Nas últimas sete corridas dessa temporada Sato obteve: 19º, 18º, 18º, 18º, 22º, 19º e 22º. Ano passado, a partir da prova de Iowa Sato começou uma sequência de sete resultados desastrosos: 23º, 22º, 24º, 20º, 22º, 23º e 24º. Apesar de poles e até brigar e conquistar a vitória, além dos bons TOP 5, Sato e o time de Foyt costumam desandar em determinado momento do Campeonato e isso compromete disputar de igual pra igual contra os times pequenos mais fortes como Dale Coyne, Sam Schmitd e Ed Carpenter Racing. Atualmente a Foyt tá tomando pau até da Bryan Herta Autosport!!!  

Para melhorar com mais eficiência, acredito que o time de Foyt precisa urgentemente de mais um carro no grid em temporada completa. Sato consegue ser rápido em muitas ocasiões, mas sozinho para fazer o acerto e com informações reduzidas devido a falta de outro piloto para conversar sobre possibilidades de acerto, o rendimento tende a ser prejudicado principalmente na parte final do Campeonato. 

Agora vem Iowa que é um oval curto, tipo de pista que Sato já demonstrou talento para se adaptar e até marcou pole em 2011. Ano passado, em outro oval curto, Sato quase venceu em Milwaukee.  

Go Sato, Go Time Foyt, rumo a vitória!!!