terça-feira, 30 de agosto de 2016

O Massacre da Indy-Elétrica no Texas (Fim da Temporada dos Ovais)


INTRODUÇÃO - A corrida que vimos no sábado foi similar, em certos aspectos, à trágica Era da IRL, quando o Pack racing apavorava uma geração inteira de indyanistas criados a base de ovomaltine e desacostumados com corridas decididas por milésimos de segundos. Dessa vez, foi mais trágico devido ao fato da prova, no geral, não ter sido inteiramente em formato de Pack racing. Mas, no fim, graças a uma amarela e aos pneus novos, os poucos presentes nas arquibancadas do TMS vivenciaram algo que jamais teriam esperado ou desejado ver: a loucura e o bizarro de um ‘four wide’ e um photofinish de 0.008 milésimos em meio às faíscas da demência. Para os indyanistas, uma aventura real transmitida ao vivo pela TV numa noite de inverno que se tornou o melhor show da temporada. Os acontecimentos daquele dia guiaram o descobrimento de uma das mais incríveis corridas nos anais da história norte americana, O Massacre da Indy-Elétrica no Texas!!


Empolgante, emocionante, eletrizante, FODEROSA: assim podemos classificar a décima quarta etapa do Campeonato da Indy realizada sábado passado na magnífica "Arena dos Gladiadores" do Texas. Com o atual carro, jamais tivemos um final tão apertado como esse entre Hinchcliffe, Graham Rahal, Tony Kanaan e Simon Pagenaud. Não foi uma tradicional prova de pack racing, mas teve momentos de corrida em bloco. O espetacular carro Arrow do Prefeito estava muito melhor acertado do que os demais e James chegou a dar volta em quase todos os concorrentes. Para se ter ideia da superioridade do canadense, em determinado momento, ele abriu 8 segundos do segundo colocado e em oval 8 segundos é uma eternidade. Era uma performance espetacular do carro da SPM que fatalmente seria coroado com uma vitória fácil após as 248 voltas.

Entretanto, Ed Carpenter surpreendeu Dixon dando uma fechada escrota no neozelandês na entrada da primeira dogleg, e uma amarela faltando menos de 20 voltas tornou as coisas mais complicadas para os cardíacos que assistiam a corrida e para quem sofre de ovalfobia. Diferentemente das corridas antigas da IRL em bloco, no Texas, nessa houve muita movimentação entre os ponteiros. Por vezes Tony, por vezes Simon Pagenaud, por vezes Rahal ou Helio buscavam o melhor posicionamento para roubar a liderança do Prefeito. Tivemos toques roda com roda, tivemos faíscas voando na cara dos pilotos, tivemos três carros lado a lado, tivemos quatro carros lado a lado, tivemos um final de corrida com 0.0080 milésimos de diferença entre Rahal (P1) e Hinch (P2). 


A batalha final pareceu dirigida por George Miller: intensa, insana, frenética e realista ao máximo. Merecia Oscar caso a Indy concorresse na categoria "Melhor Thriller de Ação" do ano de 2016. Não tem Nascar ou F1 (muhahahahahahaha óbvio que fiz essa citação de brincanagem!) que supere algo desse tipo, até porque todos os pilotos seriam punidos na F1 caso se sucedessem da mesma forma as disputas realizadas por Tony, Graham, Hinch, Simon e Helio. E, contrastando com a grandiosa guerra no asfalto, do lado de lá das grades, as arquibancadas vazias como pano de fundo aumentavam a atmosfera de esporte esquecido, abandonado, marginal, fútil, doentio, sem sentido. "Não seria tão legal se todo mundo gostasse" diria o filósofo da velocidade. Indy a categoria "maldita" por natureza e com orgulho.

Se vai durar mais dois, cinco, dez, quarenta ou cem anos ninguém sabe. Talvez a Indy seja o tesouro perdido que o automobilismo precisa popularizar para se safar de um fim melancólico diante do interesse das gerações futuras. Talvez seja a primeira categoria a sumir do mapa quando todos os interessados em automobilismo desejarem não ver mais corridas perigosas e insanas como essa que o Texas nos proporcionou. A única certeza é que essa foi mais uma obra de arte da Era DW12, o carro feio mais lindo do mundo.




FINAL DA TEMPORADA DE OVAIS

Ao completar as 248 voltas do Texas a Indy encerrou sua temporada nas pistas ovais em 2016. E o "campeão simbólico" das pistas que viram só para a esquerda foi o pequeno mito Newgarden. O garoto de Nashville, mesmo não correndo no oval texano, ficou na primeira posição com 234 pontos. Em segundo, o australiano Poderoso Will com 223 pontos no total. Alex Rossi, muito em função dos 100 pontos em Indianapolis, finalizou em um honroso terceiro lugar com 199 pontos. Veja a classificação completa a seguir:
Tabela de Classificação só das Pistas Ovais (Top 25):
    N#PilotoPHX 500 TXS IOW PCN Total
1) 21- Newgarden
28 111   9  53  33 234
2) 12- Power
3573244051 223
3) 98- Rossi
16124192911199
4)  9- Dixon
5369113629198
5) 10- Kanaan
3281362623198
6) 26- Munoz
8115281826195
7)  5- Hinchcliffe
1295432220192
8) 22- Pagenaud
4050323413169
9) 83- Kimball
1878282015159
10) 11- Bourdais
2459202431158
11) 15- Rahal
3040511419154
12) 3- Castroneves
2165311711145
13) 7- Aleshin
1340143044141
14) 28- Hunter-Reay
205318836135
15) 27- Andretti
1754181618123
16) 8- Chilton
2642151217112
17) 2- Montoya
2327221024106
18) 41- Hawksworth
113113151686
19) 14- Sato
15321019884
20) 6- Hildebrand
7676
21) 20- Carpenter9241312967
22) 18- Daly
1420991466
23) 19- Chaves
33161362
24) 77 - Servia

6060
25) 29- Bell
5555





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