domingo, 28 de agosto de 2016

Ovalfobia: a doença silenciosa do esporte a motor




FOBIA - Pode ser definida como uma perturbação da ansiedade caracterizada pelo medo persistente de um objeto ou de uma situação. As fobias causam o surgimento repentino de medo. A pessoa afetada exerce grandes esforços para evitar a situação ou o objeto, geralmente a um grau superior em relação ao perigo real do próprio objeto ou situação.

As fobias podem ser divididas em fobias específicas, fobias sociais, agorafobia e ovalfobia. Entre os tipos de fobias específicas estão fobias a determinados animais, situações no ambiente natural, sangue, ferimentos ou a corrida em circuitos ovais da América do Norte. As mais comuns são o medo de aranhas, medo de cobras, medo das alturas e medo de ovais. As fobias, em alguns pacientes, são desencadeadas por uma experiência negativa com o objeto ou a situação.

No caso da Ovalfobia, descoberta recentemente no I.I.X. (ou Instituto Indyanista Xiita), a perturbação tem início logo na fase infanto-juvenil, quando o indivíduo entra em contato pela primeira vez com as corridas de carros. O medo irracional de assistir corridas em circuitos ovais afeta, aproximadamente, metade das pessoas criadas na cultura do automobilismo europeu (fãs de WEC, de DTM, de F1, etc). As recentes descobertas explicam por que muitos medrosos se agitam e dizem que o circuito “era tão perigoso” quando estão diante de uma prova de 500 Milhas – e a realidade é de que o mundo por si só já é um lugar muito mais assustador do que uma corrida em pista oval.


“Se alguém tem medo de assistir/participar de corridas em circuitos ovais, em virtude desse medo, a pessoa tenderá a perceber todos os circuitos que viram só pro lado esquerdo como sendo mais perigosos do que realmente são de verdade, se compararmos os riscos das pistas ovais com os riscos diversos existentes também nos circuitos mistos. Isso inevitavelmente alimenta o medo, promove o medo e dificulta a superação desse medo”, explica o psicólogo Tommy Milton, da Universidade de Indiana, EUA.

Os pesquisadores estimam que uma melhor compreensão de como a ovalfobia afeta a percepção de objetos temidos pode ajudar os médicos a criar remédios e tratamentos mais eficazes.

No estudo, 33 participantes com fobia de circuitos ovais foram solicitados a assistir as 500 Milhas de Pocono de 2016 e, em seguida, assistir o Grande Prêmio de Mônaco de 2016 para assim fornecer estimativas mais precisas e empíricas.


Os voluntários, que foram estudados durante um período de 4 horas, começaram assistindo primeiro a corrida de Monte Carlo de F1. Largada com chuva, Safety Car na frente dos carros e sete voltas de tédio até a permissão para que os pilotos acelerassem seus carros. Entre os estudados, batimentos cardíacos normais e poucos sinais de ansiedade. No decorrer da prova, os participantes relataram o medo que estavam se sentindo em uma escala de 0-100, de acordo com um índice de unidades subjetivas de angústia. Uma vitória fácil da única equipe capaz de vencer, quando não sofrem acidentes entre si, poucas disputas, pouca emoção, pouco risco, muita segurança e tranquilidade tediosa na sala de teste.

Em seguida, foram exibidas as 500 Milhas de Pocono. A tensão logo ficou evidente nos rostos dos espectadores quando na volta três Takuma Bakana estatelou seu carro da Foyt na Curva 3 do Triângulo Traiçoeiro. A demora do piloto em sair do carro após uma pancada a mais de 350km/h provocou suor frio em sete voluntários. A largada espetacular de Hunter-Reay, ultrapassando por fora mais de dez carros, também provocou calafrios e unhas roídas em quem assistia.

Ao longo da exibição, o nível de ansiedade aumentava cada vez mais entre os participantes, principalmente durante as diversas ultrapassagens dentro do TOP 10 e as mais de 29 mudanças de líderes que tivemos em Pocono. Quando Helio, Kimball e Rossi se enroscaram nos pits e o brasileiro teve seu capacete acertado por uma das rodas do carro voador do atual Campeão das 500 Milhas de Indianapolis quinze voluntários saíram da sala. Alguns inclusive disseram que o susto foi tão grande que na hora do replay imaginaram o pior ao piloto brasileiro.


A excitação que a velocidade extrema de Pocono cria naturalmente e as disputas entre os carros de Indy levaram alguns a passar mal e pedir para sair antes da bandeira quadriculada recebida por Poderoso Will, agora só a 20 pontos do líder Simon Pagenaud.

Depois do fim da exibição, os participantes completaram o questionário sobre o seu medo específico de circuitos ovais e os sintomas de pânico que eles experimentam e pensamentos sobre a redução do medo e encontros futuros com circuitos ovais.

Finalmente, eles estimaram o tamanho desse medo, sem que estivessem assistindo a nenhuma corrida em oval. Quanto mais medo eles tinham (classificado em escores de ansiedade), mais descreveram os circuitos ovais longos (que medem mais de 2,5 milhas) como "descartáveis", "obsoletos" e "inseguros mais que qualquer outra pista de corridas neste planeta". Parece que o medo estava guiando ou alterando a percepção do objeto temido, neste caso os ovais longos como Indianapolis, Pocono, Michigan.

“Quando se trata de ovalfobia, é tudo sobre a cultura automobilística europeia influenciando a percepção do indivíduo e, consequentemente, alterando a compreensão do fenômeno. Se você continuar evitando assistir corridas em ovais, você não pode descobrir que está errado e que os circuitos mistos são perigosos tanto quanto os ovais longos, médios e curtos”, diz o psiquiatra Jimmy Bryan.



A Cura

A tarefa hercúlea de assistir todas as 500 Milhas de Indianapolis, Pocono, Michigan, Ontário e Fontana existentes no Youtube são um exemplo clássico de terapia de exposição, um tratamento comum para pessoas com fobias variadas. Embora esta terapia seja conhecida por ser eficaz, os cientistas ainda não entendem completamente por que ela funciona.

E, para alguns, os efeitos não duram muito tempo. Além disso, é difícil prever quem vai ter uma recaída do medo de ovais. Os pesquisadores estão estudando essas percepções e atitudes parciais com esperanças de que o novo conhecimento melhore o tratamento para pessoas com fobia de corridas velozes em ovais.

O estudo sugere que o medo irracional de pistas ovais não só altera a percepção da coisa temida, mas também pode influenciar a atitude automática de uma pessoa em relação as categorias norte-americanas de automobilismo que correm há mais de cem anos em ovais. Aqueles que desenvolveram uma atitude negativa em relação automática ao objeto temido podem ter mais dificuldades em superar seu medo das pistas ovais. E isso pode afetar desde o jornalista de esporte a motor até o piloto que, desde tenra idade, vai criando uma opinião radical de que nos ovais a morte está mais presente do que nos mistos europeus “tilkeados”.


“Em última análise, estamos interessados em identificar os causadores de uma recaída para que possamos melhor avaliar quando uma pessoa vai responder bem ao tratamento contra a aversão às pistas ovais”, completou Jimmy

PARA QUEM QUISER TRATAR A OVALFOBIA
AQUI ESTÁ A CORRIDA COMPLETA DAS
500 MILHAS DE POCONO DE 2016: EXPONHAM-SE AO OBJETO TEMIDO!!

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