sábado, 27 de maio de 2017

A Grandiosidade de Indianapolis: A pista que escolhe o vencedor


IMPREVISIBILIDADE INFINITA, MAS... - Faltando dois dias para o início da edição 101 das 500 Milhas de Indianapolis, não temos nenhum favorito absoluto para vencer a prova. Ninguém sabe qual será o próximo piloto que beberá leite e terá o rosto esculpido no Borg-Warner. Seja você o Reginaldo Leme, o Téo José ou o Felipe Giafone. Não importa a posição que o piloto ocupe no campeonato da Indy, aliás, alguns pilotos nem sequer participam do campeonato todo e, mesmo assim, tem uma chance de vitória. Seja Alonso, seja Jay Howard ou Pippa Mann, qualquer um dos 33 pode ser no dia 28/05 escolhido pela pista para vencer!

Indianapolis vai além do que pensa Hamilton sobre a qualidade dos pilotos de Indycar, Indianapolis pouco se importa com o que pensa um piloto como Hamilton: a Indy500 sobreviveu a duas Guerras Mundiais, ela tem mais história que toda família de Hamilton junta; Indianapolis tem a ver com vida e morte, alegria e fracasso, maturidade versus juventude, o novo contra o velho, 500 Milhas é uma alegoria sobre a velocidade e o que cerca a vida humana.


O carrossel do inferno gira para a esquerda. Os 33 cavaleiros tem cada um seu próprio apocalipse individual a mais de 370km/h. Lado a lado eles escolhem momentos para pegar o vácuo, a melhor linha para colocar o carro de lado e ultrapassar. E giram, insanamente giram, por mais de duas horas e meia em busca de completar 800km o mais rápido possível. Engenheiros tentam acertar a estratégia perfeita a cada milha percorrida, a tropa de mecânicos precisa estar 100% focada durante os trabalhos nos pits e os riscos para os mecânicos também costumam ser grandes durante cada troca de pneus e reabastecimento. 


A alta media de velocidade alcançada nos superovais exige uma precisão cirúrgica do piloto, uma atenção diferenciada do que a exigida em pistas de rua ou circuitos mistos, onde áreas de escape, por menores que sejam, ainda assim dão uma margem boa para se cometer erros e corrigir. Em Indianapolis não, errar pode acabar não só com sua corrida (a não ser que você seja Danny Sullivan), pode acabar com a corrida de outros, pode acabar inclusive com sua vida. O acidente recente de Tião Bourdais relembrou a todos (e todos os anos temos acidentes que acabam relembrando toda gente) que os erros em circuitos ovais podem custar muito caro para o acidentado, mais caro costuma ser em Indiana.


Sou um apaixonado por Indianapolis, principalmente por tudo que aconteceu na pista nos anos pós-Segunda Guerra Mundial, quando Tony Hulman comprou e remodelou todo Templo da Velocidade, até o final dos anos 70. Mas não posso negar o quanto a corrida em si melhorou no aspecto competitividade nesses anos com o chassi Dw12. Desde o final de 2012, quando Dario Franchitti e Takuma Sato disputaram uma empolgante final até a brilhante vitória de Caçador sobre Helio "Spider Man" Castroneves, em 2014, é impossível antecipar um vencedor. Fazia muito tempo que o duelo de Veteranos contra Novatos não era tão acirrado. Contudo eu arriscarei um palpite de Pitonisa!


Mesmo sendo um foytista de coração e que estará torcendo por Muñoz, Daly e Veach no domingo, acredito que esse seja o ano de glória para Josef Newgarden e de um grande presente para comemorar os 80 anos da lenda Roger Penske. Mesmo guardando com carinho minha torcida por Alonso (que estará forte no carro #29 na sua estreia no Templo), Tony e Helio, mesmo que Caçador sempre seja um dos meus favoritos para corridas em ovais, mesmo com tantas possibilidades eu aposto todas as minhas fichas na glória do garoto de Nashville!  

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