terça-feira, 10 de maio de 2016

Long Beach - Capítulo 2; Corrida 3: Apocalipse Indyânico 2016



APÓS O ESTRANHO GP DE PHOENIX - As profecias apocalípticas começaram a emergir dos fóruns da internet. Até onde a vasta rede alcança e a Indy é conhecida, do jeito bom ou do jeito ruim, as vozes foram quase unânimes: - "Long Beach foi um porre e o campeonato até agora foi um lixo!"

Analisando volta a volta, a corrida de 2016 foi como sempre foi Long Beach, a não ser pelo fato extraordinário de nenhuma bandeira amarela ter sido acionada durante a corrida. É típico, nessa pista de rua, que o pole lidere boa parte da corrida (chuto que 85% das corridas ali tiveram esse tipo de roteiro, se duvidar assista os vídeos de cada uma das edições da prova sancionada pela Indy, tem tudo completinho no Youtube) e que boa parte das disputas aconteça durante as relargadas pós-bandeiras amarelas e durante as janelas de pits.

Pois então, a corrida de Long Beach desse ano não teve bandeiras amarelas, nada, nenhum errinho bobo do Kimball, nenhum apêndice aerodinâmico do time Andretti "descansando" no meio da reta, nada de um pneu furado dos Penskes ou uma rodada marota pra proteção de pneus de um carro da Coyne. Nem o Sato conseguiu aprontar alguma coisa, muito pelo contrário, foi justamente ele um dos raros pilotos a proporcionar um espetáculo a parte, um dos poucos a ousar lindas batalhas por posições: uma vez contra Power e outra vez contra Montoya.


E assim, por causa da ausência de bandeiras amarelas, todas as estratégias acabaram afetadas pela corrida limpa de confusões, desgraçando de maneira mais severa os times anões que ficaram limitados então "a seguir o líder". Sem a chance de ousar uma mudança na estratégia, todos os times foram obrigados a fazer o convencional nos pits e esperar que o piloto resolvesse na pista, ultrapassando e escalando o grid na raça e em bandeira verde. 

Com o agravante de que hoje, com a guerra dos aerokits, está mais difícil ultrapassar e que o traçado de Long Beach tem apenas um ponto real para ultrapassagens, a corrida realmente não poderia ter agradado nem gregos e nem troianos. Pouco efeito sobre o humor dos indyanistas insatisfeitos teve a polêmica manobra de Pagenaud na saída do pit. De acordo com a regra, Simon teria 'cortado caminho' e com isso teria se beneficiado para manter-se a frente de Dixon para o restante da prova.


Teria ficado feio para o pessoal do Race Control se alguma alma bondosa não tirasse um print da Tv americana do exato momento em que Dixon saía de uma parada no pit. E ele faz a mesma coisa que Pagenaud, sem ter levado punição. Assunto encerrado, certo? Certo. A única coisa que me deixou um tanto incomodado foi o fato de que nenhum responsável por marcar as linhas e áreas de infração pensou na simples possibilidade de colocar dois pequenos cones alaranjados na saída dos pits. Não seria mais simples e eficiente para punir manobras dos malandros dos grandes times? Ora ora galera, não custa nada fazer o óbvio!

Agora, com duas corridas entediantes e mórbidas, as portas para mais um Apocalipse Indyânico se abriram. Pior: a clara demonstração de que Pagenaud é o grande candidato ao título e o piloto a ser batido durante as outras etapas do campeonato, mesmo nos ovais, tipo de pista que Pagenaud ainda não venceu. Entretanto, se você respeita pilotos veteranos, sabe que o segundo lugar de Dixon é apenas um dos sinais de que a víbora de gelo está espreitando mais um título. Se Pagenaud ou outro piloto bobear, Dixon é Penta!


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