segunda-feira, 9 de maio de 2016

O polêmico retorno ao Phoenix International Raceway


MUITA PRESSÃO AERODINÂMICA E POUCAS ULTRAPASSAGENS - Assim dá pra resumir rapidamente a segunda etapa da Indy em 2016. A corrida em si gerou muita expectativa nos seguidores da categoria já que era o retorno à Phoenix depois de uma década longe do tão tradicional território dos monopostos. Contudo, o desânimo de muita gente depois da corrida gerou uma nova onda de Apocalipse Indyânico, dentro e fora dos bastidores da Indy.

Para quem já assistiu corridas antigas em Phoenix, a dificuldade de acontecer ultrapassagem no circuito não era novidade, mas a velocidade absurda que os carros atingiram, sim, isso era muito novo para todos. Graças, principalmente, ao excesso de pressão aerodinâmica dada aos 21 carros que competiram. Outrora, nos tempos de Rick Mears e Tom Sneva, os carangos tinham potência no motor de sobra para atingir grandes velocidades em reta, porém o carro não possuía milhares de peças aerodinâmicas para gerar 'downforce' nas curvas e o que separava os bons de ovais dos fracos de ovais era a precisão do pé no acelerador e a eficiência do time em proporcionar uma configuração confiável para o carro e que fosse compatível com o estilo de pilotagem do piloto. 

Quando o pole, e até então líder da corrida, Helio Castroneves chegou no primeiro retardatário, James Hinchcliffe, e passou diversas voltas atrás sem efetuar a ultrapassagem, estava sacramentada a realidade dessa corrida: teria que ser muito ousado e colhudo para alguém tentar uma segunda linha por fora ou se arriscar a colocar por dentro e forçar a barra de maneira acintosa. Dessa forma, só problemas mecânicos, nos pneus ou no motor dariam algum toque de emoção para essa corrida em fila indiana.


Coube a Penske então ter um dia de azar e dois de seus carros (primeiro Helio e depois Montoya) perderam a liderança da corrida por problema com pneus estourados (será que por excesso de pressão aerodinâmica?). Dixon, a víbora, na hora certa, no lugar certo e com aquela frieza típica dele, herdou a liderança de Montoya na volta 96 e dali não saiu mais. Scott impôs uma vitória dominante dentro de um contexto de corrida frustrante para os amantes de ultrapassagens. Para se ter noção, durante as últimas dez voltas houve apenas uma ultrapassagem entre os 21 carros do grid: Jack Hawk perdeu o 18º lugar para Hinchcliffe. Todos os demais mantiveram seus lugares até a bandeira quadriculada.



Phoenix não é um oval fácil para se fazer ultrapassagens (quem joga vídeo game sabe disso), a última corrida da Indy em 2005, vencida por Tony Kanaan, teve um domínio absurdo do brasileiro, que na época defendia a Andretti-Green. Se não estou enganado, TK liderou mais de 150 voltas e ganhou a corrida sem qualquer problema ou ameaça. Mas não havia o mesmo excesso de 'downforce' que tivemos em 2016 e, ao longo dessa corrida de 2005, observamos diversos pilotos ultrapassando por fora e por dentro, ação praticamente impossível na corrida desse ano. Resta a Indy de Mark Miles e Jay Frye uma melhor escolha nos níveis de pressão aerodinâmica para a corrida do ano que vem, e quem sabe seguir a ideia do Rei Mears: "Mais potência nos motores para os ovais, e menos downforce".



Nenhum comentário:

Postar um comentário