O TIME FOYT - Teve uma temporada medíocre em 2016. Foram apenas cinco resultados dentro do TOP 10 em 16 corridas disputadas com dois carros. E todos os bons resultados do time foram conquistados por Sato. Jack Hawk, exceto pelo 11º lugar nas corridas de St. Pete e Road America, teve o ano mais terrível da carreira, talvez o "canto do cisne" dele na Indy. O jovem piloto britânico, que ganhou destaque quando guiava pelo time do Herta em 2014, marcou três 19º lugar, cinco vezes abaixo do 20º lugar e um desprezível 31º lugar nas 500 Milhas de Indianapolis. Fez 229 pontos e foi o último colocado entre os pilotos que fizeram todas as corridas!
Takuma fez boas corridas em Long Beach e Toronto (tradicionalmente o japonês anda bem nas pistas de rua da Indy) e decepcionou nos circuitos ovais (nenhum TOP 10) e nos circuitos mistos (de bom mesmo só o 9º lugar em Mid-Ohio), como geralmente faz durante as temporadas da Indy. Nas 500 Milhas de Indianapolis, Sato só conseguiu chegar com o #14 no miserável 26º lugar. BLASFÊMIA!!! Então, A.J. e Larry Foyt cansaram e prometem remodelar todo time!
O primeiro passo para 2017, no time Foyt, será trocar o aerokit/motor da Honda pelo aerokit/motor da Chevy. O acordo de troca ainda não foi anunciado oficialmente, mas é questão de tempo isso ocorrer até porque o próprio A.J., em entrevista recente, já informou que a mudança é inevitável. E como no ano que vem o desenvolvimento do aerokit será congelado, a possibilidade de melhores resultados pro time do Messias é maior usando o conjunto da Chevy.
O segundo passo será escolher uma nova dupla de pilotos. É certo que Jack Hawk não renovará e que Sato não guiará por um time de aerokit/motor com a marca da Chevrolet. Dessa forma, temos dois cockpits vazios para fazer a temporada completa, além do carro #48 pras 500 Milhas de Indianapolis. O nome mais forte, nos bastidores, para assumir o #14 é de um colombiano.
Carlos Muñoz, que ainda não assinou contrato com a Andretti, é , na minha opinião, o piloto preferido de A.J. e Larry para assumir a vaga. O motivo maior é a qualidade de Muñoz em Indianapolis. Desde 2013, quando foi o rookie do ano nas 500 Milhas, Muñoz se destaca ano após ano como um dos candidatos mais fortes para vencer o maior espetáculo das corridas no futuro (em quatro participações em Indianapolis, Carlos anotou dois 2º lugar e um 4º lugar). Esse é o motivo que faz dele o favorito para comandar a esquadra da Família Foyt.
Para o segundo carro, as possibilidades são infinitas no leque de opções que tem A.J. e Larry. Poderá ser piloto de fora da Indy comprando a vaga depois de findar a grana que injetava nos monopostos europeus, poderá ser algum garoto que veio do Road To Indy e que está sem correr há algum tempo, poderá ser um veterano bicampeão de Indianapolis recém dispensado do time grande, enfim, as variáveis são inúmeras. Torço para que escolham dois dos meus pilotos preferidos na Indy (e que acompanho as carreiras desde 2012): Sage Karam para o #14 e Matt Brabham para o #41, além do bicampeão de F1, Fernando Alonso, assumindo o #48 nas 500 Milhas de Indianapolis. Lógico que é sonho (principalmente o Alonso guiando pro meu Messias), mas enquanto nada oficial for anunciado sonhar está valendo para qualquer foytista!
NA INDY - Qualquer temporada deve ser analisada sob a ótica da meritocracia. Meritocracia é o predomínio numa sociedade, organização ou grupo, daqueles que têm mais méritos (os mais trabalhadores, mais dedicados, mais bem dotados intelectualmente, etc.). Repassando a ideia para a disputa da Astor Cup de 2016 concluímos que de fato foi Simon Pagenaud o melhor piloto do certame, o que teve mais mérito em conquistar o primeiro lugar na tabela depois da última etapa em Sonoma, o que foi mais regular durante todo ano, o que venceu mais corridas, o que fez mais poles. Foi uma temporada "sennista" para o Sapo
Esse ano SHOWnoma virou SONOma e a corrida, infelizmente, teve o triste aspecto de "final de feira". Com o problema de Will Power antes da metade da prova, e o domínio absoluto de Simon desde a largada, a corrida serviu mesmo para que alguns dormissem e outros admirassem a qualidade do fenomenal piloto francês lutando a cada curva para manter seu ritmo feroz e implacável. Eu amo o traçado de Sonoma, um dos mais desafiadores da temporada (se duvida pegue seu PlayStation 2, ligue-o e busque jogar nessa pista no jogo "Gran Turismo 4", será diversão garantida), mas sei que muita gente torce o nariz pelo final da temporada ser numa pista mista com poucos pontos de ultrapassagem. Não estão errados em reclamar, a final do campeonato deveria ser mesmo em um circuito oval do tipo de Iowa ou Texas.
E por qual razão a final da Indy deveria ser sempre em ovais? Na minha opinião, devido a maior a imprevisibilidade que cercaria o resultado da corrida, apesar daquele impressionante ritmo de Newgarden em Iowa e o domínio do Prefeito na segunda parte do Texas. Porém, meter o final da temporada em uma pista complexa como Sonoma, onde o resultado da corrida se define muito durante os treinos classificatórios, tinha grande chance de gerar monotonia, e gerou. Mais ainda quando o oponente de Pagenaud teve problema de câmbio. Daí já era pro gaiteiro!
Voltando a Sonoma, Pagenaud é um campeão de monopostos à moda antiga, se fizermos uma analogia com aquele esquadrão de pilotos sessentistas dos anos 60 que começaram a buscar aventuras e conquistar vitórias por todo tipo de pistas e carros disponíveis, participando ativamente dos campeonatos mais importantes que existiram/existem sobre a face do Planeta. Fosse em Peak Pikes Hill Climb, Indy500, GP de Mônaco, Daytona ou Le Mans, lá estavam Unsers, Foyt, Andretti, Gurney. Simon tem o tipo de DNA desses sujeitos, sem exagero, ressalto. E esse foi um dos motivos que me levaram a prestar mais atenção no talento do francês quando ele fazia aparições ocasionais na Indy em 2009.
Demorou quase UMA DÉCADA para ele subir degraus na categoria, chegar a uma equipe de ponta com o talento demonstrado no excepcional Campeonato que fez em 2014 com o pequeno time SPM e ganhar a Astor Cup. Uma década de lutas, derrotas, sustos, desilusões e experimentos em rally e endurance. Na Indy de hoje poderia ser chamado de "Mario" Pagenaud tamanha sua capacidade para se adaptar rápido a carros e pistas. Contudo, tem ainda uma certa dificuldade nos ovais e até agora não obteve vitórias nesse tipo de traçado.
Aproveitando o momento de glória do Sapo, deixo no fim dessa atrasadíssima postagem as palavras de Simon sobre seu grande herói e a quem com certeza ele dedica a Astor Cup:
"Senna foi o meu herói de infância. Mesmo sem o
conhecer pessoalmente, ele inspirou toda a minha vida, o jeito de compreender
as coisas, o que ele estava pensando, o seu estilo de guiar nas corridas, o
foco, a determinação e o poder de concentração." Parece que o pupilo do herói brasileiro enfim cumpriu um dos seus doze trabalhos indyânicos. Restam 11 e o 11 é um número mágico na numerologia do Templo da Velocidade!
" - 2017 é logo ali" diria Fernando Vanucci chapado de cachaça!
QUANDO VOCÊ... - Estiver velho e cansado, com aquela expressão facial entediada típica dos homens que adoram falar das coisas do passado, resmungando pelos cotovelos (numa rede social qualquer do futuro) que na época do DW12 a Indy era uma categoria incrível e que todos os pilotos tinham reais chances de ganhar corridas bastando demonstrar talento e loucura, bem, nesse tempo dos anos vindouros você resmungará também sobre Scott Dixon, a Víbora da Oceania!
Dirá que Dixon era "O" cara da Indy nessa época que estamos vivendo, dirá também que entre 2005 e 20016 ele venceu ao menos uma corrida por temporada e que o desgraçado ainda era capaz de vencer corridas de longa duração em carro de turismo. Não é à toa que, ao abrirmos o livro dos Recordes Indyânicos, vemos o neozelandês isolado na quarta posição entre os maiores vencedores de corridas de Indy, com nada mais nada menos que 40 vitórias e 4 títulos.
Olhando especificamente a página de estatísticas da carreira de Scott, observa-se a qualidade do piloto em se posicionar bem ao longo das corridas da temporada, mesmo naquelas que ele não consegue vencer. São ao todo 269 largadas com 40 vitórias, 27 poles e 89 pódios. Dezesseis anos entre sanções de CART e de IRL/INDYCAR, dezesseis anos de um estranho anonimato para o mais glorioso piloto de Indy que ninguém (exceto o Verde) torce.
E como toda perigosa serpente, essa víbora da Oceania também tem seus ninhos preferidos. The Glen é um desses ninhos onde Dixon reina. Quando Watkins Glen retornou ao calendário da Indy em 2005, depois de ter saído fora em 1981, poucos poderiam prever que seria esse kiwi o piloto que se daria melhor no circuito misto mais lindo da América. Na estréia de Dixon em Glen, largou em 4º e finalizou em 1º. No ano seguinte, largou em 4º e terminou em 1º. Em 2007, Scott largaria em 2º e finalizaria em 1º. "Putaquepariu!!!" disseram os rivais. Por ironia do destino, no ano do seu bicampeonato, Dixon largou em 4º e finalizou na sua pior posição em Glen, um miserável 11º lugar. Em 2009, largou em 3º e terminou em 3º e no último ano de Glen no calendário da antiga IRL um resultado mediano, largou em 7º e terminou em 8º lugar.
Dixon ficou entusiasmado então quando Jay Frye fechou acordo com o presidente da pista de Glen para que ela substituísse o fracasso de Boston nessa temporada. O resultado final não poderia ter sido diferente após as tradicionais 60 voltas no circuito novaiorquino: Dixon largou em 1º e Dixon terminou em 1º. A víbora esguichou seu veneno!
Agora Dixon ultrapassou ninguém menos que Al Unser Senior na lista dos maiores vencedores de corridas de Indy, está a duas vitórias de distância de Michael Andretti que tem 42 vitórias nesse TOP FIVE dos maiorais. Saiu no USA TODAY a lista completa:
Na luta pela Astor Cup, Poderoso Will se deu muito mal em Glen, e depois de se envolver num acidente com o Insulina Boy, viu o Sapo Francês abrir uma vantagem de 43 pontos para a etapa final de Sonoma (que terá pontuação dobrada como em Indianapolis). Dessa forma, basta a Simon um 4º lugar. Para Power, só a vitória interessa e todo azar do mundo para Pagenaud. Quem ficará com a Taça?
THE GLEN É PURA POESIA - Automobilística com cheiro de borracha queimada e uma sinuosidade diabólica. Não é de hoje que minha devoção por esse circuito misto começou e nem será amanhã que ela terminará. Enquanto muitos se ajoelham em oração por Road America ou chamam Portland de "pérola esquecida pela atual gestão da Indy", eu olho para Watkins Glen no calendário e sorrio como um garoto imberbe diante da garota dos sonhos.
Quando toquei pela primeira vez as curvas de Watkins Glen em um jogo da Nascar para Play Station 2 a paixão pelo traçado foi imediata. No dia seguinte escrevi esse poema para o circuito novaiorquino:
A Sinuosa dos Muros Azuis "Não te amo como se fosses Mid-Ohio ou Portland ou Elkhart Lake e seu Carrossel adorado pelo povo: amo-te como se amam certas equipes obscuras, secretamente, entre a Foyt e a Dale Coyne.
Amo-te como a pista que não tilkeou e tem dentro de si, explicito, o desafio em cada curva, e, graças ao teu formato, vejo desenhado em teu corpo o denso aroma do perigo constante.
Amo-te por saber como, quando e onde encontrarei diversão assistindo o toque da borracha no teu asfalto: amo-te com ou sem "a Bota", com ou sem a "Bus Stop",
Deste modo eu sei quem no mundo da velocidade tu és, tão rica de riscos em cada metro serpeante do seu circuito, tão perto de ser um autódromo fêmea por excelência!
A história da The Glen teve 10 capítulos intermitentes no calendário da Indy: começou em 1979 e foi até 1981; uma lacuna de 22 anos acontece até que em 2005 a Indy retorna ao solo sagrado correndo até 2010; e, por fim, 2016 marca o retorno da pista ao calendário de mistos da categoria norte-americana e com a boa notícia de que ficará até pelo menos 2018.
Se você desconhece a pista deixo aqui algumas voltas onboard com o Prefeito de Hinchtown (descubra com seus próprio olhos a beleza das curvas de Glen!):
Na luta pelo título teremos Pagenaud, Power, Tony Kanaan e Helio. Esses são de fato os que mais tem chances de título, sendo que os dois brasileiros estão precisando de um "milagre" para encostar nos ponteiros e chegar a Sonoma com chances reais de conquistar o caneco. Qual seria esse "milagre"? Power e Pagenaud não terminarem a corrida de Watkins acima da décima quinta posição e Tony ou Castroneves vencerem a prova em Nova York. Tony está 113 pontos atrás de Pagenaud, Helio 114 pontos. Temos em disputa mais de 150 pontos nessas duas etapas. A chance brasileira é mínima, mas existe.
Entre Power e Pagenaud a parada é mais acirrada e a vantagem de pouco mais de 20 pontos do francês sobre o australiano não significa muita coisa em um cenário onde temos tantos pontos a serem disputados. Outro agravante para tornar essas duas etapas em mistos eletrizantes é o fato de que ambos os pilotos da Penske tem retrospectos excepcionais nesse tipo de traçado. Tudo está absolutamente INDEFINIDO!!! Então se liga domingo no meio da tarde na Band(lixo) e assista a primeira parte das rodadas decisivas para ver quem será campeão da Astor Cup. Dá Brasil? Dá Austrália? Dá França? Quem será o campeão?!
Todos os vencedores da Indy em The Glen
Corrida #
Data
Nome do evento
Milhas
Vencedor
1
8/5/1979
Kent Oil 150
150.474
Bobby Unser
2
8/3/1980
Kent Oil 150
150.536
Bobby Unser
3
10/4/1981
Watkins Glen 200
202.62
Rick Mears
4
9/25/2005
Watkins Glen Indy Grand Prix Presented by Argent Mortgage
"Não é o ângulo reto que me atrai, nem a linha reta, dura, inflexível, criada pelo homem. O que me atrai é a curva livre e sensual, a curva que encontro nas montanhas do meu país, no curso sinuoso dos seus rios, nas ondas do mar, no corpo da mulher preferida. De curvas é feito todo o universo, o universo curvo de Einstein”
INTRODUÇÃO -A corrida que vimos no sábado foi
similar, em certos aspectos, à trágica Era da IRL, quando o Pack
racing apavorava uma geração inteira de indyanistas criados a base de ovomaltine e desacostumados com corridas
decididas por milésimos de segundos. Dessa vez, foi mais trágico
devido ao fato da prova, no geral, não ter sido inteiramente em formato de Pack racing. Mas, no fim, graças a uma
amarela e aos pneus novos, os poucos presentes nas arquibancadas do TMS vivenciaram algo que
jamais teriam esperado ou desejado ver: a loucura e o bizarro de um ‘four
wide’ e um photofinish de 0.008 milésimos em meio às faíscas da demência. Para os indyanistas, uma aventura
real transmitida ao vivo pela TV numa noite de inverno que se tornou o melhor
show da temporada. Os acontecimentos daquele dia guiaram o descobrimento de uma
das mais incríveis corridas nos anais da história norte americana, O Massacre
da Indy-Elétrica no Texas!!
Empolgante, emocionante, eletrizante, FODEROSA: assim podemos classificar a décima quarta etapa do Campeonato da Indy realizada sábado passado na magnífica "Arena dos Gladiadores" do Texas. Com o atual carro, jamais tivemos um final tão apertado como esse entre Hinchcliffe, Graham Rahal, Tony Kanaan e Simon Pagenaud. Não foi uma tradicional prova de pack racing, mas teve momentos de corrida em bloco. O espetacular carro Arrow do Prefeito estava muito melhor acertado do que os demais e James chegou a dar volta em quase todos os concorrentes. Para se ter ideia da superioridade do canadense, em determinado momento, ele abriu 8 segundos do segundo colocado e em oval 8 segundos é uma eternidade. Era uma performance espetacular do carro da SPM que fatalmente seria coroado com uma vitória fácil após as 248 voltas.
Entretanto, Ed Carpenter surpreendeu Dixon dando uma fechada escrota no neozelandês na entrada da primeira dogleg, e uma amarela faltando menos de 20 voltas tornou as coisas mais complicadas para os cardíacos que assistiam a corrida e para quem sofre de ovalfobia. Diferentemente das corridas antigas da IRL em bloco, no Texas, nessa houve muita movimentação entre os ponteiros. Por vezes Tony, por vezes Simon Pagenaud, por vezes Rahal ou Helio buscavam o melhor posicionamento para roubar a liderança do Prefeito. Tivemos toques roda com roda, tivemos faíscas voando na cara dos pilotos, tivemos três carros lado a lado, tivemos quatro carros lado a lado, tivemos um final de corrida com 0.0080 milésimos de diferença entre Rahal (P1) e Hinch (P2).
A batalha final pareceu dirigida por George Miller: intensa, insana, frenética e realista ao máximo. Merecia Oscar caso a Indy concorresse na categoria "Melhor Thriller de Ação" do ano de 2016. Não tem Nascar ou F1 (muhahahahahahaha óbvio que fiz essa citação de brincanagem!) que supere algo desse tipo, até porque todos os pilotos seriam punidos na F1 caso se sucedessem da mesma forma as disputas realizadas por Tony, Graham, Hinch, Simon e Helio. E, contrastando com a grandiosa guerra no asfalto, do lado de lá das grades, as arquibancadas vazias como pano de fundo aumentavam a atmosfera de esporte esquecido, abandonado, marginal, fútil, doentio, sem sentido. "Não seria tão legal se todo mundo gostasse" diria o filósofo da velocidade. Indy a categoria "maldita" por natureza e com orgulho.
Se vai durar mais dois, cinco, dez, quarenta ou cem anos ninguém sabe. Talvez a Indy seja o tesouro perdido que o automobilismo precisa popularizar para se safar de um fim melancólico diante do interesse das gerações futuras. Talvez seja a primeira categoria a sumir do mapa quando todos os interessados em automobilismo desejarem não ver mais corridas perigosas e insanas como essa que o Texas nos proporcionou. A única certeza é que essa foi mais uma obra de arte da Era DW12, o carro feio mais lindo do mundo.
FINAL DA TEMPORADA DE OVAIS
Ao completar as 248 voltas do Texas a Indy encerrou sua temporada nas pistas ovais em 2016. E o "campeão simbólico" das pistas que viram só para a esquerda foi o pequeno mito Newgarden. O garoto de Nashville, mesmo não correndo no oval texano, ficou na primeira posição com 234 pontos. Em segundo, o australiano Poderoso Will com 223 pontos no total. Alex Rossi, muito em função dos 100 pontos em Indianapolis, finalizou em um honroso terceiro lugar com 199 pontos. Veja a classificação completa a seguir:
Tabela de Classificação só das Pistas Ovais (Top 25):
FOBIA - Pode ser definida como uma perturbação da ansiedade caracterizada pelo medo persistente de um objeto ou de uma situação. As fobias causam o surgimento repentino de medo. A pessoa afetada exerce grandes esforços para evitar a situação ou o objeto, geralmente a um grau superior em relação ao perigo real do próprio objeto ou situação.
As fobias podem ser divididas em fobias específicas, fobias sociais, agorafobia e ovalfobia. Entre os tipos de fobias específicas estão fobias a determinados animais, situações no ambiente natural, sangue, ferimentos ou a corrida em circuitos ovais da América do Norte. As mais comuns são o medo de aranhas, medo de cobras, medo das alturas e medo de ovais. As fobias, em alguns pacientes, são desencadeadas por uma experiência negativa com o objeto ou a situação.
No caso da Ovalfobia, descoberta recentemente no I.I.X. (ou Instituto Indyanista Xiita), a perturbação tem início logo na fase infanto-juvenil, quando o indivíduo entra em contato pela primeira vez com as corridas de carros. O medo irracional de assistir corridas em circuitos ovais afeta, aproximadamente, metade das pessoas criadas na cultura do automobilismo europeu (fãs de WEC, de DTM, de F1, etc). As recentes descobertas explicam por que muitos medrosos se agitam e dizem que o circuito “era tão perigoso” quando estão diante de uma prova de 500 Milhas – e a realidade é de que o mundo por si só já é um lugar muito mais assustador do que uma corrida em pista oval.
“Se alguém tem medo de assistir/participar de corridas em circuitos ovais, em virtude desse medo, a pessoa tenderá a perceber todos os circuitos que viram só pro lado esquerdo como sendo mais perigosos do que realmente são de verdade, se compararmos os riscos das pistas ovais com os riscos diversos existentes também nos circuitos mistos. Isso inevitavelmente alimenta o medo, promove o medo e dificulta a superação desse medo”, explica o psicólogo Tommy Milton, da Universidade de Indiana, EUA.
Os pesquisadores estimam que uma melhor compreensão de como a ovalfobia afeta a percepção de objetos temidos pode ajudar os médicos a criar remédios e tratamentos mais eficazes.
No estudo, 33 participantes com fobia de circuitos ovais foram solicitados a assistir as 500 Milhas de Pocono de 2016 e, em seguida, assistir o Grande Prêmio de Mônaco de 2016 para assim fornecer estimativas mais precisas e empíricas.
Os voluntários, que foram estudados durante um período de 4 horas, começaram assistindo primeiro a corrida de Monte Carlo de F1. Largada com chuva, Safety Car na frente dos carros e sete voltas de tédio até a permissão para que os pilotos acelerassem seus carros. Entre os estudados, batimentos cardíacos normais e poucos sinais de ansiedade. No decorrer da prova, os participantes relataram o medo que estavam se sentindo em uma escala de 0-100, de acordo com um índice de unidades subjetivas de angústia. Uma vitória fácil da única equipe capaz de vencer, quando não sofrem acidentes entre si, poucas disputas, pouca emoção, pouco risco, muita segurança e tranquilidade tediosa na sala de teste.
Em seguida, foram exibidas as 500 Milhas de Pocono. A tensão logo ficou evidente nos rostos dos espectadores quando na volta três Takuma Bakana estatelou seu carro da Foyt na Curva 3 do Triângulo Traiçoeiro. A demora do piloto em sair do carro após uma pancada a mais de 350km/h provocou suor frio em sete voluntários. A largada espetacular de Hunter-Reay, ultrapassando por fora mais de dez carros, também provocou calafrios e unhas roídas em quem assistia.
Ao longo da exibição, o nível de ansiedade aumentava cada vez mais entre os participantes, principalmente durante as diversas ultrapassagens dentro do TOP 10 e as mais de 29 mudanças de líderes que tivemos em Pocono. Quando Helio, Kimball e Rossi se enroscaram nos pits e o brasileiro teve seu capacete acertado por uma das rodas do carro voador do atual Campeão das 500 Milhas de Indianapolis quinze voluntários saíram da sala. Alguns inclusive disseram que o susto foi tão grande que na hora do replay imaginaram o pior ao piloto brasileiro.
A excitação que a velocidade extrema de Pocono cria naturalmente e as disputas entre os carros de Indy levaram alguns a passar mal e pedir para sair antes da bandeira quadriculada recebida por Poderoso Will, agora só a 20 pontos do líder Simon Pagenaud.
Depois do fim da exibição, os participantes completaram o questionário
sobre o seu medo específico de circuitos ovais e os sintomas de pânico que eles
experimentam e pensamentos sobre a redução do medo e encontros futuros com circuitos
ovais.
Finalmente, eles estimaram o tamanho desse medo, sem que estivessem assistindo a nenhuma corrida em oval. Quanto mais medo eles tinham (classificado em escores de ansiedade),
mais descreveram os circuitos ovais longos (que medem mais de 2,5 milhas) como "descartáveis", "obsoletos" e "inseguros mais que qualquer outra pista de corridas neste planeta". Parece que o medo estava guiando ou alterando a percepção do
objeto temido, neste caso os ovais longos como Indianapolis, Pocono, Michigan.
“Quando se trata de ovalfobia, é tudo sobre a cultura automobilística europeia influenciando a percepção do indivíduo e, consequentemente, alterando a compreensão do fenômeno. Se você continuar evitando assistir corridas em ovais, você não pode descobrir que está
errado e que os circuitos mistos são perigosos tanto quanto os ovais longos, médios e curtos”, diz o psiquiatra Jimmy Bryan.
A Cura
A tarefa hercúlea de assistir todas as 500 Milhas de Indianapolis, Pocono,
Michigan, Ontário e Fontana existentes no Youtube são um exemplo clássico de
terapia de exposição, um tratamento comum para pessoas com fobias variadas. Embora esta
terapia seja conhecida por ser eficaz, os cientistas ainda não entendem
completamente por que ela funciona.
E, para alguns, os efeitos não duram muito tempo. Além disso, é difícil
prever quem vai ter uma recaída do medo de ovais. Os pesquisadores estão
estudando essas percepções e atitudes parciais com esperanças de que o novo
conhecimento melhore o tratamento para pessoas com fobia de corridas velozes em
ovais.
O estudo sugere que o medo irracional de pistas ovais não só altera a
percepção da coisa temida, mas também pode influenciar a atitude automática de
uma pessoa em relação as categorias norte-americanas de automobilismo que
correm há mais de cem anos em ovais. Aqueles que desenvolveram uma atitude
negativa em relação automática ao objeto temido podem ter mais dificuldades em
superar seu medo das pistas ovais. E isso pode afetar desde o jornalista de
esporte a motor até o piloto que, desde tenra idade, vai criando uma opinião radical
de que nos ovais a morte está mais presente do que nos mistos europeus “tilkeados”.
“Em última análise, estamos interessados em identificar os causadores de
uma recaída para que possamos melhor avaliar quando uma pessoa vai responder
bem ao tratamento contra a aversão às pistas ovais”, completou Jimmy
PARA QUEM QUISER TRATAR A OVALFOBIA
AQUI ESTÁ A CORRIDA COMPLETA DAS
500 MILHAS DE POCONO DE 2016: EXPONHAM-SE AO OBJETO TEMIDO!!
SE CLAUSON - Não tivesse morrido a principal notícia do mundo indyanista teria sido a renovação de contrato da pista de Pocono com os administradores da Indycar Series. O Triângulo Traiçoeiro corria sérios riscos de sair do calendário de 2017, sendo que o oval assimétrico de Gateway já era cotado como substituto da corrida de Long Pond.
Mas os Deuses da Velocidade Extrema mandaram forças sobrenaturais para que Jay Frye conseguisse sucesso na negociação e, como que num milagre mercantilista, Igdalsky (administrador de Pocono) e os dirigentes da Indy acabaram renovando por mais dois anos a realização das 500 Milhas de Pocono. Depois de Indianapolis esse é o oval que mais admiro nos Estados Unidos da América, principalmente pela excentricidade absurda do seu formato. As três curvas são "homenagens asfálticas" para: Curva 1 é baseada no antigo oval de Trenton e tem 14 graus de inclinação; Curva 2 é similar as curvas de Indianapolis com 9 graus de inclinação, e a Curva 3 é análoga ao que encontra-se no oval curto de Milwaukee. Um Frankstein com 2.5 milhas de extensão!
Com essa pista oval garantida para o calendário 2017, a Indy agora trabalha seus esforços para acrescentar Gateway e assim ter sete pistas que viram só para a esquerda. Talvez o acréscimo do oval de Fontana para ser palco da final do Campeonato também possa acontecer, dependendo muito, é claro, do talento para negociar que o "menino" Jay Frye parece possuir. Em todo caso, vale ressaltar, Fontana é um caso muito complicado. Entretanto, esse é um Frye que deu certo - assistidores do desenho "Futurama" entenderão a referência! Fontana e Gateway entrando no calendário de 2017 e a galera brasileira que curte a Indy precisa fazer uma romaria até a Meca Indyânica e abraçar pessoalmente nosso amigo Frye.
Para as 500 Milhas de Pocono desse ano minha aposta para a vitória é no #21 da ECR, porém nunca descarto a presença de Hunter-Reay no TOP 3 em Long Pond. Caçador nos ovais curtos, médios e longos é só o maior vencedor usando o Dw12, portanto, olho nele. Na briga pelo título da Fórmula Penske, Power tem melhorado muito seus resultados em ovais longos e, na minha, visão é favorito para ficar na frente do líder Pagenaud, que em ovais longos costuma ser mediano e nada mais.
Não me surpreenderia caso o Russo Louco ou o Prefeito fizessem uma grande prova e terminassem entre os primeiros da corrida. Esse final de semana promete, PoSHOWno vem aí!!!