domingo, 19 de abril de 2015

Kiwi na busca do tetracampeonato em Long Beach



A "MÔNACO" NORTE-AMERICANA - A beleza natural de Long Beach salta aos olhos de qualquer fã da velocidade que pare um minuto para assistir uma única volta onboard de um carro de Indianapolis no tradicional circuito de rua. Coqueiros, a fonte com os golfinhos, uma praia imensa de fundo, uma marina de dar inveja a qualquer marinheiro; em suma, o cenário perfeito para uma corrida de carros velozes e pilotos furiosos.


A largada aconteceu sem nenhum acidente e com uma formação em fila dupla mal-feita e que não deveria ter recebido a bandeira verde do convidado especial Adrian Fernandes, ex-piloto da Indy. Os pilotos, que nada tem a ver com isso, largaram praticamente em fila indiana e só Dixon arriscou mesmo em cima de Montoya, fazendo uma boa ultrapassagem na freada da Curva 1. Como está brigando pelo campeonato, Montoya não foi irresponsável e sequer esboçou qualquer defesa pela posição. Antes os pontos de um TOP 5 do que de um décimo quinto lugar deve ter pensado o colombiano. 


Dessa forma, Helio, que foi pole, logo abriu uma boa vantagem para o neo-zelandês da Ganassi e por boa parte da prova tivemos as primeiras posições inalteradas no TOP 5, ao contrário do pelotão intermediário onde tivemos algumas disputas mais intensas. Aí aconteceu a primeira amarela, na volta 7. O bico de Gabby Chaves caiu no meio da pista depois de um toque e a prova parecia caminhar para mais um dia infernal de paralisações com amarela seguindo amarela. Contudo, ainda bem, isso não aconteceria ao longo das voltas restantes.

Ao sinal da primeira amarela, muitos pilotos da parte do fundo do grid pensaram a mesma coisa: antecipar a parada para ganhar algumas posições na sequência da prova caso acontecessem muitas amarelas. Foi assim que na entrada dos pits tanto Filippi quanto Power conseguiram deixar os motores Chevy "morrerem" em uma pequena confusão. Luca perdeu 2 voltas e Power 1. Inacreditável acontecer isso para um dos melhores pilotos da categoria em pistas de rua e que já tinha tido grande azar quando Coletti, durante a qualificação, bateu e provocou bandeira vermelha justamente no momento em que Power iria abrir uma volta rápida. O azar já estava grudado no australiano desde sábado. A corrida só confirmaria isso.


E tudo ia tranquilo para Helio quando justamente Power, uma volta atrás, resolveu não abrir para o brasileiro. Dificultou. Recebeu um milhão de bandeiras azuis, ignorou todas. E a vantagem construída arduamente com uma pilotagem eficiente foi pro espaço. Dixon e Montoya aproximaram o suficiente para que durante a parada nos pits o brasileiro ficasse sem o primeiro lugar. E depois que você perde o primeiro posto para um tricampeão da Indy como é Dixon, tchau meu filho! Pega a gaita e vai embora, vai jogar poker, vai jogar FIFA no Playstation, vai visitar a namorada. O neo-zelandês é frio, calculista, monstruoso para abrir vantagens indestrutíveis quando está em primeiro lugar. E hoje ele teve a sorte de não ser uma corrida suja e cheia de amarelas. Foi a primeira vitória da Ganassi e mais um tapa na cara da suposta soberania que a Penske teria no campeonato. Dixon é Dixon, meu chapa!

Helio, que ficou a 2.2 segundos atrás de Dixon, manteve uma boa distância do terceiro colocado Montoya, pouco mais de 13 segundos. Já o colombiano nas últimas 10 voltas promoveu uma grande batalha contra seu companheiro Simon Pagenaud. Seguindo os dois da Penske estava TK e Bourdais esperando quem sabe por um enrosco. Mas isso não aconteceu. 


Evidentemente que muita gente que viu a corrida mundo afora vai dizer que foi morna, sem graça, sem emoção, limpa demais, sem momentos espetaculares e tal. Provável ser alguém que nunca acompanhou a Indy na "Praia Grande" por mais de duas vezes. Corrida por lá é, na maioria do tempo, com poucas ultrapassagens e só às vezes com muitas confusões. Duvida? Assista você mesmo uma corrida da Indy na época da CART e alguma das seis vitórias de Al Unser Jr. Entretanto, não é por isso que a prova em si foi uma porcaria. Eu gostei, como gostava na época da CART (viúva mode on). Mas quem odiou, que odeie. Nenhum problema nisso. 

A Honda, depois do ACASO de NOLA, novamente levou um pau da Chevy no TOP 10 da corrida. Apenas Marco Andretti (que ficou em oitavo) e Muñoz (que terminou em nono) estiveram presentes entre os dez melhores da corrida representando a Honda. A temporada da Indy para a marca japonesa parece reservar ainda grandes decepções nos próximos eventos. E estou achando que em ovais a surra não cessará. A Chevy acertou demais em ter um time fortíssimo como a Penske por trás dos testes do aerokit.

A classificação do campeonato já dá amostras de que o Brasil está na briga pelo título de pilotos com TK e Helio e que os Estados Unidos não terão ninguém para buscar a glória maior. Saí dessa "hONDA" Michael!


A próxima etapa acontecerá em Barber, dia 26 de abril. 



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