sábado, 11 de junho de 2016

A beleza "feia" do DW12


EU AMO - A tal "feiura" que o DW12 carrega desde que se tornou o carro oficial da Indy. Amo o monte de apêndices aerodinâmicos que dão aparência de ser um carro futurista saído de algum filme Sci-Fi dos anos 70 dirigido por Alejandro Jodorowsky chapado de LSD! A desproporcionalidade das partes, o exagero nos traços laterais assimétricos, enfim, toda a feiura que não encanta a maioria dos indyanistas cultuadores de sanções e que afasta os puristas do gosto refinado idólatras da perfeição em um carro de corridas, sim, essa feiura eu aprendi a amar em cinco temporadas incompletas.


Não sei como explicar essa minha adoração pelo DW12 a quem adorou por anos assistir corridas com Reynards e Lolas ou para quem pirou nos carros revolucionários que Dan Gurney pôs a mão e fez brilhar nas pistas do mundo, realmente não sei. Talvez fosse necessário construir uma rede complexa de explicações específicas sobre cada ponto que me fez gostar do visual dos carros da Indy moderna, porém, mesmo assim, muitos ainda olharão torto para a opinião de um ex-viúvo da CART que acha a atual categoria superior no quesito: dinâmica das corridas. 


Um dos pontos principais para que eu supervalorize a aparência rude e "defeituosa" do DW12 é o fato desse carango não ter semelhantes em outras competições. Nada se parece com ele no mundo das corridas. Pode pesquisar no Google. Daqui a 100 anos, quando seu bisneto bater o olho numa foto das 500 Milhas de 2016 para conhecer quem foi o campeão do centenário, a feiura bela do Dw12 dará muito menos choque na percepção de um garoto de 15 anos do que choca-nos admirar hoje uma foto do carro de Ray Harroun.

Nos bastidores da Indy já se comenta sobre a possibilidade de um novo chassi para 2018 e isso me preocupa muito. Acredito que o melhor para a categoria, e para as equipes, seria ficar com o nosso amado Tamanduá12 até 2020 e evoluir só a parte dos aerokits até lá; quem sabe congelando a evolução em determinados anos para cortar custos excessivos. Não penso que um novo chassi colaboraria para fortalecer a Indy nesse momento tão delicado para a Indústria de automóveis. No entanto, se Jay Frye escolher essa direção e Mark Miles e times aceitarem, que o novo chassi tenha como prioridade uma coisa especial: A AUTENTICIDADE.

O Dw12, até agora, tem um desenho único (apesar da chupação descarada do carro da Formula-E) diante de todos os outros carros de monopostos. Ele fortaleceu a identidade visual para um carro de Indianapolis e isso muitos não conseguem enxergar como benefício para a própria Indy. Ser confundido com um F1 ou com um carro da Fórmula Renault é coisa para acontecer com os carro da Indy Lights ou da Pro-Mazda, mas para um novo chassi da categoria mais veloz do planeta seus diretores precisarão focar no que pode ser singular e excêntrico para o público da categoria, priorizar o que pode chocar os olhos que observam e manter com isso a mesma magia de competitividade que o Dw12 trouxe para a história recente da Indy.

E Deuses de Indianapolis: afastai o DRS e o VSC da Indy, Amém!

CURIOSIDADE DO DIA: Você sabia que no projeto original do DW12 os times da Indy teriam dois tipos diferentes de carros? Sim, foram projetados dois carros para a temporada 2012. Um correria nos circuitos mistos, nas pistas de rua e nos ovais curtos e o outro carro (que acabou sendo adaptado para correr em mistos e rua) só correria nos ovais longos. Eis a foto de ambos. Do distante ano de 2011: à esquerda você vê o que teria sido o DW12 para mistos/rua; do lado direito está o nosso DW12 amado. Como os custos financeiros não permitiram, a ideia foi arquivada.


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