terça-feira, 7 de junho de 2016

O piloto mais idolatrado da IndyCar Series


IDOLATRIA - "É usualmente definida como a prática de adoração a ídolos, valores e ideias em oposição à adoração a um Deus monoteísta. A idolatria é considerada um dos maiores pecados nas religiões abraâmicas, de outro modo, em religiões onde esta atividade não é considerada como pecado. Quais imagens, ideias e objetos, constituem idolatria, e quais constituem uma adoração válida é um assunto de discussões por autoridades e grupos religiosos. É notável o conflito sobre o uso do termo no cristianismo, entre dois dos seus principais ramos, o catolicismo e oprotestantismo."

No Indyanismo, idolatra-se pilotos, idolatra-se ex-pilotos e idolatra-se os ex-pilotos que se tornaram chefes de equipe. Na verdade, no Templo de Indianapolis, toda idolatria é permitida, até idolatrar uma vertente das corridas de Indy sem pistas ovais. Eca! Excentricidades à parte, existe uma curiosidade latente nos fãs de Indy que quer saber quem é o piloto mais idolatrado pelos fãs da categoria nos dias de hoje. 


Em outras épocas, os torcedores da Indy podiam optar por Foyt, por Mario, por Rahal, por Rutherford, por Sneva, por Gordon JoãoPinto, por Rodger Ward, por Parnelli Jones, pelos Bettenhausen, pelos Unsers, por Mears, Fittipaldi, Michael Andretti, Alex Zanardi ou por Arie Luyendyk. Mas quando as aposentadorias começaram a se intensificar e quase todos os grandes ídolos do passado foram saindo das pistas, novos ídolos teriam que preencher os lugares da "velha guarda". 

Dessa forma, no começo da década passada, acompanhamos o surgimento de pilotos como Montoya, Hornish, Vasser, Helio, Kanaan, Bourdais, Tracy, Wheldon, Dixon, Dario, entre outros. Fosse na IRL ou na CART/CCWS, os substitutos para os antigos ídolos da IndyCar estavam, cada um a sua maneira, lutando no asfalto para ocupar um espaço sagrado no Reino de Indianapolis. Montoya seria o primeiro a demonstrar talento suficiente para ocupar o espaço para as futuras lendas. Mas logo a categoria europeia que não corre em ovais fisgou o colombiano que, após conquistar as 500 Milhas, direcionou seus esforços para a F1, afastando-se progressivamente do público indyanista.

Hornish durante o período de 2000 a 2007, e mesmo com o tricampeonato na IRL (2001, 2002 e 2006) e a conquista de 2006 na Indy500 - em um dos finais mais espetaculares de todos os tempos -, também não conseguiu concretizar a tarefa de se tornar um ídolo carismático que representasse a categoria. Sam preferiu direcionar sua segunda fase da carreira para os carros de stock e a Nascar foi o destino no qual mergulhou em um ostracismo irreversível.

Por outro lado, Dixon, que é tetracampeão (2003, 2008, 2013 e 2015), campeão de Indianapolis em 2008, o maior vencedor de corridas em atividade e o quinto maior vencedor da história da Indy fez tanto para angariar fãs quanto Bob Marley fez esforços para parar de fumar erva. Até hoje Dixon passa despercebido em qualquer aeroporto do mundo, a não ser que você seja parte da família de Scott. É o multi-campeão invisível! E o Dixon não tá nem aí pra isso, diga-se de passagem: essa é a filosofia desse anti-herói das multidões. Bandeira Verde, por exemplo, é um dos dez fãs brasileiros de Indy que torcem pelo Dixon!

Bourdais, que trilhava sua carreira por uma Indy com poucos ovais, é tetracampeão (2004, 2005, 2006 e 2007) da sanção CCWS e jamais andou bem em ovais longos como Indianapolis ou Pocono. Tem o carisma de um caramujo com óculos e cara de nerd com mão peluda. Mas o seu talento para mistos e pistas de rua ainda está agindo. Contudo, não foi suficiente para colocá-lo como um multi-campeão popular na Indy e capaz de herdar um lugar de destaque entre os fãs. 


Dario Franchitti chegou a ter uma grande base de fãs, principalmente depois que conquistou a terceira Indy 500. O piloto escocês, tetracampeão do campeonato da Indy em 2007, 2009, 2010 e 2011, campeão das 500 Milhas em três ocasiões (2007, 2010 e 2012) e um grande estudioso do automobilismo mundial teve sua carreira encerrada precocemente em 2012 e deixou o espaço de um multi-campeão popular vago e muitos admiradores do seu talento órfãos.

Mas e daí, se o atual maior campeão da categoria (Dixon) não consegue ser popular e todos os outros multi-campeões não conseguiram/conseguem atrair a torcida americana, quem hoje é o piloto mais popular da Indy? Seria o Helio que é veterano e campeão de Indianapolis em três ocasiões (2001, 2002 e 2009)? Quase. Helio também é muito popular, mas não o mais. O piloto mais querido, mais procurado, mais venerado, mais parado na rua no mês de maio é o baiano Tony Kanaan!

Você duvida? Assista a apresentação dos 33 pilotos das 500 Milhas desse ano e tire a própria conclusão de quem foi o mais aplaudido por mais de 350 mil pessoas. Tony Kanaan, através da história de superação que carrega na biografia de sua carreira conquistou o público americano mais do que Hunter-Reay, Marco Andretti, Graham Rahal ou Helio Castroneves. 


Em 2013, quando enfim a maldição de Tony acabou e ele esculpiu sua cara de Vin Diesel no Borg-Warner, houve uma comoção como nunca antes haviam visto no IMS. Na centésima edição, quando Tony assumiu a liderança ultrapassando o americano Hunter-Reay as arquibancadas quase vieram abaixo. Bonés, chapéus e mãos para o alto para louvar o pequeno brasileiro que não morreu e se fortaleceu. Que lutou e superou a si mesmo. 

Então, sem medo de estar com pachequismo, baseado unicamente nas imagens impressionantes dos feitos desse baiano, eu posso afirmar aos amantes de teoria da conspiração, aos desocupados que caçam capitalistas quando assistem um brasileiro perdendo alguma competição nos Estados Unidos, aos que tem complexo de vira-lata e choram com a falta de um ídolo brasileiro para torcer, para vocês eu digo: o ídolo maior de Indianapolis HOJE é o brasileiro Tony Kanaan, futuro prefeito da cidade de Indianapolis!

TK no Círculo da Vitória



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