quarta-feira, 3 de junho de 2015

Uma cidade com duas corridas da Indy


A CORRIDA DE DETROIT - Não é numa pista de rua do jeito tradicional, como vemos em Toronto, Houston, Baltimore, Anhembi, Long Beach e St. Pete. Não tem prédios comerciais na Ilha Bela. Também não existem casas ao redor do circuito, nem prédios altos com apartamentos cheios de branquelos, latinos ou negros desesperados pela decadência econômica. E sabe por que? Porque a Ilha Bela é um parque localizado na ilhota que fica no meio do rio Detroit e que agora está arrendado por 30 anos para o Estado de Michigan administrar.

A corrida da Indy lá é a "cereja do bolo" para a revitalização do local que estava jogado as traças depois da crise financeira que abalou as estruturas de Detroit em 2008.

Mapa da "Ilha Bela"

A CORRIDA 1 - 
Como estamos falando de um traçado constituído de variados tipos de piso, trechos de concreto e asfalto comum se alternam ao longo da pista, qualquer chuva acaba transformando uma simples corrida com os tanques da Dallara em um ringue de sobrevivência. E com a chuva fortíssima que caiu sobre a Ilha Bela no sábado passado, a sétima etapa do Campeonato da Indycar Series só poderia ter sido o que foi de fato: uma caótica corrida onde a Honda superou mais uma vez os carros da Chevy, tal como acompanhamos durante o GP de NOLA.


O começo da corrida foi de um piloto apenas: o avassalador Takuma Sato saltou da quarta posição e ultrapassou mais da metade do time Penske em menos de duas voltas. Passou primeiro Montoya, em seguida Helio e depois Power. A TV como sempre deixou de mostrar mais atentamente a escalada de Sato rumo a liderança e focou sua atenção ao pelotão intermediário. E Sato abriria muito se as bandeiras amarelas não começassem a acontecer. E quando passa um boi amarelo, a boiada também vem atrás. O caos se iniciou de verdade após uma pancada entre Jakes, TK e Graham. O resultado foi uma suspensão danificada e o abandono do americano que, aliás, é o único piloto da Honda que está briga pelo título. Esses pontos farão muita falta para Graham, ressalto. Tony Kanaan ainda tentou levar o carro avariado pra garagem e retornar mais de 20 voltas atrás, mas o fato é que o brasileiro passa por mais um ano difícil na Ganassi e Detroit não foi nada produtiva para Kanaan. Aliás, esses dois resultados ruins (Indy500 e Detroit 1) jogaram a chance de Tony brigar pelo título para muito longe da sua visão. 


Então, como que numa maldição numerológica, justamente no momento em que Sato abria um mundo de distância de Power, justamente na volta 14, a bandeira amarela é novamente acionada devido a uma pancada violenta do Insulina Boy Kimball e o líder com o número #14 entra nos pits e perde a primeira posição. Todo mundo que estava na estratégia do líder também para nos pits, um dos mecânicos de Power se atrapalha com a roda traseira esquerda e o australiano caí várias posições. Enquanto isso, Marco Andretti herda a posição de Sato porque estava em outra "janela de pits". 


Bandeira amarela vai e bandeira amarela vem, chuva fraca foi-se e chuva forte veio. Por todos os lados do circuito raios e trovões assustaram a direção da Indy e, então, na volta 48 (faltando ainda 22 voltas para as 70 programadas), com Muñoz herdando a liderança de Marco Andretti, que havia parado para troca de pneus e reabastecimento, a corrida foi finalizada. A primeira vitória do time Andretti, a segunda de um piloto Honda nessa temporada. Parece que o aerokit e o motor da Honda combinam com as chuvas!





CORRIDA 2 - Domingo, 31/05

Ao contrário da primeira corrida, nessa prova a bandeira amarela demorou muito a sair, mesmo com pista úmida, mesmo com carros andando lado a lado, carros saindo de traseira, se tocando em disputas acirradas e mesmo com o motor do Muñoz explodindo poucas voltas depois da largada. O colombiano teve a competência para conseguir levar o carro moribundo até uma área livre de riscos para os outros competidores. 

Até aí tudo dentro da corrida parecia favorecer outro colombiano em Detroit, e dessa vez o favorecido era o líder isolado do campeonato, Juan Pablo Montoya. Mas a porteira da boiada das amarelas tardou, mas não falhou. Rodolfo Gonzales, com sua Dale Coyne, depois de 37 voltas em bandeira verde bateu na barreira de pneus e apertou o botão do "caos" para a corrida dar um 360º e virar um massacre contra os times grandes.

Não tem como não destacar novamente a atuação de Sato, que finalizaria a corrida numa honrosa segunda posição, dois segundos atrás do francês Bourdais. Em terceiro, o competente Graham Rahal fechou o TOP 3 que teve como grande vencer o francês Tião Bourdais, a trigésima terceira vitória na sua carreira guiando os monopostos americanos: 31 vitórias na época da Champ Car + 2 na Indy reunificada.

Enquanto os pequenos conquistavam os lugares mais altos do pódio, os pilotos dos times grandes brigavam para terminar a corrida inteiros. Montoya, que lutou muito pela vitória, teve que poupar combustível até não poder mais e finalizou a corrida ainda dentro do TOP 10. Já a Ganassi teve um dia de cão em Detroit: Sage Karam e Charlie Kimball foram os melhores posicionados, décimo primeiro e décimo segundo respectivamente; Tony Kanaan amargou mais uma corrida fora do TOP 10 e ainda por cima ficou atrás de seus dois companheiros de equipe novatos. Dixon teve experiência pior ainda. O neozelandês, que está na luta pelo tetracampeonato, simplesmente foi tirado da corrida pelo companheiro de time diabético. Kimball em uma manobra equivocada, quando disputava posição com Power, jogou para os pneus o sonho de Dixon para contabilizar o maior número de pontos possível já que muitos adversários estavam se ferrando.


Do outro lado dos times grandes, Power disputava posição com o arrojado Vautier, da nanica Dale Coyne, quando perdeu o controle da sua Penske e, pasmem, acertou de forma precisa a roda dianteira de Helio que vinha logo atrás, destruindo qualquer chance do brasileiro tentar continuar na prova. Ironia do destino ou um destino de ironias para os grandes em Detroit nesse fim de semana?


O fato é que quem comandou a Indy nessas duas divertidas corridas em Detroit foi mesmo os times nanicos e uma salva de palmas para o excelente resultado obtido por Vautier (4º lugar) e Conor Daly (6º lugar).

A ultrapassagem mais linda do fim de semana ficou por conta de Sage Karam passando 3 carros de uma só vez. Espetacular!!!


A próxima etapa acontece no próximo sábado, 6 de Junho, sem transmissão pra tv aberta, só Bandsports.
>>>600Km do Texas!<<<

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