INDIANAPOLIS, SEMANA PASSADA - O indyanista David Land, presente nas 500 Milhas desse ano, filmou a batalha entre Power e Montoya e postou no seu canal do Youtube. Para quem não conhece a perspectiva das arquibancadas do circuito é um prato cheio assistir o grande final do maior espetáculo das corridas que Juan Pablo e Will proporcionaram em 2015! Aumenta o som e curta os aviões sobre rodas voando no asfalto do templo da velocidade!
sábado, 30 de maio de 2015
sexta-feira, 29 de maio de 2015
Jim Clark e sua saga na América (Parte 1)
AUTOR: Cássio Antônio Rodrigues Maffessoni
O ORIGINAL ESCOCÊS VOADOR! - Que Jim Clark foi um dos pilotos
mais versáteis de todos os tempos, que ele andava de tudo que tivesse rodas,
isso a gente já sabe. Mas você certamente não deve saber das experiências dele
nos circuitos ovais americanos nos anos 60, certo? Então que tal nós
pesquisarmos a fundo sobre mais uma faceta de um mito do automobilismo? Vamos lá!
Tudo teve começo quando Colin
Chapman, de olho no milionário prêmio das 500 Milhas de Indianápolis de 1963,
levou o Lotus 25 para testes privados na pista. Foi então que decidiu fazer um
carro especifico para a lendária prova. Por ter motor traseiro, o Lotus 29 era
motivo de chacota para os americanos que achavam que os ingleses jamais teriam
chance de vencer a prova. Ledo engano! Clark com sua clássica Lotus verde com
faixa amarela liderou 27 voltas (estabelecendo um recorde entre os ''rookies'')
e chegou em segundo, mas há quem diga que o vencedor da prova, Parnelli Jones
deveria receber bandeira preta, por ter derramado óleo na pista, mas mesmo
assim foi um cartão de visita dos bons.
Clark e a Lotus (com o americano
Dan Gurney pilotando o outro carro) voltariam para os Estados Unidos para duas
provas em pistas ovais, valendo pelo campeonato da USAC. A primeira foi em
Milwaukee, o oval americano mais antigo em atividade, quando o avassalador Jim
Clark esmagou seus concorrentes desde o começo: fez a pole, maior número de
voltas lideradas e venceu a prova deixando até o terceiro colocado uma volta
pra trás. Só AJ Foyt terminou na mesma volta do escocês; Gurney, seu
companheiro, terminou em terceiro. No excêntrico oval de Trenton, as Lotus
também marcaram presença naquele ano, porém dessa vez não tiveram tanta sorte e
Jim Clark abandonou com problemas mecânicos, assim como seu companheiro, Gurney.
Dan Gurney #93 e Jim Clark #92 em Trenton, 1963
Mordidos pela derrota de 1963,
Chapman novamente inscreveu seu Lotus para a edição de 1964 das 500 Milhas. O
sonho então quase se tornou realidade nesse ano, mas a suspensão do carro de
Clark não suportou as constantes forças centrífugas e quebrou, acabando com as
chances de Jimmi vencer a clássica corrida. Tentando aprender mais sobre ovais,
Clark se inscreveu novamente para prova de Trenton, onde largou em sétimo e
abandonou de novo com problemas mecânicos.
Quebra da suspensão em 1964, 500 Milhas
Melhores momentos da histórica vitória de Jim Clark em Indianapolis
Na parte 2 teremos mais Jim Clark nos monopostos americanos. Aguarde!
segunda-feira, 25 de maio de 2015
Vitória de Montoya narrada por quem entende de Indy: Agulla e Pombo
NÃO É DE HOJE - Que essa dupla é, pra mim, a mais expressiva da tv latina quando o assunto é Indy. Não que Téo "Piadista" José tenha feito um trabalho ruim ao lado de Giafone. Muito longe disso, apesar de ter colocado Bobby Rahal várias vezes no DW12 de Graham durante a narração. Téo foi muito bem ontem, acho que tava precisando viajar pra Indianapolis e sentir o ar puro das 500 Milhas. Durante os últimos anos a Indy sempre teve outro narrador, nunca Téo José.
Porém, ao contrário do jeito tupiniquim narrar corridas de carro, a dupla de narradores Agulla e Pombo busca trazer o espectador para junto deles na apreciação do espetáculo. E Agulla tem o incrível dom de criar jargões tanto para o início da corrida quanto para a bandeira branca e depois a quadriculada. E olha que Téo José até tem o seu "não perde mais, fulano de tal!". Entretanto, diante do trabalho de Agulla, que me perdoe o Téo, a coisa fica desproporcional demais.
E o jargão mais conhecido entre os fãs da dupla da ESPN Latina, que narra a Indy durante os grandes eventos e a Indy 500, é: "Anote, Pombo, anote!" sempre dita quando algo importante acontece durante a corrida. Sou fã demais do trabalho deles, fã de carteirinha e sempre empenhado em divulgar o trabalho deles aqui no Blog, porque dá pra ver que ELES ENTENDEM DO QUE ESTÃO FALANDO, SÃO FÃS COMO A GENTE.
Tem quem usa Galvão Bueno para referência? Você usa ele como o TOP das narrações? Então você não conhece esses dois latinos que espalham a Indy para a América falada em espanhol.
OS MELHORES MOMENTOS
COM A MELHOR DUPLA DE NARRADORES
DA AMÉRICA LATINA
domingo, 24 de maio de 2015
Monstroya crava seu segundo rosto no troféu de Indianapolis
DEIXARAM PABLITO VOLTAR, AGORA AGUENTA! - A Colômbia está em festa. Seu mais famoso piloto de carros de corrida novamente bebe o leite mais glorioso do mundo desde 1936. E foi uma vitória emocionante, estonteante, diferente daquela primeira vitória quando liderou quase que 100% das 500 Milhas.
Nessa corrida de 2015 o estilo de Montoya esteve presente do começo ao fim. O estilo de não desistir, de ser veloz, ousado, agressivo e destemido. Depois de ser tocado por Simona e ter parte da proteção traseira danificada, Juan teve que repensar toda estratégia de corrida, foi pro fim do pelotão e teve que avançar posição por posição, correndo diversos riscos ao dividir curvas com Sato e outros pilotos complicados de ultrapassar no pelotão intermediário.
A corrida em si foi muito movimentada, mais de 400 ultrapassagens ao longo de 200 voltas, diversas mudanças de líderes e Penskes e Ganassis mandando e detonando os Andrettis e o povo da Honda. Realmente, o destino da Honda está traçado no campeonato da Indy: seja em oval ou misto/rua, a derrota é muito mais do que certa, é regra.
Tony Kanaan e Scott Dixon lideraram boa parte da corrida na primeira metade, alternando com Pagenaud a ponta do pelotão. Mas o brasileiro não teve tanta sorte e acabou ficando pelo caminho ao bater sozinho seu Ganassi #10. TK saiu ileso. Outra coisa é que o DW12 se mostrou muito seguro e até em um acidente em "T", envolvendo Saavedra e Coletti, a resistência da célula de sobrevivência foi testada e aprovada com louvor. Aos profetas do apocalipse indyanista, restou várias previsões de morte frustradas e uma grande corrida para se comentar por um ano inteiro.
No fim da prova um duelo mitológico entre Poderoso Will e Montoya coroou uma das edições mais emocionantes dos últimos anos. Diferente do ano passado quando a prova ficou polarizada entre Helio e Hunter-Reay (e Marco apenas observando no terceiro posto), esse ano Dixon, Montoya e Power alternaram a mais de 360km/h a liderança nas 15 voltas finais.
Então a pista escolheu e consagrou o mais feroz dos pilotos que disputavam a vitória, Monstroya, e os espectadores fãs da Indy e do automobilismo em geral mais uma vez receberam de brinde uma grande e memorável edição do maior espetáculo das corridas.
Da minha parte, só a palavra "Espetacular" consegue ser pensada agora, poucos minutos após o fim; assisti arrepiado e de pé as últimas 10 voltas, coração acelerado e muita torcida por um grande final. E o bi de Monstroya foi esse grande final!
sexta-feira, 22 de maio de 2015
Indy a velha amante de 100 anos
COISA LINDA PARA ASSISTIR! - O maior espetáculo das corridas completará ano que vem sua centésima edição. Nenhuma outra pista ou categoria do mundo do automobilismo tem essa marca, nem Le Mans, nem Mônaco, nem Daytona. Nada nas competições de automóveis se iguala a essa senhora de 100 anos de idade que manqueja ainda exuberante por tvs obscuras da vida atrás de jovens rapazes interessados em uma boa diversão sem limites!
Indy é velha, é uma senhora muito velha, mas com quatro curvas insinuantes, provocantes, muitas vezes fatais. Quando as 24 Horas de Le Mans nasceram, Indy, como carinhosamente seus amantes a chamam, já estava entrando na imaginação de boa parte dos americanos jovens e adultos que não tinham nada pra fazer nos domingos de maio em Indiana, a não ser ir até Indy para assistir 6 horas de uma diversão por vezes sanguinária e trágica. Era a década de 10, o mundo não era como vemos hoje, nem Indy tinha a mesma face, o mesmo piso; os aparelhos de televisão em todos os domicílios nem eram algo pensado pelos homens da imprensa da época, muito menos o celular e a internet eram delírios na alucinação de Charles Chaplin. Hitler e Stalin sequer haviam sido magoados pela primeira Guerra Mundial quando Indianapolis começou suas atividades sujas e sangrentas no mundo da velocidade extrema, coroando heróis e castigando as falhas e os erros.
Das velhas pistas ovais daquele tempo, Indy foi a única que sobreviveu com fama e fortuna, apesar do envelhecimento terrível que ela teve para os padrões estéticos daqueles que desejam segurança perfeita para carros cortando o ar a 370km/h! Para esses a velha Indy já não é mais elegante e charmosa, para esses a vida de um piloto é mais importante que a mitologia histórica da pista sendo escrita no decorrer dos fatos do mês de maio. Para muitos, não há mais magia no desafio de se buscar recordes de velocidade a todo custo.
Quando Mônaco surgiu para o mundo do automobilismo, Indy estava entrando na maioridade, dezoito aninhos, olhos sedutores, vários desafios homéricos para os interessados e suas máquinas; trinte e três pretendentes tentariam a sorte todo ano e vários outros só conseguiriam participar dos treinos. Sim, ela era uma jovem quente e intensa no fim da década de 20, e uma multidão de fanáticos por velocidade já se acumulava ao longo dos anos em suas bilheterias. O mundo do cinema levou pequenos trechos das corridas dos anos 20 para Europa, o mundo já conhecia sua fama e seu desafio, além da associação imediata com uma corrida para a morte produzida pelo próprio Satanás.
Quando a Indy completar 99 anos neste domingo, 24 de maio, o mundo todo dos afobados e afoitos estará esperando por uma trágica edição, talvez com mais profecias negativas sobre o futuro da Indy do que escutamos depois da morte do Greg Moore em Fontana. Estão esperando algo perto do que houve nas 500 Milhas de 1973, com consequências terríveis para Swede Savage e Salt Walther. Alguns já noticiaram "voos da morte", "decolagens da destruição", "apocalipse indyânico". Viúvas dos quatro cantos do Paraíso da Perfeição Automobilística evocaram Senna, Pryce, Smiley, a segurança da CART, a desgraça que era a IRL de Tony George, a internet de uma hora para outro tinha especialista em aerodinâmica e Fórmula Indy como jamais eu vi acontecer durante uma porrada de anos nas redes sociais discutindo Indy.
Como uma deusa sem culpa Indy apenas olha e pensa para si mesma: "Aquele que eu não mato, eu fortaleço!"
Como uma deusa sem culpa Indy apenas olha e pensa para si mesma: "Aquele que eu não mato, eu fortaleço!"
segunda-feira, 18 de maio de 2015
NOS TEMPOS DA INDYCAR - Primeira fila das 500 Milhas de 2015
NÃO FOI O POLE DAY DOS SONHOS - As velocidades ficaram abaixo dos 370km/h e deixaram um ar de frustração na imaginação daquele fã mais dependente da quebra do recorde de Indianapolis. Quando Helio chegou a 374km/h na manhã de sábado, usando a potência extra permitida pela direção da Indy, antes da pancada de Ed Carpenter, o pessoal em Indianapolis começou a ver que realmente seria possível que os Dw12 destruíssem o recorde de 1996 ainda esse ano. Mas depois do acidente de Ed uma mudança brusca no regulamento foi ajustada por Miles, Walker, Chevy e Honda. A marca japonesa foi a mais prejudicada, afinal seus carros não decolaram nenhuma vez e quem deveria resolver o problema eram os pilotos e engenheiros da Chevy.
Na minha visão caipira e radical, a diferença deveria ser feita pela pressão no pedal do acelerador e quem não sentisse confiança que diminuísse a velocidade, assim como foi na época das grandes pancadas de Gordon Smiley e Scott Brayton. Não quero que pilotos morram, que pilotos capotem, não quero uma carnificina como deseja o fã de ocasião das 500 Milhas. Mas eu quero que o fator piloto seja mais significativo dentro de uma classificação do que a incessante necessidade que cobram da Indy para minimizar ao nível de 0% qualquer eventual risco com seus pilotos chegando a velocidades acima de 370km/h. Isso é humanamente impossível, não dá pra chegar além do que está conseguindo a Dallara ao entregar aos times da Indy um cockpit eficiente e seguro que salvou tanto Aleshin quanto Dario Franchitti de uma morte certa caso estivessem em monopostos de outras categorias do automobilismo.
Na minha visão caipira e radical, a diferença deveria ser feita pela pressão no pedal do acelerador e quem não sentisse confiança que diminuísse a velocidade, assim como foi na época das grandes pancadas de Gordon Smiley e Scott Brayton. Não quero que pilotos morram, que pilotos capotem, não quero uma carnificina como deseja o fã de ocasião das 500 Milhas. Mas eu quero que o fator piloto seja mais significativo dentro de uma classificação do que a incessante necessidade que cobram da Indy para minimizar ao nível de 0% qualquer eventual risco com seus pilotos chegando a velocidades acima de 370km/h. Isso é humanamente impossível, não dá pra chegar além do que está conseguindo a Dallara ao entregar aos times da Indy um cockpit eficiente e seguro que salvou tanto Aleshin quanto Dario Franchitti de uma morte certa caso estivessem em monopostos de outras categorias do automobilismo.
Semana que vem teremos ao meio-dia a pré-corrida na Bandeirantes e a partir das 13:00hrs a largada para a 99ª do maior espetáculo das corridas. E ficamos na torcida, nós, os amantes da velocidade extrema, para que os engenheiros de Chevy e Honda consigam inserir algum dispositivo nos carros e permita uma classificação mais emocionante no ano que vem para as 500 Milhas e impossibilite as decolagens que tanto assustaram os navegantes desse pequeno barco de Indyanistas.
sábado, 16 de maio de 2015
O Templo ruge com fome e amedronta os fracos de emoção
O MUNDO ESTÁ APREENSIVO COM AS 500 MILHAS DE 2015! - A expectativa negativa tomou conta de um mundo de pessoas alheias ao campeonato regular da Indycar, até programas voltados para a desgraça cotidiana da metrópole paulistana falaram de Indianapolis, até o Datena deu espaço para a desgraça do Helio em seu programa de desgraças humanas!!! Globo News colocou a "decolagem" de Helio como a imagem do dia em um de seus telejornais; o SBT também mostrou, o 'Gazeta Esportiva' idem. Nos EUA, a repercussão foi além do site da Indycar, parou em telejornais da CNN, Fox, Espn, ABC, enfim, todo mundo comentou o acidente do brasileiro na quarta-feira passada. O vídeo do acidente no canal da Indy no Youtube atingiu a marca de mais de 1 milhão e 300 mil visualizações em menos de dois dias. Especialistas em Indy de todas as cores, etnias e línguas surgiram mundo afora, de dentro de um "buraco de minhoca", para decifrar as causas, os motivos, as razões e as circunstâncias do acontecido em Indiana. Até um viúvo de Ayrton Senna profetizou nas redes sociais: "-Estou sentindo a mesma sensação daquele 1 de Maio!". Alguém passe uma agulha para que eu vaze os dois olhos?
O oval de Indianapolis foi imaginado em 1906 pelo vendedor de carros Carl Fischer, que propôs uma pista de testes para as fabricantes de automóveis atingirem as velocidades máximas potenciais de seus carros. Motivo principal? As vias públicas da época eram precárias em Indiana e, portanto, lugar inadequado para você atingir velocidades extremas. Assim, em 1909, inauguraram o Indianapolis Motor Speedway, construído em uma área de 132 hectares de terras agrícolas.
A essência da pista, a razão pela qual ela surgiu, é desde o princípio a de proporcionar velocidades extremas, médias altas e consequências trágicas para alguns dos competidores que ali depositam corpos e ambições pessoais. Independente da década, Indianapolis sempre teve/tem graves acidentes acontecendo durante as sessões de treinos livres e, principalmente, dentro da própria corrida. O caso de decolagem de Helio provocou calafrios nos espectadores, tanto nos "especialistas" quanto nos fãs mortais da categoria. Fatalidades como a de Dan Wheldon, em Las Vegas 2011, e Stan Fox, Indianapolis em 1995, foram relembradas para causar mais mal-estar no público. O DW12 novamente foi colocado no paredão de fuzilamento dos idealistas da segurança infalível, e os projetistas do aerokit da Chevy estão agora debruçados sobre cálculos e fenômenos aerodinâmicos temendo uma tragédia durante a prova do dia 24/05.
Conway decolando nas 500 Milhas de 2010
A dificuldade em aceitar que, correndo a 370km/h, qualquer erro cometido por esse ou aquele piloto pode ter grandes consequências é o maior problema com as pessoas que tentam compreender os dois casos de decolagem e capotagem dessa semana em Indianapolis. Suponhamos que Oriol Servià perca o controle do seu carro e bata no muro durante a corrida. Depois de ricochetear no concreto, o carro, ainda em velocidade alta, vira de lado e o que acontece? Talvez mais ou menos isso aqui:
A dúvida é: alguém lembra do que ocorreu em outras edições das 500 Milhas quando começa a criticar todo projeto do DW12 e seus aerokits? Dan Wheldon sofreu isso em 2003, durante as 500 Milhas de Indianapolis, decolou, virou de cabeça pra baixo e isso DURANTE a corrida. Saiu ileso. Outro acidente similar ao tipo de Newgarden e Helio foi o de Scott Brayton: foi durante os treinos para as 500 Milhas de 1996, porém o carro do piloto americano não decolou, ele só perdeu o controle do carro amarelo, bateu de lado no muro com a traseira do carro virada pra frente e foi arrastando até parar lentamente. Morreu em um tipo de acidente que hoje não causaria sequer tontura nos pilotos. Ou seja, o problema de segurança nos carros foi sanado para determinados pontos, mas nenhuma segurança conseguirá ser perfeita para extinguir TODOS os perigos existentes na atividade de guiar um monopostos dentro do Indianapolis Motor Speedway a mais de 370km/h.
O traçado do oval de Indianapolis é o mesmo desde 1909, mudando apenas o piso de tijolos para asfalto. Jamais colocaram chicanes no meio da pista, não 'tilkearam' o oval mais famoso do mundo, não blasfemaram contra o evento mais antigo das corridas de carros ainda em atividade, ainda é o mesmo primitivismo irracional no conceito: 4 curvas, inclinações médias, 200 voltas e a busca por velocidades extremas e, por fim, a glorificação do rosto no troféu. Só isso e deve permanecer assim, para desespero de um bando de ignorantes que odeiam traçados ovais. Indianapolis é a salvação do esporte a motor voltado para os fãs da velocidade extrema. O preço para correr nela, ou apenas assistir ao desenrolar da trama da corrida, é saber que o risco da morte sempre estará presente da primeira até a última volta, sem exagero!
O perigo das primeiras voltas das 500 Milhas é histórico!
quinta-feira, 14 de maio de 2015
NOS TEMPOS DA CART/USAC - O grande "mico" da Penske nas 500 Milhas de 1995
Texto: Raider Lopes Martins
(colaborador indyanista do Blog)
NO TÚNEL DO TEMPLO - Pois bem, retornamos a 1995 pois foi o ano do maior mico que a Penske já pagou em sua história. A Penske vinha defender o bi conquistado por Emmo e Al Unser Jr. Só que o páreo seria duro, onde tinha Jacques Villeneuve, Michael Andretti, Maurício Gugelmin, Arie Luyendyk e vários outros. Quarenta e cinco pilotos buscavam as 33 vagas do grid. A equipe Menard's que tradicionalmente disputava só as 500 milhas cravava logo seu melhor tempo. Arie Luyendyk cravava 233 MPH, uma das mais rápidas do circuito até então. Émerson e Al Unser fizeram seus primeiros testes e chegavam a no máximo 225 MPH, muito aquém do esperado. Mas algo explicava esse baixo rendimento: os Penske da época estavam com um problema no assoalho, no qual o carro ficava substerçante no meio das curvas, o que obrigava os dois pilotos a reduzirem a tocada do veículo e, consequentemente, fazia com que o rendimento não fosse o mesmo. Os modelos de 1994 conseguiam mascarar o problema. Com isso, Roger numa decisão resolve abdicar do Pole Day, pois havia solicitado um novo assoalho.
Chegamos aos finalmentes dos treinos, e no Pole Day estava assim: Émerson guiava o PC-23 com as mesmas características do PC-24 enquanto que Al Unser Jr guiava um carro cedido da equipe Pagan (carro usado por Roberto Guerrero, mas os problemas ainda persistiam. Émerson conseguia chegar a 220 MPH com o PC-23. Unser estava na pior situação, rendendo a apenas 218 MPH. Ainda numa nova tentativa, Roger consegue 2 carros da equipe Rahal (retribuição de Bobby pois a Penske havia cedido um carro para o piloto se qualificar em 1994) para buscar se classificar, mas restava o Bump Day.
E no Bump Day a concorrência era grande: Jeff Ward, Marco Greco, Johnny Parsons, Franck Fréon, Davey Hamilton, Scott Sharp, Stefan Johansson, Davy Jones, Jim Crawford, Michael Greenfield, Mike Groff, Dean Hall e Tero Palmroth. Scott Sharp consegue fazer 225 MPH, enquanto que Émerson chegava no máximo a 224 MPH. Al Unser Jr tentou mais uma vez e no máximo chegou a 221 MPH. Ali terminava a classificação para Unser Jr, já eliminado. Restavam dois pilotos para uma vaga, Émerson e Johansson, e Johansson cravou 225 MPH, enquanto que Emmo fez apenas 224 MPH, conseguindo esse "micão" de uma equipe ficar de fora.
Com isso tudo, o grid ficava assim:
Ficavam de fora:
· Emerson Fittipaldi (Penske - #2/Rahal-Hogan #9T) - bumpeado do grid
· Franck Fréon (Autosport Racing Team - #92) - bumpeado do grid
· Al Unser, Jr. (Penske - #1/Rahal-Hogan #11T/Pagan Racing #21T) - bumpeado do grid
· Marco Greco (Galles - #10T) - desistiu
· Davey Hamilton (Hemelgarn - #95) - desistiu
· Jeff Ward (Arizona Motorsports - #44) - desistiu
· Johnny Parsons (Project Indy - #64) - desistiu
· Jim Crawford (Hemelgarn - #96) - não marcou tempo
· Michael Greenfield (Greenfield Racing - #42) - não marcou tempo
· Mike Groff (Chip Ganassi - #4T) - não marcou tempo
· Dean Hall (Dick Simon Racing - #90/#99) - não marcou tempo
· Tero Palmroth (Dick Simon Racing - #90) - não marcou tempo
E era chegado o dia da corrida. O Brasil mandava uma esquadra de pilotos: Raul Boesel, Christian Fittipaldi (que na época era sondado pela Mclaren para substituir Mansell), Gil de Ferran, Maurício Gugelmin e André Ribeiro. Logo na volta de apresentação Robby Gordon apresenta problemas e vai direto aos boxes. Ao ser dada a bandeira verde, Scott Brayton não resiste a investida de Scott Goodyear e Arie que tomam os dois primeiros lugares, Michael Andretti consegue a terceira, e Brayton cai logo para o quarto lugar. Mas logo na curva 1, ocorre um acidente de gravíssimas proporções que provoca a primeira bandeira amarela da prova. Stan Fox ao tentar corrigir uma manobra errada, vira o volante para a direita de uma vez, fazendo com que o carro saísse do controle, acertar Eddie Cheever que vinha logo atrás e se desintegrar por inteiro no muro. As cenas que se viam do que restou do nº91 eram muito pavorosas; Cheever saiu ileso, mas Fox teve de ser transferido para o Hospital Metodista com lesões na cabeça. Estiveram envolvidos ainda Gil de Ferran (destroços arrebentaram a roda dianteira direita), Lynt St. James (acabou batendo no meio da confusão), Carlos Guerrero (também bateu) e Eric Bachelart (passou por cima dos destroços).
Após a décima-primeira volta a verde era novamente acionada. Era iniciada uma caçada pela liderança. Michael Andretti x Arie Luyendyk. Um duelo que se estendeu por 5 voltas até que Andretti conseguiu pegar a liderança se aproveitando dos retardatários que surgiam a frente, enquanto que Arie teve muitos problemas e ainda teve um pit-stop desastroso que fez suas chances de vencer irem pelo ralo. Os brasileiros se destacavam, Gugelmin se mantia entre os 5 primeiros, Christian e André Ribeiro galgavam posições e começavam a incomodar os concorrentes. Numa disputa por posições, Arie e Scott Sharp, se desentendem e o holandês mostrou o dedão do meio para Scott. Uma bandeira amarela é acionada, alguns pilotos são punidos: Villeneuve e Pruett tiveram de dar uma volta no box como punição.
Nova bandeira amarela é acionada: ao tentar ultrapassar Gugelmin, que ia aos boxes por fora, Andretti acabou abrindo demais na curva e bateu no muro. Na mesma volta Scott Sharp também bateu e abandonou. Novas bandeiras amarelas foram acionadas pelos acidentes de: Davy Jones e Jimmy Vasser. Um duelo começava se desenhar, Scott Goodyear e Scott Pruett. Ambos brigavam pela liderança, mas na volta 184 um deles acabou derrapando e batendo, novamente fazendo surgir nova amarela.
Chegamos a decisão: Scott Goodyear, Jacques Villeneuve, Eliseu Salazar e Christian Fittipaldi. Mas Scott Goodyear fez algo que jogou fora suas chances de vencer a prova; ultrapassou o Pace Car antes da hora, e tomou punição. Como não cumpriu a punição, teve sua cronometragem interrompida na volta 195 e acabou terminando em 14º lugar. Raul Boesel e André Ribeiro abandonaram por problemas nos carros, enquanto que Gugelmin numa tática errada da Pacwest acabou em sexto lugar. Já Christian Fittipaldi, largando do 27º lugar, chegou em segundo, superando todas as expectativas e cravando seu lugar na Indy, descartando qualquer chance de vencer. E o vencedor? Jacques Villeneuve que veio da Atlantic direto pra Indy já dava as amostras de um piloto que consagraria. Usando o nº 27 que era do pai Gilles, Jacques começava a partir das 500 milhas uma arrancada para o título e depois uma carreira na Fórmula 1.
A íntegra da corrida pelo SBT:
Momento fail:
o pessoal da ABC estava curioso querendo saber como o pessoal do SBT estava se saindo com Gugelmin na frente
segunda-feira, 4 de maio de 2015
INDY500 - De quem não devemos esperar muita coisa?
AQUELES QUE NUNCA TERÃO AS 500 MILHAS? - Olhando o grid atual para as 500 Milhas, e usando a frieza do raciocínio através das estatísticas gerais de cada piloto, aqui estão os nomes daqueles que, provavelmente, nunca vencerão o maior espetáculo das corridas de monopostos!
1 - SEBASTIEN BOURDAIS
Ele tem muitos fãs, é tetra-campeão da extinta Champ Car (2004 a 2007), tem 15 vitórias em circuitos mistos, treze em circuitos de rua e venceu quatro vezes em pistas ovais. Essas quatro vitórias virando só para a esquerda foram em Milwaukee, Lausitz e Las Vegas. Sua primeira tentativa em Indiana aconteceu em 2005, quebrou faltando duas voltas pro fim. Largou em 15º, finalizou em 12º. Depois veio um distanciamento de três anos dele com as corridas da Indy que viram só para a esquerda. Em 2011, ele retornou para um projeto de correr apenas nos mistos; ovais não o interessavam naquele momento da carreira. Não especularei a razão dele preterir os ovais nesse retorno, Bourdais preferiu fazer uma readaptação a Indy só correndo mistos e rua e problema é dele, ou dos patrocinadores dele.
Com a mudança de chassi e motores acontecendo em 2012, Tião resolveu então voltar a correr nos ovais da Indy. Só que em Indianapolis a coisa não foi tão tranquila pro piloto francês como ele gostaria que fosse. Nos três desafios que teve por lá, Bourdais largou em 25º nas 500 Milhas de 2012 e finalizou em 20º. No ano seguinte, Tião largou em décimo quinto e bateu sozinho nos pits durante a última parada para reabastecimento e troca de pneus, na volta 178. Foi patética a situação para alguém tão experiente e Bourdais expressou isso esmurrando o carro após estacioná-lo com a suspensão dianteira quebrada. Ano passado, Bourdais enfim conseguiu fazer seu primeiro TOP 10 após quatro tentativas no maior espetáculo das corridas: largou em 17º e finalizou em 7º.
Para esse ano Bourdais terá como companheiros de time Coletti e Clauson, na KV. Um era piloto na GP2 com experiência zero em pistas ovais, o outro é piloto da USAC e fará sua segunda participação nas 500 Milhas. Bryan tem muita experiência em ovais de terra, mas quando a pista é asfaltada... Diferente da força que demonstra a CFH com Carpenter, Newgarden e JR Hildebrand, a KV vem com três carros também, porém, sem um líder bom de braço em ovais. Bourdais, que naturalmente seria o líder desse time devido ao currículo que tem, não costuma fazer boas corridas em pistas que viram pro mesmo lado desde a reunificação em 2008. Seu currículo na Indy pós-2012 tem como melhor resultado em ovais o 7º lugar em Indianapolis em 2014. E só. Em todos os demais, o resultado foi abaixo do TOP 10.
2 - WILL POWER
Ele é o último campeão da categoria, ele venceu as 500 Milhas de Fontana em 2013, ele venceu uma rodada no Texas em 2011, ele venceu em Milwaukee ano passado, ou seja, Power evoluiu e muito suas atuações em pistas ovais desde que estreou na categoria americana, inclusive marcando também sete poles em pistas com curvas só para a esquerda. Só que se tem um piloto que demonstra sentir o peso de Indianapolis, e não ter condições de duelar contra os medalhões das pistas ovais quando chega aquelas 10 voltas finais para a glorificação no Templo, esse alguém é Will Power. O australiano já largou em segundo, em terceiro, em quinto, em sexto, em nono, em vigésimo terceiro e o mais perto que chegou da vitória foi marcando o quinto lugar em 2009. O restante de seus resultados finais nas 500 Milhas de Indianapolis são abaixo do TOP 5: 13º em 2008, 8º em 2010, 14º em 2011, 28º em 2012, 19º em 2013 e 8º em 2014. Ele não é bobo, não é fraco, mas até hoje nunca conseguiu ser competitivo em Indianapolis como já foi em Fontana, Texas e Miwaukee. Em Indianapolis, Poderoso Will invariavelmente é da mesma espécie daquilo que chamamos "Cavalo Paraguaio": larga bem e no fim termina mal.
3 - CHARLIE KIMBALL
Insulina Boy vai para mais um ano guiando o carro #83 da Ganassi com um retrospecto modesto diante de seus companheiros de equipe em Indianapolis. Para desânimo do meu amigo Gray Fox, fã do Charlie, Kimball é o meu terceiro colocado na lista de "não-favoritos" para a nonagésima nona edição do maior espetáculo das corridas. Exceto pelo inesperado segundo lugar em Pocono, em 2013, nosso amigo diabético não obteve grandes resultados nas pistas que viram só para o lado esquerdo. O piloto anglo-americano conseguiu seus melhores resultados nos circuitos mistos e de rua, sendo que em Mid-Ohio Charlie marcou sua primeira vitória na categoria. Analisando o desempenho dele durante as provas em ovais nunca observei um potencial talento para fazer frente aos pilotos do próprio time ou fazer frente aos tradicionais medalhões da categoria. Dessa maneira, não conseguindo fazer frente nem aos concorrentes do próprio time nem contra os pilotos dos times concorrentes da elite do grid, Kimball é um piloto intermediário guiando dentro de um time TOP nas pistas ovais. Quando correu na Indy Lights por dois anos seguidos (2009 e 2010) Kimball teve como melhor resultado em ovais um segundo lugar na Freedom 100, em Indianapolis. Resumindo: carta fora do baralho.
4 - PIPPA MANN
Desculpe-me a fãzinha da Pippa toda feliz em ver sua ídola tão de pertinho, me desculpe mesmo criança, mas as chances da esforçada Pippa de ganhar as 500 Milhas é perto de 0,1%. Além de estar guiando para uma das mais pobres equipes do grid, Mann está totalmente em desvantagem diante dos demais pilotos que já estão há anos correndo temporada completa ou pistas aleatórias. Para ela, e o carro rosa, a dificuldade é minimizar essa desvantagem em relação aos demais pilotos usando uma estratégia ousada de pit stop durante as 500 milhas e torcer para o maior número possível de confusões. É o único jeito dela vencer com um carro rosa da Dale Coyne esse ano, além de muitas orações dessa fã da foto.
5 - ORIOL SERVIÀ
Oriol está há muito tempo nessa brincadeira com carros velozes. É, ao lado de Helio, Tony, Dixon, Montoya, Lazier, um dos mais experientes do grid das 500 Milhas, com 195 largadas na Indy, 1 vitória (misto), 8 segundo lugar, 10 terceiro lugar, 14 quarto lugar e 18 quinto lugar. Quando o assunto são só provas em ovais, Oriol largou em 57 corridas nesse tipo de traçado, marcou 3 segundo lugar, 2 terceiro, 4 quarto, 6 quinto lugar. Nenhuma vitória. Então você acha que esse ano, participando apenas da etapa de Indianapolis, baixará o Rick Mears no Oriol e ele desbancará Ed, Helio, TK, Montoya, Dixon, Pagenaud, Caçador e mais uns três candidatos ao Victory Lane? Não, né?! O espanhol no máximo pegará um TOP 5.
domingo, 3 de maio de 2015
INDY 500 - Meu TOP 5 de favoritos para 2015
ALEA JACTA EST - Usando as forças intuitivas mais aguçadas e delirantes, que adquiri após venda de alma para alguma entidade rica da metafísica, essa semana desvendei as linhas do destino da nonagésima nona edição das 500 Milhas de Indianapolis: quem será o piloto ao qual o sol iluminará no fim da tarde de domingo, dia 24 de maio?
1 - ED CARPENTER
Esse é o meu favorito entre os favoritos. Nos ovais, Carpenter flutua entre os cinco primeiros colocados na maioria das etapas com DW12, particularmente com mais eficácia em Fontana, Texas e Indianapolis. Não costuma ir tão bem no oval curto de Milwaukee, mas mantem certa competitividade no oval curto de Iowa. Se você tem dinheiro e quer fazer uma aposta o piloto mais indicado para o investimento é exatamente Ed. Sem contar que esse ano será o primeiro de Ed junto com o time CFH, reforçado por Josef Newgarden e JR Hildebrand para as 500 milhas. O esquadrão da CFH promete incomodar muito os grandes esquadrões de Andretti, Ganassi e Penske na principal corrida do calendário. Ed é o melhor entre os três nas pistas com curvas só para a esquerda.
2 - HELIO "Spider Man" CASTRONEVES
2 - HELIO "Spider Man" CASTRONEVES
Após mais um vice-campeonato em 2014, dessa vez diante do companheiro de time Will Power, Helio recomeça muito bem essa temporada 2015 da Indy. O brasileiro chega a Indianapolis como vice-líder do campeonato, dois pontos atrás do colombiano Juan Pablo Montoya. E a química do brasileiro com as 500 Milhas é impressionante. É o piloto do grid atual mais vezes campeão das 500 Milhas com 3 conquistas; está num carro da Penske e usará mais uma vez o número #3 que já venceu 11 vezes as 500 Milhas ao longo de quase um século de corridas. Ano passado a quarta vitória passou por entre os vãos dos dedos de Helio. Esse ano, no auge de sua experiência na categoria mais rápida do automobilismo, talvez o quarto triunfo abrilhante ainda mais a gloriosa carreira de Castroneves na Indy. Helio carrega o recorde de ser o piloto do Brasil que mais venceu em pistas ovais na Indy: 16 vitórias dele contra 14 de Tony Kanaan e 7 de Emerson Fittipaldi.
3 - TONY KANAAN
Guiando a Ganassi #10, que era do amigo Dario Franchitti, e com o retrospecto muito respeitável em três das últimas cinco 500 Milhas de Indianapolis, Tony é um dos principais nomes entre os favoritos para qualquer corrida em Iowa, Milwaukee, Indiana, Fontana ou Pocono. Falou em piloto bom de oval? Tony Kanaan é um dos grandes pilotos ao lado de Carpenter, Dixon e Helio na Indy. Desde o começo da nova década (sim, minha ideia de década começa em 10 e não em 09, pode estar errado, mas não me importo com isso), TK finalizou fora do TOP 10 apenas duas vezes: décimo primeiro em 2010 e vigésimo quarto em 2014, devido a problemas mecânicos. Nos outros anos TK conquistou quarto em 2011, terceiro em 2012 e glorificou sua carreira em Indianapolis em 2013. Alguém dúvida que o grande TK estará brigando pelo bicampeonato de Indianapolis?
4 - JUAN PABLO MONTOYA
Será só a terceira 500 Milhas de Indianapolis da carreira de Montoya, muito menos do que grande parte dos 33 concorrentes de 2015. Porém, ele é MITOya, o grande campeão que ano passado, em seu retorno para uma corrida de oval em monopostos, marcou um excelente quinto lugar no maior espetáculo das corridas. A primeira participação de Montoya foi em 2000, e mesmo sendo rookie o colombiano destruiu tudo e todos e sagrou-se campeão das 500 Milhas. Só sendo muito cego, surdo e louco para descartar Pablito do quadro de favoritos para se apostar na corrida desse ano. Não importa o chassi, Montoya entra e faz de tudo pela vitória. Ainda mais hoje que ele é líder do campeonato e está diretamente interessado no seu segundo triunfo dentro do Templo da velocidade extrema.
5 - MARCO ANDRETTI
Loucura? Demência? Não, caros indyanistas, mil vezes não! Isso aqui é apostar no misticismo existente nas 500 Milhas, formado ao longo de décadas; é apostar na curiosa tragédia que acompanha a família Andretti desde que Mario sagrou-se campeão em 1969 e amaldiçoou o nome "Andretti" dentro de todas as 500 Milhas posteriores. Mario tinha tudo para ser bi, tri, tetra e até penta das 500 Milhas. No entanto, a maldição não parou de agir desde o dia seguinte a única glória da família dentro do Templo. Marco é mais um Andretti que anda bem em Indianapolis, costuma classificar nas filas principais, mas é destruído durante o desenrolar da trama da prova. Ano passado Marco assistiu seu companheiro de time bater Helio em um duelo espetacular e ficou apenas com o terceiro lugar. Em 2013 marcou um quarto e outro terceiro em 2010. Isso sem citar o segundo lugar amargo de 2006 para Sam Hornish, no ano de estreia de Marco em Indiana. Porém, um sonho psicodélico me mostrou que 2015 tem tudo para ser o ano do fim da maldição Andretti em Indiana. Eu assustei com a visão, acho muito improvável, Michael tentou por anos sem sucesso e Marco é só o Marco, não vive uma fase boa. Mas... 2015 tem a cara de ser um ano notável de grandes surpresas na Indy, e a quebra da Maldição Andretti tem tudo para ser um desses capítulos excêntricos da categoria!
sábado, 2 de maio de 2015
INDY500 - Fotos & Fatos no Túnel do Tempo do Templo
MÊS DE MAIO COMEÇOU! - E como de costume temos a péssima lembrança do primeiro de Maio de 1994. Senna, o herói da época, buscava um lugar na galeria dos tetracampeões de F1 e guiava, portanto, o carro daquele considerado o "Time TOP" da categoria. Foram três poles seguidas, dois abandonos frustrantes e o acidente fatal em San Marino. Roberto Cabrini deu a notícia da morte de Ayrton perto do almoço de domingo. Chorei muito naquele dia, era meu herói e o de muita gente mundo afora. Era o fim trágico de um ídolo diante das câmeras, ao vivo, com muito sangue misturado à brita e um grande desespero dos médicos e repórteres do mundo todo para saber o que fazer diante daquilo que acontecia: a morte de um mito dentro da pista de corrida! A foto ali de cima é referente a homenagem que Simon Pagenaud, hoje na Penske que um dia quase trouxe Senna para a Indy (assista o treino de Senna com a Penske em 1993 com cobertura da Bandeirantes AQUI), fez durante as 500 Milhas do ano passado.
E por falar em 500 Milhas e o mês mais importante do ano para a categoria americana de monopostos que corre em ovais, vamos para o Túnel do Tempo do Templo que esse ano realizará a edição de número 99 das 500 de Indianapolis.
RETROCEDER NUNCA, DESISTIR? JAMAIS! - Na segunda edição das 500 Milhas, em 1912, o italiano naturalizado americano Ralph DePalma liderava a corrida desde a volta 3 quando seu carro quebrou na volta 198, dando oportunidade para Joe Dawson ultrapassá-lo e cruzar a linha de chegada em primeiro. Mesmo assim, DePalma não desistiu de finalizar as 500 Milhas, foi assim que decidiu descer do carro e o empurrar para receber a bandeira quadriculada. Esforço recompensado com uma salva de palmas do público. A imagem do fato foi fotografada e hoje faz parte da lendas de Indianapolis.
VELOCIDADE EXTREMA - O vencedor da primeira 500 Milhas, Ray Harroun, teve velocidade média de 121 km/h em 1911. Não é difícil compreender a euforia de todos presentes no Indianapolis Motor Speedway quando Parnelli Jones, em 1962, atravessou a barreira dos 240km/h!!!
Tom Sneva (esse senhor com capacete amarelo fazendo o sinal do "peace and love"), em 1977, atingiu o feito que deixou todos os presentes boquiabertos: 321 km/h!!! Isso nos anos 70!!! Será que um dia no futuro, com o desenvolvimento de carros mais seguros, poderemos romper a barreira dos 400 km/h??? Seremos surpreendidos como foram os indyanistas dos anos 60 e 70?!!
COMEMORAR BEBENDO LEITE - O ato inaugural da tradição de beber leite no "Victory Lane" de Indianapolis foi realizado pelo piloto Louis Meyer, um jovem novaiorquino filho de imigrantes franceses, depois da vitória em 1936. Disse Meyer, na época, que sua mãe ensinou a ele beber leite depois de uma jornada grande de trabalho exaustivo. Não é preciso nem explicar que, logo depois do ato inusitado para ingerir muita Vitamina D e Cálcio, vários homens do agronegócio de Indiana se interessaram em associar a produção leiteira da região ao campeão das 500 Milhas. Nascia assim a tradição que só foi quebrada em 1993 quando Emerson Fittipaldi bebeu suco de laranja no "Victory Lane" (com o intuito de promover sua própria produção de laranja aqui no Brasil). Tiro publicitário esse que saiu pela culatra já que todo mundo repudiou a atitude um tanto forçada do brasileiro.
P.S.: A tradição de estourar champanhe e esguichar nas pessoas que estão em volta nasceu após uma vitória de dois americanos na mais tradicional prova da Europa. Dan Gurney e A.J. Foyt em 1967 venceriam as 24 Horas de Le Mans e no pódio resolveram estourar um champanhe. BAZINGA!!! Hoje é o gesto mais conhecido quando se trata de F1 e outras competições após cada comemoração.
ESTATÍSTICA DOS NÚMEROS NA INDY 500 - O número mais vencedor das 500 de Indianapolis é o #3 com onze vitórias. O segundo mais vencedor com oito vitórias ao longo de quase 100 anos é o #2. Em terceiro lugar aparece o número #1 com sete, em quarto o #5 e o #14 sagrado de A.J. Foyt, ambos com 5 conquistas. Empatados em quinto lugar com cinco conquistas cada estão o #4 e o #6.
1 - #3 (Esse ano Helio Castroneves usará esse número)
1919 | 1948 | 1962 | 1968 | 1974 | 1981 | 1986 | 1991 | 1992 | 2002 | 2009 |
2 - #2 (Juan Pablo Montoya usará esse ano esse número)
4 - #14 e #5 (Sato e Hinch usarão esses números esse ano)
5 - #4 e #6 (Coletti e Hildebrand usarão esses números)
AS 500 MILHAS MAIS RÁPIDAS - Até 2013 a corrida mais rápida em Indianapolis havia sido a vitória de Arie Luyendyk em 1990 com o tempo de 2hrs41min18segs. A vitória de Tony Kanaan em 2013 diminuiu o recorde para 2hrs40min03segs. Ano passado, depois do final espetacular, Hunter-Reay marcou 2hrs40min48segs, apenas 45 segundos do recorde de Tony Kanaan.
A média de velocidade na prova de 2013 foi de 301.644km/h, contando as baixas velocidades durante as bandeiras amarelas.
1 - Corrida de 2013
Tempo de duração: 2:40.03
Média de Velocidade: 301.644km/h
2 - Corrida de 2014
Tempo de duração: 2:20.48
Média de Velocidade: 300.244km/h
3 - Corrida de 1990
Tempo de duração: 2:41.18
Média de Velocidade: 299.307km/h
4 - Corrida de 1991
Tempo de duração: 2:50.00
Média de Velocidade: 283.984km/h
5 - Corrida de 1986
Tempo de duração: 2:55.43
Média de Velocidade: 274.750km/h
Durante o mês de maio, quando for possível, falarei da vasta história das 500 Milhas. Abraço a todos e marquem na agenda: 24/05 = o maior espetáculo das corridas de velocidade extrema!!!
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