quinta-feira, 14 de maio de 2015

NOS TEMPOS DA CART/USAC - O grande "mico" da Penske nas 500 Milhas de 1995


Texto: Raider Lopes Martins
(colaborador indyanista do Blog)

NO TÚNEL DO TEMPLO  - Pois bem, retornamos a 1995 pois foi o ano do maior mico que a Penske já pagou em sua história. A Penske vinha defender o bi conquistado por Emmo e Al Unser Jr. Só que o páreo seria duro, onde tinha Jacques Villeneuve, Michael Andretti, Maurício Gugelmin, Arie Luyendyk e vários outros. Quarenta e cinco pilotos buscavam as 33 vagas do grid. A equipe Menard's que tradicionalmente disputava só as 500 milhas cravava logo seu melhor tempo. Arie Luyendyk cravava 233 MPH, uma das mais rápidas do circuito até então. Émerson e Al Unser fizeram seus primeiros testes e chegavam a no máximo 225 MPH, muito aquém do esperado. Mas algo explicava esse baixo rendimento: os Penske da época estavam com um problema no assoalho, no qual o carro ficava substerçante no meio das curvas, o que obrigava os dois pilotos a reduzirem a tocada do veículo e, consequentemente, fazia com que o rendimento não fosse o mesmo. Os modelos de 1994 conseguiam mascarar o problema. Com isso, Roger numa decisão resolve abdicar do Pole Day, pois havia solicitado um novo assoalho.


Chegamos aos finalmentes dos treinos, e no Pole Day estava assim: Émerson guiava o PC-23 com as mesmas características do PC-24 enquanto que Al Unser Jr guiava um carro cedido da equipe Pagan (carro usado por Roberto Guerrero, mas os problemas ainda persistiam. Émerson conseguia chegar a 220 MPH com o PC-23. Unser estava na pior situação, rendendo a apenas 218 MPH. Ainda numa nova tentativa, Roger consegue 2 carros da equipe Rahal (retribuição de Bobby pois a Penske havia cedido um carro para o piloto se qualificar em 1994) para buscar se classificar, mas restava o Bump Day. 


E no Bump Day a concorrência era grande:  Jeff Ward, Marco Greco, Johnny Parsons, Franck Fréon, Davey Hamilton, Scott Sharp, Stefan Johansson, Davy Jones, Jim Crawford, Michael Greenfield, Mike Groff, Dean Hall e Tero Palmroth. Scott Sharp consegue fazer 225 MPH, enquanto que Émerson chegava no máximo a 224 MPH. Al Unser Jr tentou mais uma vez e no máximo chegou a 221 MPH. Ali terminava a classificação para Unser Jr, já eliminado. Restavam dois pilotos para uma vaga, Émerson e Johansson, e Johansson cravou 225 MPH, enquanto que Emmo fez apenas 224 MPH, conseguindo esse "micão" de uma equipe ficar de fora.

Com isso tudo, o grid ficava assim:

Ficavam de fora:

·         Brasil Emerson Fittipaldi (Penske - #2/Rahal-Hogan #9T) - bumpeado do grid
·         França Franck Fréon (Autosport Racing Team - #92) - bumpeado do grid
·         Estados Unidos Al Unser, Jr. (Penske - #1/Rahal-Hogan #11T/Pagan Racing #21T) - bumpeado do grid
·         Brasil Marco Greco (Galles - #10T) - desistiu
·         Estados Unidos Davey Hamilton (Hemelgarn - #95) - desistiu
·         Estados Unidos Jeff Ward (Arizona Motorsports - #44) - desistiu
·         Estados Unidos Johnny Parsons (Project Indy - #64) - desistiu
·         Estados Unidos Jim Crawford (Hemelgarn - #96) - não marcou tempo
·         Estados Unidos Michael Greenfield (Greenfield Racing - #42) - não marcou tempo
·         Estados Unidos Mike Groff (Chip Ganassi - #4T) - não marcou tempo
·         Estados Unidos Dean Hall (Dick Simon Racing - #90/#99) - não marcou tempo
·         Finlândia Tero Palmroth (Dick Simon Racing - #90) - não marcou tempo

 E era chegado o dia da corrida. O Brasil mandava uma esquadra de pilotos: Raul Boesel, Christian Fittipaldi (que na época era sondado pela Mclaren para substituir Mansell), Gil de Ferran, Maurício Gugelmin e André Ribeiro. Logo na volta de apresentação Robby Gordon apresenta problemas e vai direto aos boxes. Ao ser dada a bandeira verde, Scott Brayton não resiste a investida de Scott Goodyear e Arie que tomam os dois primeiros lugares, Michael Andretti consegue a terceira, e Brayton cai logo para o quarto lugar. Mas logo na curva 1, ocorre um acidente de gravíssimas proporções que provoca a primeira bandeira amarela da prova. Stan Fox ao tentar corrigir uma manobra errada, vira o volante para a direita de uma vez, fazendo com que o carro saísse do controle, acertar Eddie Cheever que vinha logo atrás e se desintegrar por inteiro no muro. As cenas que se viam do que restou do nº91 eram muito pavorosas; Cheever saiu ileso, mas Fox teve de ser transferido para o Hospital Metodista com lesões na cabeça. Estiveram envolvidos ainda Gil de Ferran (destroços arrebentaram a roda dianteira direita), Lynt St. James (acabou batendo no meio da confusão), Carlos Guerrero (também bateu) e Eric Bachelart (passou por cima dos destroços). 


Após a décima-primeira volta a verde era novamente acionada. Era iniciada uma caçada pela liderança. Michael Andretti x Arie Luyendyk. Um duelo que se estendeu por 5 voltas até que Andretti conseguiu pegar a liderança se aproveitando dos retardatários que surgiam a frente, enquanto que Arie teve muitos problemas e ainda teve um pit-stop desastroso que fez suas chances de vencer irem pelo ralo. Os brasileiros se destacavam, Gugelmin se mantia entre os 5 primeiros, Christian e André Ribeiro galgavam posições e começavam a incomodar os concorrentes. Numa disputa por posições, Arie e Scott Sharp, se desentendem e o holandês mostrou o dedão do meio para Scott. Uma bandeira amarela é acionada, alguns pilotos são punidos: Villeneuve e Pruett tiveram de dar uma volta no box como punição. 

Nova bandeira amarela é acionada: ao tentar ultrapassar Gugelmin, que ia aos boxes por fora, Andretti acabou abrindo demais na curva e bateu no muro. Na mesma volta Scott Sharp também bateu e abandonou. Novas bandeiras amarelas foram acionadas pelos acidentes de: Davy Jones e Jimmy Vasser. Um duelo começava se desenhar, Scott Goodyear e Scott Pruett. Ambos brigavam pela liderança, mas na volta 184 um deles acabou derrapando e batendo, novamente fazendo surgir nova amarela. 

Chegamos a decisão: Scott Goodyear, Jacques Villeneuve, Eliseu Salazar e Christian Fittipaldi. Mas Scott Goodyear fez algo que jogou fora suas chances de vencer a prova; ultrapassou o Pace Car antes da hora, e tomou punição. Como não cumpriu a punição, teve sua cronometragem interrompida na volta 195 e acabou terminando em 14º lugar. Raul Boesel e André Ribeiro abandonaram por problemas nos carros, enquanto que Gugelmin numa tática errada da Pacwest acabou em sexto lugar. Já Christian Fittipaldi, largando do 27º lugar, chegou em segundo, superando todas as expectativas e cravando seu lugar na Indy, descartando qualquer chance de vencer. E o vencedor? Jacques Villeneuve que veio da Atlantic direto pra Indy já dava as amostras de um piloto que consagraria. Usando o nº 27 que era do pai Gilles, Jacques começava a partir das 500 milhas uma arrancada para o título e depois uma carreira na Fórmula 1.


A íntegra da corrida pelo SBT:


Momento fail: 
o pessoal da ABC estava curioso querendo saber como o pessoal do SBT estava se saindo com Gugelmin na frente

Nenhum comentário:

Postar um comentário